Tira-me do lamaçal e não me deixes atolar; seja eu livre dos que me odeiam e das profundezas das águas.
“As minhas culpas me afogam; são como um fardo pesado e insuportável” (Salmos 38:4).
Certa feita em um acampamento da Igreja experimentei a horrível sensação de afogamento. Eu não sabia nadar mas, como todos estavam se divertindo e não parecia ser perigoso, eu não podia ficar de fora! Tomei coragem e entrei. Fui me acostumando com o ambiente e cada vez mais me afastava da segurança da margem, então, de repente meus pés não tocavam o chão, comecei a pular para retornar a segurança, mas quanto mais pulava, mais me afastava, então passei a gritar por socorro: “Salva-me, ó Deus! pois as águas subiram até o meu pescoço. Nas profundezas lamacentas eu me afundo, não tenho onde firmar os pés. Entrei em águas profundas; as correntezas me arrastam” (Salmos 69:1,2); entretanto meus gritos de desespero eram abafados pelos gritos de alegria de todos que estavam ao meu redor brincando e por isso não se davam conta da seriedade do caso.
Então o desespero começou a
tomar conta de mim, meu corpo perdia as forças, comecei a engolir água suja, e
afundava em desesperança com a visão da felicidade nos rostos daqueles que
poderiam me salvar, mas nada percebiam. Foi
quando enfim em meio ao desespero em outras palavra clamei: “Tira-me do
atoleiro, não me deixes afundar; liberta-me dos que me odeiam e das águas
profundas. Não permitas que as correntezas me arrastem, nem que as profundezas
me engulam, nem que a cova feche sobre mim a sua boca!” (Salmos
69:14,15). Felizmente o Anjo do Senhor sempre está a postos. Num grande esforço
consegui pular na direção de um irmão (Paulo), que ao ser tocado, notou que o
meu desespero era real, esticou o seu braço e me puxou de volta me conduzindo
até um local seguro. Muito embora o Paulo tenha me ajudado naquele momento eu
sei que foi Deus quem verdadeiramente ouviu o meu grito de socorro e foi ELE
que “me tirou de um poço de destruição, de um atoleiro de lama; pôs os
meus pés sobre uma rocha e firmou-me num local seguro” (Salmos 40:2). É
exatamente isso que Deus faz conosco quando gritamos por socorro.
Esse é o triste retrato da vida,
nós morremos aos poucos em desespero em meio as gargalhadas distraídas ao nosso
redor e só não morremos porque Deus nos ouve e age com misericórdia em nossa
vida.
Uma atitude impensada quase
me custou a vida. Eu olhei e vi todos se divertindo e mesmo sem saber nadar
entrei seduzido pelo desejo de divertimento. O pecado maldito age de forma
traiçoeira, ele se mostra belo e atrativo diante dos nossos olhos carnais “Quando
a mulher viu que a árvore parecia agradável ao paladar, era atraente aos olhos
e, além disso, desejável para dela se obter discernimento, tomou do seu fruto,
comeu-o e o deu a seu marido, que comeu também” (Gênesis 3:6);
entretanto quando fisga a vítima com a isca do prazer, as águas antes aprazíveis
se mostram “profundezas e lamacentas , fundas”, sem
lugar “onde firmar os pés”, então a “cova fecha sobre mim a
sua boca” procurando sufocar-nos até a morte “Pois o salário do
pecado é a morte” (Romanos 6:23). Uma morte solitária e dolorosa, tal
qual um veneno que vai consumindo as nossas forças e à medida que enfraquecemos
vai aumentando a dor e o desespero. Gradativamente aumenta o seu peso sobre nós,
até se tornar insuportável: “Bel está abatido, Nebo se encurvou, os seus
ídolos são postos sobre os animais e sobre as feras; as cargas dos vossos
fardos são canseiras para as feras já cansadas. Juntamente se encurvaram e se
abateram; não puderam livrar-se da carga, mas a sua alma entrou em cativeiro”
(Isaías 46:1,2). Agora o prazer do pecado, revela o que realmente é: canseira e
enfado, dor e sofrimento: “Enquanto escondi os meus pecados, o meu corpo
definhava de tanto gemer. Pois de dia e de noite a tua mão pesava sobre mim;
minha força foi se esgotando como em tempo de seca” (Salmos 32:3,4).
Felizmente este fardo que
nos arrasta impiedosamente para as profundezas da aflição pode ser vencido,
pois o mal não subsiste diante do nosso Senhor, que “é compassivo e
misericordioso, mui paciente e cheio de amor” (Salmos 103:8). Pois “É
ele que perdoa todos os seus pecados e cura todas as suas doenças, que resgata
a sua vida da sepultura e o coroa de bondade e compaixão, que enche de bens a
sua existência, de modo que a sua juventude se renova como a águia” (Salmos
103:3-5).
Portanto, mesmo” Se as
águas do mar da vida quiserem te afogar, segura na mão de Deus e vai...”1,
e mesmo quando elas nos sufocarem precisamos continuar clamando a Deus,
gritando por socorro e pedindo perdão pelas nossas culpas ‘Então
reconheci diante de ti o meu pecado e não encobri as minhas culpas. Eu disse:
"Confessarei as minhas transgressões ao Senhor", e tu perdoaste a
culpa do meu pecado’ (Salmos 32:5); pois está escrito: “Se
confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para perdoar os nossos
pecados e nos purificar de toda injustiça” (1 João 1:9).
Tenha certeza de que mesmo
diante da nossa fé vacilante ELE nos estende a mão para nos salvar e colocar em
segurança ‘"Venha", respondeu ele. Então Pedro saiu do barco,
andou sobre a água e foi na direção de Jesus. Mas, quando reparou no vento,
ficou com medo e, começando a afundar, gritou: "Senhor, salva-me!" Imediatamente
Jesus estendeu a mão e o segurou. E disse: “Homem de pequena fé, porque você
duvidou”? Quando entraram no barco, o vento cessou’ (Mateus 14:29,32).
Se você se sente cansado e
sobrecarregado, aceite o convite de Jesus, "Venham a mim, todos os
que estão cansados e sobrecarregados, e eu lhes darei descanso. Tomem sobre
vocês o meu jugo e aprendam de mim, pois sou manso e humilde de coração, e
vocês encontrarão descanso para as suas almas. Pois o meu jugo é suave e o meu fardo
é leve" (Mateus 11:28-30), não se deixe levar pelo pecado, pois se
“o salário do pecado é a morte”, “o dom gratuito de Deus é
a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor” (Romanos 6:23); faça como
o salmista “Confesso a minha culpa; em angústia estou por causa do meu
pecado” (Salmos 38:18), e experimente a felicidade de ser perdoado, “Como
é feliz aquele que tem suas transgressões perdoadas e seus pecados apagados!
Como é feliz aquele a quem o Senhor não atribui culpa e em quem não há
hipocrisia!” (Salmos 32:1,2).
Com palavras doces em amor;
Ou talvez algumas almas tristes alcançar,
Com a mensagem do Senhor!” (Hino 417 C.C.).
Pr. José de Arimatéa Nascimento
Servo de Cristo Jesus
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