Oh! Senhor, faz justiça e juízo a todos os oprimidos, sacia-me com a vitória da Tua justiça!

“De fato os justos têm a sua recompensa; com certeza há um Deus que faz justiça na terra" (Salmos 58:11)


A justiça injusta é um produto tipicamente humano. ‘Justiça é um termo que vem do latim “justitia”. É o princípio básico que mantém a ordem social através da preservação dos direitos em sua forma legal, é a particularidade do que é justo e correto, como o respeito à igualdade de todos os cidadãos.’

O conceito é bonito, entretanto desde que o injusto pecado entrou no mundo, o homem passou a organizar regras para serem seguidas por todos aqueles que não tem o poder em suas mãos. Elaboram leis para que a justiça seja feita de forma imparcial, mas como disse Rui Barbosa “A justiça, cega para um dos dois lados, já não é justiça. Cumpre que enxergue por igual à direita e à esquerda”. Ou como disse Otto Von Bismarck: “Com leis ruins e funcionários bons (juízes) ainda é possível governar. Mas com funcionários ruins as melhores leis não servem para nada”.

Leis ruins, justiça cega, juízes ímpios, isso não tem como dar certo. Eles dizem querer fazer justiça, mas ignoram a Lei perfeita: “A lei do Senhor é perfeita, e revigora a alma. Os testemunhos do Senhor são dignos de confiança, e tornam sábios os inexperientes. Os preceitos do Senhor são justos, e dão alegria ao coração. Os mandamentos do Senhor são límpidos, e trazem luz aos olhos” (Salmos 19:7,8).

Querem imparcialidade com os olhos vendados, mas como “Pode um cego guiar outro cego? Não cairão os dois no buraco?” (Lucas 6:39b). Quando para ser verdadeiramente justo é preciso ver todos os fatos “Os olhos do Senhor estão em toda parte, observando atentamente os maus e os bons” (Provérbios 15:3). E mais “Os olhos do Senhor voltam-se para os justos e os seus ouvidos estão atentos ao seu grito de socorro; o rosto do Senhor volta-se contra os que praticam o mal, para apagar da terra a memória deles” (Salmos 34:15,16).

Querem fazer justiça com “juízes injustos” (Lucas 18:6) e, se esquecem que “Deus é um juiz justo, um Deus que manifesta cada dia o seu furor” (Salmos 7:11). "Pois Deus vê o caminho dos homens; ele enxerga cada um dos seus passos. Não há sombra densa o bastante, onde os que fazem o mal possam esconder-se. Deus não precisa de maior tempo para examinar os homens, e levá-los à sua presença para julgamento. Sem depender de investigações, ele destrói os poderosos e coloca outros em seu lugar. Visto que ele repara nos atos que eles praticam, derruba-os, e eles são esmagados. Pela impiedade deles, ele os castiga onde todos podem vê-los. Isso porque deixaram de segui-lo e não deram atenção aos caminhos por ele traçados. Fizeram chegar a ele o grito do pobre, e ele ouviu o clamor do necessitado” (Jó 34:21-28).

Os necessitados têm gritado: ‘Faze-me justiça contra o meu adversário’ (Lucas 18:3), mas além de cegos eles se revelam surdos como a serpente. Tanto é verdade que nos últimos tempos temos ouvido falar muito em justiça, no desejo de que se faça justiça doa a quem doer. Uma verdadeira fome e sede de justiça tem tomado conta de corações angustiados. Então eles vem à público falando “como o sino que ressoa ou como o prato que retine” (1 Coríntios 13:1), sem amor nenhum pelo seu semelhante, diante disto vem a pergunta: “Será que vocês, poderosos, falam de fato com justiça? Será que vocês, homens, julgam retamente? Não! No coração vocês tramam a injustiça, e na terra as suas mãos espalham a violência” (Salmos 58:1,2).

Se eles não “falam de fato com justiça”, como ter igualdade entre homens desiguais? Cuja única semelhança é que nasceram pecadores? “Os ímpios erram o caminho desde o ventre; desviam-se os mentirosos desde que nascem. Seu veneno é como veneno de serpente; tapam os ouvidos, como a cobra que se faz de surda” (Salmos 58:3,4). Se eles “tapam os ouvidos” para em seus corações corruptos forjarem planos de maldade e violência, desvirtuam a justiça em proveito próprio e acarretarão injustiça: “Por esta causa a lei se afrouxa, e a justiça nunca se manifesta; porque o ímpio cerca o justo, e a justiça se manifesta distorcida” (Habacuque 1:4).

