“Não me expulses da tua presença, nem tires de mim o teu Santo Espírito" (Salmos 51:11)
“Não me jogues fora da Tua presença”, esse sem dúvidas é um pedido desesperado de alguém que sabe quão miserável é a vida de quem não conta com o favor de Deus. Alguém que tem verdadeiro pavor de ser abandonado por Deus à própria sorte. Por conta da abundância de pecado que enche seu coração entristece o Espírito Santo e em consequência deixa de sentir o frescor em sua vida do soprar de paz e segurança, porque “Em toda a aflição do seu povo ele também se afligiu, e o anjo da sua presença os salvou. Em seu amor e em sua misericórdia ele os resgatou; foi ele que sempre os levantou e os conduziu nos dias passados. Apesar disso, eles se revoltaram e entristeceram o seu Espírito Santo. Por isso ele se tornou inimigo deles e lutou pessoalmente contra eles. Então o seu povo recordou o passado, o tempo de Moisés e seu povo: onde está aquele que os fez passar através do mar, com o pastor do seu rebanho? Onde está aquele que entre eles pôs o seu Espírito Santo, que com o seu glorioso braço esteve à mão direita de Moisés, que dividiu as águas diante deles para alcançar renome eterno, e os conduziu através das profundezas? Como o cavalo em campo aberto, eles não tropeçaram; como o gado que desce à planície, foi-lhes dado descanso pelo Espírito do Senhor. Foi assim que guiaste o teu povo para fazer para ti um nome glorioso” (Isaías 63:9-14).
O desespero de uma vida miserável
toma conta daqueles que “se revoltaram e entristecem o Espírito Santo de
Deus” pois “Todos os dias do oprimido são infelizes, mas o
coração bem disposto está sempre em festa. É melhor ter pouco com o temor do
Senhor do que grande riqueza com inquietação” (Provérbios 15:15,16). Inquietação
pela ausência de alegria, ausência do prazer de viver em consequência da ausência
de Deus. Isso pode ser comprovado claramente na vida de:
Sansão ‘Então ela
chamou: "Sansão, os filisteus o estão atacando! " Ele acordou do sono
e pensou: "Sairei como antes e me livrarei". Mas não sabia que o
Senhor o tinha deixado’ (Juízes 16:20).
Saul: “O Espírito do
Senhor se retirou de Saul, e um espírito maligno, vindo da parte do Senhor, o
atormentava” (1 Samuel 16:14).
Zedequias: “Ele fez o
que o Senhor reprova, tal como fizera Jeoaquim. Por causa da ira do Senhor tudo
isso aconteceu a Jerusalém e a Judá; por fim ele os lançou para longe da sua
presença. Ora, Zedequias rebelou-se contra o rei da Babilônia” (2 Reis
24:19,20).
Todos tiveram a justa
retribuição de seus atos de rebeldia e em consequência ouviram a terrível sentença
que diz: “Expulsarei vocês da minha presença, como fiz com todos os seus
compatriotas, o povo de Efraim” (Jeremias 7:15).
Ciente de seu terrível pecado
e de suas consequências, Davi súplica ao Senhor: “Não me expulses da tua
presença, nem tires de mim o teu Santo Espírito” (Salmos 51:11). Pois ele
sabia as implicações que o rompimento desta relação traria sobre sua vida, seria uma
verdadeira sentença de morte.
Então, surge diante de nós
uma súplica de perdão que deveria ser repetida por mim e por você, na verdade por
todos os homens. Nela o salmista ora por uma purificação integral, “Lava-me
de toda a minha culpa e purifica-me do meu pecado” (Salmos 51:2), uma
purificação que lave o encardido coração, uma limpeza que venha de dentro para
fora, que seja capaz de criar um novo homem, a partir de um novo coração, “Cria
em mim um coração puro, ó Deus, e renova dentro de mim um espírito estável”
(Salmos 51:10), ou seja, faz uma renovação total em todas as áreas da minha
vida.
