“Cria em mim um coração puro, ó Deus, e renova dentro de mim um espírito estável” (Salmos 51:10).
Recentemente assisti a alguns documentários sobre a segunda grande guerra, fiquei chocado com as atrocidades e insanidades cometidas entre os “animais racionais” e pensei comigo mesmos: “Felizmente essa guerra não nos alcançou”. Triste engano, pois uma batalha muito pior se dá todos os dias, pelo, e no coração de todos os homens: “Não entendo o que faço. Pois não faço o que desejo, mas o que odeio. E, se faço o que não desejo, admito que a lei é boa. Neste caso, não sou mais eu quem o faz, mas o pecado que habita em mim. Sei que nada de bom habita em mim, isto é, em minha carne. Porque tenho o desejo de fazer o que é bom, mas não consigo realizá-lo. Pois o que faço não é o bem que desejo, mas o mal que não quero fazer, esse eu continuo fazendo. Ora, se faço o que não quero, já não sou eu quem o faz, mas o pecado que habita em mim. Assim, encontro esta lei que atua em mim: Quando quero fazer o bem, o mal está junto a mim. Pois, no íntimo do meu ser tenho prazer na lei de Deus; mas vejo outra lei atuando nos membros do meu corpo, guerreando contra a lei da minha mente, tornando-me prisioneiro da lei do pecado que atua em meus membros. Miserável homem eu que sou! Quem me libertará do corpo sujeito a esta morte? (Romanos 7:15-24)
Essa batalha implacável
aterroriza a vida de todo ser humano, mas principalmente do justo já que: “A
violência dos ímpios os arrastará, pois recusam-se a agir corretamente. O
caminho do culpado é tortuoso, mas a conduta do inocente é reta” (Provérbios
21:7,8). Porque reto é o seu coração e como já dissemos esse combate tem como
objetivo o grande prêmio: o coração do homem e, consequentemente a sua alma.
A fim de guiar o seu dono
por caminhos enganosos, caminhos de destruição e para longe de Deus, Satanás procura encher os corações dos homens de engano e mentiras: ‘Então perguntou Pedro:
"Ananias, como você permitiu que Satanás enchesse o seu coração, a ponto
de você mentir ao Espírito Santo ...? Ouvindo isso, Ananias caiu e morreu.
Grande temor apoderou-se de todos os que ouviram o que tinha acontecido’
(Atos 5:3;5). Certo é que uma vez entronizado Satanás no coração do homem ele é
destruído pelas chagas do pecado que incha e dilata o coração, impedindo que “o
sangue de Jesus” que “nos purifica de todo pecado” (1
João 1:7) seja bombeado para todo o corpo, e assim, gera a morte pois: “Cada
um, porém, é tentado pela própria cobiça, sendo por esta arrastado e seduzido.
Então a cobiça, tendo engravidado, dá à luz o pecado; e o pecado, após ter-se
consumado, gera a morte” (Tiago 1:13-15). ‘O Senhor disse a Caim:
"Por que você está furioso? Por que se transtornou o seu rosto? Se você
fizer o bem, não será aceito? Mas se não o fizer, saiba que o pecado o ameaça à
porta; ele deseja conquistá-lo, mas você deve dominá-lo"’ (Gênesis
4:6,7). Portanto “Filhinhos, não deixem que ninguém os engane” (1
João 3:7a) pois “Aquele que pratica o pecado é do diabo, porque o diabo
vem pecando desde o princípio” (1 João 3:8).