Como preservar o direito quando há uma descrença na justiça? “Quando os fundamentos estão sendo destruídos, que pode fazer o justo?” (Salmos 11:3). Quando a descrença alimenta a vingança e faz vigorar a lei da retaliação movida pela ira, a ira sustenta o pensamento sórdido de que “a vingança é um prato que se come frio”. Movido por este sentimento e com paciência, tais pessoas aguardam o momento propício para vingar-se, pensando fazerem justiça e assim sentirem-se recompensados. Entretanto, a vingança alcança com destruição a todos os envolvidos. Ela é um processo destrutivo tanto daquele que ofendeu quanto do ofendido, visto que “... a ira do homem não opera a justiça de Deus” (Tiago 1:20).

Movido pela ira, o ofendido coloca-se no lugar de Deus, o Justo Juiz que ordena: “... nunca procurem vingar-se, mas deixem com Deus a ira, pois está escrito: "Minha é a vingança; Eu retribuirei", diz o Senhor” (Romanos 12:19). Por mais dolorido que seja, não podemos tomar a vingança em nossas mãos. É preciso lembrar que existe um Deus que realmente julga com justiça todos os povos. Esta prerrogativa é d’Ele! “Acaso Deus não fará justiça aos seus escolhidos, que clamam a ele dia e noite? Continuará fazendo-os esperar? Eu lhes digo: ele lhes fará justiça, e depressa” (Lucas 18:7,8). Agora é a nossa vez de mostrar paciência e demonstrar que vivemos segundo a Sua orientação: ‘Assim diz o Senhor: "Mantenham a justiça e pratiquem o que é direito, pois a minha salvação está perto, e logo será revelada a minha retidão”’ (Isaías 56:1).

A “retidão” Divina revela que nosso Senhor espera que ao invés da lei da retaliação, os Seus filhos apliquem a lei do amor: “Amai, pois, a vossos inimigos, e fazei bem, e emprestai, sem nada esperardes, e será grande o vosso galardão, e sereis filhos do Altíssimo; porque ele é benigno até para com os ingratos e maus” (Lucas 6:35). Fazer o bem mesmo quando somos injustiçados é recompensador: “será grande o vosso galardão”, diz o Senhor. Porque “Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, pois serão satisfeitos” (Mateus 5:6). Como filhos de Deus, devemos seguir seu exemplo, sendo benignos com aqueles que nos feriram, revelando a estes o amor de Deus presente em nossas vidas.

Viver o evangelho não é tarefa fácil. Sofrer “insultos, perseguições e calúnia” (Mateus 5:11), e não reagir como o mundo espera mas, agir como Deus requer é um desafio gigantesco: “Ao que te ferir numa face, oferece-lhe também a outra; e ao que te houver tirado a capa, nem a túnica recuses” (Lucas 6:29). Oferecer a outra face é não retaliar, não pagar na mesma moeda, mas buscar a paz com todos e ser semeador da verdadeira justiça. Este é o nosso desafio de justiça: “Semeai para vós em justiça, ceifai segundo a misericórdia; lavrai o campo de lavoura; porque é tempo de buscar ao Senhor, até que venha e chova a justiça sobre vós” (Oséias 10:12).

Mesmo que o mundo diga o contrário, lembre-se de que: “O amor não se alegra com a injustiça, mas se alegra com a verdade. Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta” (1 Coríntios 13:6,7). Portanto “Amai, pois, a vossos inimigos, e fazei bem” pois semear justiça num mundo injusto, isso sim é recompensador. ‘Mas eu disse: "Tenho me afadigado sem qualquer propósito; tenho gasto minha força em vão e para nada. Contudo, o que me é devido está na mão do Senhor, e a minha recompensa está com o meu Deus"’ (Isaías 49:4). Porque “De fato os justos têm a sua recompensa; com certeza há um Deus que faz justiça na terra" (Salmos 58:11). Portanto “Ó Senhor, Deus vingador; Deus vingador! Intervém! Levanta-te, Juiz da terra; retribui aos orgulhosos o que merecem” (Salmos 94:1,2).

Como é bom experimentar a alegria de sentir a chuva de justiça derramada sobre nossas vidas, ser saciado com a certeza de que há um Deus que faz justiça na terra, pois “O Senhor prova o justo, mas o ímpio e a quem ama a injustiça, a sua alma odeia” (Salmos 11:5) “Pois o Senhor é justo, e ama a justiça; os retos verão a sua face” (Salmos 11:7).

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“Ó talvez alguma vida possas alegrar,
Com palavras doces em amor;
Ou talvez algumas almas tristes alcançar,
Com a mensagem do Senhor!” (Hino 417 C.C.).
No amor de Cristo,
Pr. José de Arimatéa Nascimento
Servo de Cristo Jesus

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