“De fato os justos têm a sua recompensa; com certeza há um Deus que faz justiça na terra" (Salmos 58:11)
O conceito é bonito, entretanto desde que o injusto pecado entrou no mundo, o homem passou a organizar
regras para serem seguidas por todos aqueles que não tem o poder em suas mãos.
Elaboram leis para que a justiça seja feita de forma imparcial, mas como disse
Rui Barbosa “A justiça, cega para um dos dois lados, já não é justiça.
Cumpre que enxergue por igual à direita e à esquerda”. Ou como disse Otto
Von Bismarck: “Com leis ruins e funcionários bons (juízes) ainda é
possível governar. Mas com funcionários ruins as melhores leis não servem para
nada”.
Leis ruins, justiça cega, juízes
ímpios, isso não tem como dar certo. Eles dizem querer fazer justiça, mas ignoram
a Lei perfeita: “A lei do Senhor é perfeita, e revigora a alma. Os
testemunhos do Senhor são dignos de confiança, e tornam sábios os
inexperientes. Os preceitos do Senhor são justos, e dão alegria ao coração. Os
mandamentos do Senhor são límpidos, e trazem luz aos olhos” (Salmos
19:7,8).
Querem imparcialidade com os
olhos vendados, mas como “Pode um cego guiar outro cego? Não cairão os
dois no buraco?” (Lucas 6:39b). Quando para ser verdadeiramente justo é preciso ver todos os fatos “Os olhos do
Senhor estão em toda parte, observando atentamente os maus e os bons” (Provérbios
15:3). E mais “Os olhos do Senhor voltam-se para os justos e os seus
ouvidos estão atentos ao seu grito de socorro; o rosto do Senhor volta-se
contra os que praticam o mal, para apagar da terra a memória deles” (Salmos
34:15,16).
Querem fazer justiça com “juízes
injustos” (Lucas 18:6) e, se esquecem que “Deus é um juiz justo,
um Deus que manifesta cada dia o seu furor” (Salmos 7:11). "Pois
Deus vê o caminho dos homens; ele enxerga cada um dos seus passos. Não há
sombra densa o bastante, onde os que fazem o mal possam esconder-se. Deus não
precisa de maior tempo para examinar os homens, e levá-los à sua presença para julgamento.
Sem depender de investigações, ele destrói os poderosos e coloca outros em seu
lugar. Visto que ele repara nos atos que eles praticam, derruba-os, e eles são
esmagados. Pela impiedade deles, ele os castiga onde todos podem vê-los. Isso
porque deixaram de segui-lo e não deram atenção aos caminhos por ele traçados. Fizeram
chegar a ele o grito do pobre, e ele ouviu o clamor do necessitado” (Jó
34:21-28).
Os necessitados têm gritado:
‘Faze-me justiça contra o meu adversário’ (Lucas 18:3), mas além de
cegos eles se revelam surdos como a serpente. Tanto é verdade que nos últimos
tempos temos ouvido falar muito em justiça, no desejo de que se faça justiça
doa a quem doer. Uma verdadeira fome e sede de justiça tem tomado conta de corações
angustiados. Então eles vem à público falando “como o sino que ressoa ou
como o prato que retine” (1 Coríntios 13:1), sem amor nenhum pelo seu
semelhante, diante disto vem a pergunta: “Será que vocês, poderosos,
falam de fato com justiça? Será que vocês, homens, julgam retamente? Não! No
coração vocês tramam a injustiça, e na terra as suas mãos espalham a violência”
(Salmos 58:1,2).
Se eles não “falam de
fato com justiça”, como ter igualdade entre homens desiguais? Cuja
única semelhança é que nasceram pecadores? “Os ímpios erram o caminho
desde o ventre; desviam-se os mentirosos desde que nascem. Seu veneno é como
veneno de serpente; tapam os ouvidos, como a cobra que se faz de surda”
(Salmos 58:3,4). Se eles “tapam os ouvidos” para em seus corações
corruptos forjarem planos de maldade e violência, desvirtuam a justiça em
proveito próprio e acarretarão injustiça: “Por esta causa a lei se afrouxa,
e a justiça nunca se manifesta; porque o ímpio cerca o justo, e a justiça se
manifesta distorcida” (Habacuque 1:4).
