Cristo é e será o Senhor desta casa, pois o Pai nos concedeu: sermos chamados filhos de Deus, o que de fato somos!
“Pois toda casa é construída por alguém, mas Deus é o edificador de tudo” (Hebreus 3:4).
Em tempos de apologia ao aborto, e como se aproxima o dia dos pais, quero me dirigir em especial aos homens que negligenciam a benção da paternidade, e também aos casais que insistem erradamente em priorizar a vida profissional para assim se sentirem realizados em detrimento da felicidade de viver não mais egoisticamente para si mesmos, mas em favor de alguém. Ao colocarmos alguém tão indefeso e dependente no colo começaremos a entender como se dá a paternidade e proteção Divina: “Mas o pai disse aos seus servos: ‘Depressa! Tragam a melhor roupa e vistam nele. Coloquem um anel em seu dedo e calçados em seus pés. Tragam o novilho gordo e matem-no. Vamos fazer uma festa e comemorar. Pois este meu filho estava morto e voltou à vida; estava perdido e foi achado’. E começaram a festejar” (Lucas 15:22-24).
Quero hoje compartilhar com
você a benção da paternidade - algo maravilhoso e Divino. Ter o privilégio de
acalentar nos braços uma vida frágil, totalmente dependente que é uma extensão
da nossa própria existência. Ter nas mãos a materialização da benção dada pelo
Pai da Eternidade, visto que “Os filhos são herança do Senhor, uma
recompensa que ele dá” (Salmos 127:3). Uma herança bendita que mexe
profundamente nas convicções muitas vezes egoístas que costumamos carregar
conosco, porque o relacionamento vai além do papel de provedor, é ser mais que um
amigo do peito, que oferece o colo para estarem mais juntos, instituindo uma
ligação terna de confiança e amor.
Quando soube que ia ser pai
pela primeira vez, tinha acabado de perder meu pai num atropelamento, tinha
acabado de enterrá-lo, quando veio a notícia, em princípio fiquei muito confuso
com a dualidade de morte e vida num espaço tão curto de tempo. No meu egoísmo
não conseguia enxergar a beleza do cuidado Divino! Quando ele usou um estranho,
com uma língua estranha para me mostrar um mundo maravilhoso que começava a se
descortinar diante de mim, “... Eu ouço bebês chorando, eu os vejo
crescendo. Eles vão aprender muito mais, do que eu jamais vou saber. E eu penso
comigo mesmo. Que mundo maravilhoso. Sim, eu penso comigo mesmo. Que mundo
maravilhoso”1. Desde então, mesmo nos momentos de grande
dificuldade, olho e vejo a “recompensa que Deus nos deu”, em
forma de uma linda princesa e “penso comigo mesmo: Que mundo maravilhoso”.
Quase três anos depois o choro da
alegria de uma nova vida enche as nossas vidas! Éramos ainda jovens e, nos
lembramos da Palavra de Deus que diz: “Como flechas nas mãos do guerreiro
são os filhos nascidos na juventude” (Salmos 127:4), e Deus nos
presenteia com um menino doce e dedicado, que desde muito cedo teve de
amadurecer e aprender a nos ajudar a cuidar com dedicação da irmã, acometida de diabetes
ao 6 anos de idade. Ele se mostrou para nós, uma verdadeira ponte, quando as
águas turbulentas nos queriam sufocar “Quando você está pra baixo e
desligada. Quando você está nas ruas. Quando a noite cair, de forma tão dura.
Eu te confortarei. Eu assumirei sua parte. Quando a escuridão vier. E a dor
está toda ao redor. Sim, como uma ponte sobre águas turbulentas eu me deitarei”2.
Desde então coloquei como propósito ser esta ponte para que eles pudessem
chegar às águas tranquilas.