Sem essa purificação radical e renovação integral, é impossível permanecer na presença do Deus Santo, “pois todos pecaram e estão destituídos da glória de Deus” (Romanos 3:23), ou seja, por causa da maldição do pecado o homem foi retirado da presença de Deus: “Por isso o Senhor Deus o mandou embora do jardim do Éden” (Gênesis 3:23), expulso do jardim, da presença de Deus, o homem foi afastado da fonte da vida: “Depois de expulsar o homem, colocou a leste do jardim do Éden querubins e uma espada flamejante que se movia, guardando o caminho para a árvore da vida” (Gênesis 3:24) e, por conta disto, agora recebe em sua carne a recompensa por sua rebeldia: “Pois se vocês viverem de acordo com a carne, morrerão” (Romanos 8:13), “Pois o salário do pecado é a morte” (Romanos 6:23).
Não estamos falando de uma
morte física simplesmente, mas principalmente da morte espiritual, a morte que
é o verdadeiro inferno! Onde não há mais qualquer possibilidade de contemplar a face
de Deus e, Sua presença gloriosa. Portanto ausência total de amor, alegria, paz,
bondade, fé e esperança. Ao contrário disto a “recompensa do pecado”
é viver longe de Deus, num lugar terrível de choro e dor eternos: “Ali
haverá choro e ranger de dentes, quando vocês virem Abraão, Isaque e Jacó e
todos os profetas no Reino de Deus, mas vocês excluídos” (Lucas 13:28).
Por isso, como salmista devemos
nos preocupar em realizar uma mudança radical em nossa vida: “lava-me,
purifica-me, cria e renova”, pois “Sei que sou pecador desde que
nasci, sim, desde que me concebeu minha mãe” (Salmos 51:5), entretanto “Não
me expulses da tua presença, nem tires de mim o teu Santo Espírito”,
pois eu sei que “todos os que são guiados pelo Espírito de Deus são
filhos de Deus” (Romanos 8:14), e “Se somos filhos, então somos
herdeiros; herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo, se de fato participamos
dos seus sofrimentos, para que também participemos da sua glória” (Romanos
8:17), porque “Todo aquele que é nascido de Deus não pratica o pecado,
porque a semente de Deus permanece nele; ele não pode estar no pecado, porque é
nascido de Deus” (1 João 3:9). Portanto a morte já não tem poder sobre
nós, uma vez que, se “o salário do pecado é a morte”, “o dom
gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor” (Romanos
6:23). Aleluia!!!
Muito embora todos sejamos
pecadores podemos contar com a eterna longanimidade de Deus: “Mas o Senhor
foi bondoso para com eles, teve compaixão e mostrou preocupação por eles, por
causa da sua aliança com Abraão, Isaque e Jacó. Até hoje ele não se dispôs a
destruí-los ou eliminá-los de sua presença” (2 Reis 13:23), desde que
tomemos a atitude correta de não nos deixar dominar pelo pecado: “Portanto,
não permitam que o pecado continue dominando os seus corpos mortais, fazendo
que vocês obedeçam aos seus desejos” (Romanos 6:12). Assim sendo “Arrependam-se,
pois, e voltem-se para Deus, para que os seus pecados sejam cancelados, para
que venham tempos de descanso da parte do Senhor, e ele mande o Cristo, o qual
lhes foi designado, Jesus” (Atos 3:19,20), e em sinal de arrependimento
roguem a Deus dizendo: “lava-me, purifica-me, cria e renova”, e
no lugar de “choro e ranger de dentes”, “Faze-me ouvir de
novo júbilo e alegria” (Salmos 51:8). Alegria, não só por viver na
presença de Deus, mas também por conta do Espírito Santo que em mim habita, e
me enche de “amor, alegria, paz, paciência, amabilidade, bondade, fidelidade,
mansidão e domínio próprio. Contra essas coisas não há lei” (Gálatas
5:22,23).
Com palavras doces em amor;
Ou talvez algumas almas tristes alcançar,
Com a mensagem do Senhor!” (Hino 417 C.C.).
Pr. José de Arimatéa Nascimento
Servo de Cristo Jesus
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