Como é terrível a situação de alguém desidratado. Seu corpo passa a morrer lenta e dolorosamente por falta de algo essencial à vida - Água. No filme Ben-Hur (1959), há uma cena interessante, após ser preso Judá Ben-Hur atravessa o deserto, acorrentado. Após uma longa jornada pelo deserto eles chegam a uma pequena vila, todos estão exaustos e com sede, todos recebem água menos ele. Seu desespero é visível, até surgir um misterioso personagem que o acalenta e mata sua sede. Estudos dizem que o ser humano não pode viver muito tempo sem água. Em nosso país tropical, não dá para resistir por mais que quatro dias (no verão), no frio, esse tempo pode chegar a sete dias*. Longe das fontes de água a morte é a única certeza.
Neste caso, quando bate aquela sede que só água pode
saciar, as pessoas bebem até água poluída por falta de opção. “Alguns
homens da cidade foram dizer a Eliseu: "Como podes ver, esta cidade está
bem localizada, mas a água não é boa e a terra é improdutiva" (2
Reis 2:19). Pode se viver em uma cidade bem localizada como fez Ló que “escolheu
todo o vale do Jordão e partiu em direção ao Leste. Assim os dois se separaram:
Abrão ficou na terra de Canaã, mas Ló mudou seu acampamento para um lugar
próximo a Sodoma, entre as cidades do vale” (Gênesis 13:11,12) mas, se não
estiver “junto a ribeiros de águas” (Salmos 1:3) as vidas serão
secas como uma estátua de sal.
Longe de casa e longe do oásis Divino, mas perto da
vida seca que o mundo oferece, ouvimos o grito de socorro de um homem deprimido,
que suspira pela velha Casa de seu Deus: “Como a corça anseia por águas
correntes, a minha alma anseia por ti, ó Deus. A minha alma tem sede de Deus,
do Deus vivo. Quando poderei entrar para apresentar-me a Deus?” (Salmos
42:1,2). A desidratação espiritual faz acender o desejo ardente de estar
nos umbrais do Templo Sagrado, onde prestava culto a Deus e foi ensinado em Suas
ordenanças “Melhor é um dia nos teus átrios do que mil noutro lugar;
prefiro ficar à porta da casa do meu Deus a habitar nas tendas dos ímpios” (Salmos
84:10).
Embora longe de casa ele busca renovação da
presença divina, lutando contra suas dúvidas e temores, contudo, mantendo-se em pé pela fé no Deus vivo: “Por que você está assim tão
triste, ó minha alma? Por que está assim tão perturbada dentro de mim? Ponha a
sua esperança em Deus! Pois ainda o louvarei; ele é o meu Salvador e o meu
Deus. A minha alma está profundamente triste; por isso de ti me lembro desde a
terra do Jordão, das alturas do Hermom, desde o monte Mizar” (Salmos 42:5,6).
Os filhos de Corá estão com sede: eles têm sede de
Deus, do Deus vivo; eles só querem mais uma vez contemplar o santuário de Deus; participar de seu culto, nem que seja por um dia apenas; mas, que valerá por
toda uma vida e assim finalmente serem saciados.
Diante da impossibilidade de realizarem o seu
desejo, um sentimento de melancolia toma conta de suas vidas. Pois só lhes restam
as lembranças das experiências prazerosas já vividas ali. Sua fé está sendo
desafiada por conta de suas limitações atuais, sem falar nos insultos de seus opressores: “Minhas lágrimas têm sido o meu alimento de dia e de noite, pois me
perguntam o tempo todo: "Onde está o seu Deus?" (Salmos 42:3). Tanto que: “Até os meus ossos sofrem agonia mortal quando os meus
adversários zombam de mim, perguntando-me o tempo todo: "Onde está o seu
Deus?" (Salmos 42:10)
O abatimento e perturbação da alma são sintomas de
uma profunda inanição espiritual. Podemos afirmar que o salmista está em "desespero"
em três momentos ele deixa isso bem claro: “Por que você está assim tão
triste, ó minha alma?” (Salmos 42:5), “A minha alma está
profundamente triste” (Salmos 42:6) e mais uma vez “Por que você
está assim tão triste, ó minha alma?” (Salmos 42:11) Ele está ferido
por dentro: “Por que está assim tão perturbada dentro de mim” (Salmos 42:5) e, no
corpo “Até os meus ossos sofrem agonia mortal” (Salmos 42:10).
Entretanto sua fé continua inabalável: “Conceda-me
o Senhor o seu fiel amor de dia; de noite esteja comigo a sua canção. É a minha
oração ao Deus que me dá vida” (Salmos 42:8). Este é o exemplo vivo de
como um relacionamento pessoal deve ser, não importa a distância o nosso Deus
se fará sempre presente: ‘"Sou eu apenas um Deus de perto",
pergunta o Senhor, "e não também um Deus de longe? Poderá alguém
esconder-se sem que eu o veja? ", pergunta o Senhor. "Não sou eu
aquele que enche os céus e a terra? ", pergunta o Senhor” (Jeremias
23:23,24).
Judá Ben-Hur por muito tempo viveu com secura no
seu coração, até se encontrar, anos depois, com aquele que havia matado sua sede
no deserto. Depois deste encontro, finalmente a sede de sua alma foi satisfeita. Este é o nosso Deus, ELE suprirá a nossa sede onde estivermos. ELE saciou a sede da mulher samaritana com Sua
presença. Ela tinha tudo à sua disposição: um poço com água, corda e balde mas, mesmo assim, sua vida era seca. Só quando bebeu da água da vida a sede da sua alma
foi saciada. “Replicou-lhe Jesus: Todo o que beber desta água tornará a
ter sede; mas aquele que beber da água que eu lhe der nunca terá sede; pelo
contrário, a água que eu lhe der se fará nele uma fonte de água que jorre para
a vida eterna” (João 4:13,14)
Sua alma está seca? Busque imediatamente a fonte de
água viva para saciar sua sede espiritual! E diga para sua alma: “Ponha a
sua esperança em Deus! Pois ainda o louvarei; ele é o meu Salvador e o meu Deus”
(Salmos 42:11). Confie em Deus! Louve-o. Ele é a sua salvação! Ele é o seu
Deus!
*https://super.abril.com.br/saude/quanto-tempo-o-corpo-aguenta-sem-agua/
Com palavras doces em amor;
Ou talvez algumas almas tristes alcançar,
Com a mensagem do Senhor!” (Hino 417 C.C.).
Pr. José de Arimatéa Nascimento
Servo de Cristo Jesus
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