Entretanto, as águas
turbulentas se apresentam violentas, choro, luto, a morte se apresenta
implacável, minha esposa teve um aborto espontâneo daquele que seria o nosso
terceiro filho, a sensação de perda, de impotência toma conta de nós, apesar de
nunca ter visto o rosto, ou o acalentado nos braços, aquele filho já era um
presente esperado com muito amor, então o lamento tomou conta dos nossos
corações: "Ouviu-se uma voz em Ramá, choro e grande lamentação; é
Raquel que chora por seus filhos e recusa ser consolada, porque já não
existem" (Mateus 2:18).
Contudo mesmo com dor o
mundo ainda nos diz: “navegar é preciso, viver não é preciso”3,
entretanto nós queríamos não só navegar, mas viver como bem-aventurados, com a
aljava cheias das benção de Deus, pois “Como é feliz o homem cuja aljava
está cheia deles! Não será humilhado quando enfrentar seus inimigos no
tribunal” (Salmos 127:5), o luto se vai mas deixa suas marcas em nossos
corações e quando já não nutríamos mais expectativas em relação a ter filhos,
Deus o nosso amado Pai derrama um bálsamo sobre nossas vidas: ‘Será que
uma mãe pode esquecer do seu bebê que ainda mama e não ter compaixão do filho
que gerou? Embora ela possa se esquecer, eu não me esquecerei de você! Veja, eu
gravei você nas palmas das minhas mãos; seus muros estão sempre diante de mim. Seus
filhos apressam-se em voltar, e aqueles que a despojaram afastam-se de você. Erga
os olhos e olhe ao redor; todos os seus filhos se ajuntam e vêm até você. Juro
pela minha vida Que você vestirá a todos como ornamento; você os vestirá como
uma noiva", declara o Senhor’ (Isaías 49:15-18).
O milagre da vida se dá mais
uma vez, entretanto a nova vida renasce frágil e prematura, mas cheia de
alegria, trazendo além da cura uma nova perspectiva de que no “mundo
maravilhoso”, sempre atravessaremos as “águas turbulentas sobre ponte”,
pois o Senhor renova a nossa alegria, nos permitindo sonhar ainda mais, “E o
sonho em que fomos concebidos. Revelará um rosto alegre. E o mundo que uma vez
acreditamos. Brilhará novamente em graça. Então por que continuamos sufocando a
vida? Ferindo a Terra, crucificando sua alma. Mas é claro ver. Que este mundo é
divino é a luz de Deus”4.
Hoje tenho a graça de ser
pai de três maravilhosas “flechas”, que me ensinaram muito sobre
o amor; amor de ser pai, o amor que se assemelha ao de Deus nosso Pai nutre por
cada um de nós. Este amor me fizeram ver que o meu sucesso profissional ou
qualquer outra honra que o mundo possa me oferecer, não são nada diante da
verdadeira “herança e recompensa do Senhor”, que nos presenteia neste
mundo, uma benção sem medida chamada de filhos. Portanto, posso desta forma
compartilha com você o prazer de ser pai.
Sou grato a Deus, meu Pai,
por cada momento, por seu auxílio em todos os ocasiões boas ou ruins, pois “Tudo
posso naquele que me fortalece” (Filipenses 4:13). E hoje posso mais
ainda por Deus ter a minha casa, um lar, onde somos edificados por Ele, “Pois
toda casa é construída por alguém, mas Deus é o edificador de tudo” (Hebreus
3:4). Pois “Se não for o Senhor o construtor da casa, será inútil
trabalhar na construção. Se não é o Senhor que vigia a cidade, será inútil a
sentinela montar guarda. Será inútil levantar cedo e dormir tarde, trabalhando
arduamente por alimento. O Senhor concede o sono àqueles a quem ama” (Salmos
127:1,2).
Com palavras doces em amor;
Ou talvez algumas almas tristes alcançar,
Com a mensagem do Senhor!” (Hino 417 C.C.).
Pr. José de Arimatéa Nascimento
Servo de Cristo Jesus
1 - What A Wonderful World - Louis Armstrong;
2 - Bridge Over Troubled Water - Elvis Presley;
3 - Fernando Pessoa;
4 - Heal The World - Michael Jackson
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