Como preservar o direito
quando há uma descrença na justiça? “Quando os fundamentos estão sendo
destruídos, que pode fazer o justo?” (Salmos 11:3). Quando a descrença
alimenta a vingança e faz vigorar a lei da retaliação movida pela ira, a ira sustenta o pensamento sórdido de que “a vingança é um prato que se come
frio”. Movido por este sentimento e com paciência, tais pessoas aguardam
o momento propício para vingar-se, pensando fazerem justiça e assim sentirem-se
recompensados. Entretanto, a vingança alcança com destruição a todos os envolvidos. Ela é um processo destrutivo tanto daquele que ofendeu quanto do ofendido, visto
que “... a ira do homem não opera a justiça de Deus” (Tiago 1:20).
Movido pela ira, o ofendido
coloca-se no lugar de Deus, o Justo Juiz que ordena: “... nunca procurem
vingar-se, mas deixem com Deus a ira, pois está escrito: "Minha é a
vingança; Eu retribuirei", diz o Senhor” (Romanos 12:19). Por mais
dolorido que seja, não podemos tomar a vingança em nossas mãos. É preciso
lembrar que existe um Deus que realmente julga com justiça todos os povos. Esta
prerrogativa é d’Ele! “Acaso Deus não fará justiça aos seus escolhidos,
que clamam a ele dia e noite? Continuará fazendo-os esperar? Eu lhes digo: ele
lhes fará justiça, e depressa” (Lucas 18:7,8). Agora é a nossa vez de
mostrar paciência e demonstrar que vivemos segundo a Sua orientação: ‘Assim
diz o Senhor: "Mantenham a justiça e pratiquem o que é direito, pois a
minha salvação está perto, e logo será revelada a minha retidão”’ (Isaías
56:1).
A “retidão” Divina
revela que nosso Senhor espera que ao invés da lei da retaliação, os Seus
filhos apliquem a lei do amor: “Amai, pois, a vossos inimigos, e fazei
bem, e emprestai, sem nada esperardes, e será grande o vosso galardão, e sereis
filhos do Altíssimo; porque ele é benigno até para com os ingratos e maus”
(Lucas 6:35). Fazer o bem mesmo quando somos injustiçados é recompensador: “será
grande o vosso galardão”, diz o Senhor. Porque “Bem-aventurados os
que têm fome e sede de justiça, pois serão satisfeitos” (Mateus 5:6).
Como filhos de Deus, devemos seguir seu exemplo, sendo benignos com aqueles que
nos feriram, revelando a estes o amor de Deus presente em nossas vidas.
Viver o evangelho não é
tarefa fácil. Sofrer “insultos, perseguições e calúnia” (Mateus
5:11), e não reagir como o mundo espera mas, agir como Deus requer é um desafio
gigantesco: “Ao que te ferir numa face, oferece-lhe também a outra; e ao
que te houver tirado a capa, nem a túnica recuses” (Lucas 6:29).
Oferecer a outra face é não retaliar, não pagar na mesma moeda, mas buscar a
paz com todos e ser semeador da verdadeira justiça. Este é o nosso desafio de
justiça: “Semeai para vós em justiça, ceifai segundo a misericórdia;
lavrai o campo de lavoura; porque é tempo de buscar ao Senhor, até que venha e
chova a justiça sobre vós” (Oséias 10:12).
Mesmo que o mundo diga o contrário,
lembre-se de que: “O amor não se alegra com a injustiça, mas se alegra com
a verdade. Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta” (1
Coríntios 13:6,7). Portanto “Amai, pois, a vossos inimigos, e fazei bem”
pois semear justiça num mundo injusto, isso sim é recompensador. ‘Mas eu
disse: "Tenho me afadigado sem qualquer propósito; tenho gasto minha força
em vão e para nada. Contudo, o que me é devido está na mão do Senhor, e a minha
recompensa está com o meu Deus"’ (Isaías 49:4). Porque “De
fato os justos têm a sua recompensa; com certeza há um Deus que faz justiça na
terra" (Salmos 58:11). Portanto “Ó Senhor, Deus vingador;
Deus vingador! Intervém! Levanta-te, Juiz da terra; retribui aos orgulhosos o
que merecem” (Salmos 94:1,2).
Com palavras doces em amor;
Ou talvez algumas almas tristes alcançar,
Com a mensagem do Senhor!” (Hino 417 C.C.).
Pr. José de Arimatéa Nascimento
Servo de Cristo Jesus
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