Entretanto: “Aquele que pratica a justiça é justo, assim como ele é justo” (1 João 3:7b) porque “Todo aquele que é nascido de Deus não pratica o pecado, porque a semente de Deus permanece nele; ele não pode estar no pecado, porque é nascido de Deus” (1 João 3:9). Ciente desta verdade o justo ao ser confrontado por conta dos seus pecados, não ignora a corrupção dos seus próprios caminhos, ele sente a presença incômoda da sua iniquidade amargurando a sua vida “Pois eu mesmo reconheço as minhas transgressões, e o meu pecado sempre me persegue” (Salmos 51:3);
O que mais incômoda o Justo, além dos seus próprios pecados, e sabe a que suas transgressões ofenderam a Santidade de Deus “Contra ti, só contra ti, pequei e fiz o que tu reprovas, de modo que justa é a tua sentença e tens razão em condenar-me” (Salmos 51:4), muito embora a sentença seja reconhecidamente justa, para o “que é nascido de Deus” ela é cruel, pois implica em continuar se afogando no pecado e carregando um fardo intolerável: “As minhas culpas me afogam; são como um fardo pesado e insuportável” (Salmos 38:4); E o mais insuportável de tudo é estar longe de Deus. Diante de tão terrível visão ele apela para as misericórdias Divinas “Tem misericórdia de mim, ó Deus, por teu amor; por tua grande compaixão apaga as minhas transgressões. Lava-me de toda a minha culpa e purifica-me do meu pecado” (Salmos 51:2).
Em sua oração ele roga “Lava-me, purifica-me”, e “Cria em mim um coração puro, ó Deus, e renova dentro de mim um espírito estável”. Ele não pede um transplante de coração, visto que receberia um coração também contaminado, mas pede para ser criado um novo coração, um coração puro, pois só estes terão fôlego para subir ao Monte do Senhor “Quem poderá subir o monte do Senhor? Quem poderá entrar no seu Santo Lugar? Aquele que tem as mãos limpas e o coração puro” (Salmos 24:3,4);
Este coração puro representa uma nova vida na presença de Deus, “Aspergirei
água pura sobre vocês, e vocês ficarão puros; eu os purificarei de todas as
suas impurezas e de todos os seus ídolos. Darei a vocês um coração novo e porei
um espírito novo em vocês; tirarei de vocês o coração de pedra e lhes darei um
coração de carne. Porei o meu Espírito em vocês e os levarei a agirem segundo
os meus decretos e a obedecerem fielmente às minhas leis”. (Ezequiel
36:25-27).
Aquele que tem o coração purificado
por Deus, conta com a Sua benevolência, porque “Certamente Deus é bom para
Israel, para os puros de coração” (Salmos 73:1), e em sua bondade. ELE
não só renova o espírito abatido, mas “põem o Seu Espírito” entronizado
no coração para dirigir a vida daqueles que “obedecem fielmente às Suas
leis”. Tanto que os filhos de Deus reconhecem que o castigo Divino não é
cruel, mas didático: “Foi bom para mim ter sido castigado, para que
aprendesse os teus decretos” (Salmos 119:71). Decretos que fazem ouvir
a voz de Deus que diz: “Aproximem-se de Deus, e ele se aproximará de
vocês! Pecadores, limpem as mãos, e vocês, que têm a mente dividida, purifiquem
o coração” (Tiago 4:8), caso contrário não poderá contemplar a Sua
Glória: “Bem-aventurados os puros de coração, pois verão a Deus”
(Mateus 5:8).
A guerra pelo coração vai
durar enquanto estivermos habitando neste corpo mortal e corrupto, portanto
nunca é demais lembrar: “De onde vêm as guerras e contendas que há entre
vocês? Não vêm das paixões que guerreiam dentro de vocês? Vocês cobiçam coisas,
e não as têm; matam e invejam, mas não conseguem obter o que desejam. Vocês
vivem a lutar e a fazer guerras. Não têm, porque não pedem. Quando pedem, não
recebem, pois pedem por motivos errados, para gastar em seus prazeres. Adúlteros,
vocês não sabem que a amizade com o mundo é inimizade com Deus? Quem quer ser
amigo do mundo faz-se inimigo de Deus” (Tiago 4:1-4).
Com palavras doces em amor;
Ou talvez algumas almas tristes alcançar,
Com a mensagem do Senhor!” (Hino 417 C.C.).
Pr. José de Arimatéa Nascimento
Servo de Cristo Jesus
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