'“Porque vivemos por fé” - Parte 17 (Moisés) – A fé nos faz sábios em nossas escolhas. Por ela nós escolhemos viver com o povo de Deus e aguardar Suas promessas mesmo que isto signifique aflição e adversidade.'
“Pela fé Moisés, já adulto, recusou ser chamado filho da filha do faraó, preferindo ser maltratado com o povo de Deus a desfrutar os prazeres do pecado durante algum tempo” (Hebreus 11:24,25).
Gary Collins disse: “Podemos tentar evitar de fazer escolhas através de não fazermos nada, mas mesmo isso é uma decisão.”1 Esta frase nos mostra que não há como fugir das decisões diárias, pois até a omissão é uma decisão que pode influenciar toda uma vida. Todos os dias somos desafiados a tomar decisões. Neste exato momento preciso tomar decisões sobre o dia de amanhã. Decisões as vezes simples e por vezes decisões complicadas que podem decidir entre a vida e a morte.
No passado “Anrão”
e “Joquebede”, os pais de Moisés fizeram uma escolha, pois “Pela
fé Moisés, recém-nascido, foi escondido durante três meses por seus pais, pois
estes viram que ele não era uma criança comum, e não temeram o decreto do rei”
(Hebreus 11:23). Eles escolheram desobedecer ao “homem deus” para obedecer ao
Deus que está acima de todos os homens. Sua decisão foi um ato de fé. E a
decisão da fé se mostrou sábia e certeira. Tal decisão permitiu que eles enraizassem
os fundamentos da fé na vida de Moisés. Fundamentos lançados quando eles
receberam seu amado filho de volta para dele cuidar sob a proteção do Egito: ‘Então
a filha do faraó disse à mulher: "Leve este menino e amamente-o para mim,
e eu lhe pagarei por isso". A mulher levou o menino e o amamentou’
(Êxodo 2:9). Enquanto amentava “Joquebede” tomou a sabia decisão
de instruir o pequeno Moisés no caminho da fé de seus pais, até parece que o
conselho do sábio pregador que diz: “Instrua a criança segundo os
objetivos que você tem para ela, e mesmo com o passar dos anos não se desviará
deles” (Provérbios 22:6), já estava em seu coração.
E assim, em sua mais tenra infância, os fundamentos da vida pela fé foram plantados no coração de Moisés. Ele foi apresentado às primeiras impressões da fé, recebidas de seus pais tementes a Deus, as quais foram determinantes por toda a sua vida. Tanto que uma educação de décadas em que mergulhou na cultura egípcia não foi capaz de sufocar nele o embrião da vida na fé no Deus verdadeiro de seus pais. Assim: “Pela fé Moisés, já adulto, recusou ser chamado filho da filha do faraó, preferindo ser maltratado com o povo de Deus a desfrutar os prazeres do pecado durante algum tempo” (Hebreus 11:24,25).
“Moisés, já adulto”, pela fé, fez escolhas acertadas. Muito embora fosse filho da filha de Faraó, ou seja, um príncipe do Egito. Moisés escolheu o seu povo, o povo de Deus e, em consequência as promessas de Deus, mesmo que isto significasse perder tudo o que tinha e precisasse enfrentar aflições e adversidades. Pois “Por amor de Cristo, considerou a desonra riqueza maior do que os tesouros do Egito, porque contemplava a sua recompensa” (Hebreus 11:26). Portanto ele preferiu não desfrutar dos prazeres efêmeros do pecado. O autor de Hebreus nos diz que de alguma forma inexplicável, Moisés, pela fé, compreendeu a verdade da promessa messiânica; por conta desta esperança ele viveu na firme certeza das coisas que se aguardam; mas que ainda não via. Sua escolha de fé no Messias o levou, milhares de anos antes, a considerar que era muito melhor sofrer o desprezo por causa do Messias e assim sofrer por Cristo; e, em consequência, do mesmo modo sofrer por aqueles que O servem fielmente.
Como podemos ver, esta passagem sugere que Moisés pela
fé, tinha Cristo em vista. Talvez para nós seja difícil entender esta conexão,
mas precisamos lembrar que Moisés é o Profeta, e Pedro nos ajuda a compreender melhor
a visão de fé do Profeta Moisés quando diz: “Foi a respeito dessa
salvação que os profetas que falaram da graça destinada a vocês investigaram e examinaram,
procurando saber o tempo e as circunstâncias para os quais apontava o Espírito
de Cristo que neles estava, quando lhes predisse os sofrimentos de Cristo e as
glórias que se seguiriam àqueles sofrimentos. A eles foi revelado que estavam
ministrando, não para si próprios, mas para vocês, quando falaram das coisas
que agora lhes foram anunciadas por meio daqueles que lhes pregaram o evangelho
pelo Espírito Santo enviado do céu; coisas que até os anjos anseiam observar”
(1 Pedro 1:10-12).
Certo é que Moisés aproximou-se
de Deus crendo que “Ele existe e que recompensa aqueles que o buscam”
(Hebreus 11:6b). e por conta de sua decisão, ele tornou-se o libertador de um
povo sem esperanças, pois ‘subiu ao trono do Egito um novo rei, que nada
sabia sobre José. Disse ele ao seu povo: "Vejam! O povo israelita é agora
numeroso e mais forte que nós. Temos de agir com astúcia, para que não se
tornem ainda mais numerosos e, no caso de guerra, aliem-se aos nossos inimigos,
lutem contra nós e fujam do país". Estabeleceram, pois, sobre eles chefes
de trabalhos forçados, para os oprimir com tarefas pesadas. E assim os
israelitas construíram para o faraó as cidades-celeiros de Pitom e Ramessés. Todavia,
quanto mais eram oprimidos, mais numerosos se tornavam e mais se espalhavam.
Por isso os egípcios passaram a temer os israelitas, e os sujeitaram a cruel
escravidão’ (Êxodo 1:8-13).
Assim sendo, pela fé, Moisés
não faz concessões ao pecado. Ele não rejeitou o “Deus dos seus pais”. E plenamente
consciente de sua decisão e de suas consequências, ele rejeita a nacionalidade egípcia,
para assumir a sua filiação de filho de Deus, tanto que “Por amor de
Cristo”, e pela fé, tal qual o pai da fé Abraão que “esperava a
cidade que tem alicerces, cujo arquiteto e edificador é Deus” (Hebreus
11:10). Ele também espera a Cidade Celestial, pois como está escrito: Em
vez disso, esperavam eles uma pátria melhor, isto é, a pátria celestial. Por
essa razão Deus não se envergonha de ser chamado o Deus deles, pois
preparou-lhes uma cidade” (Hebreus 11:16). Nesta esperança, ele se
coloca ao lado de seu povo que parece não ter perspectiva alguma de liberdade.
Ele escolhe ir da abundância à pobreza. Desprezando os tesouros deste mundo por conta da certeza de
desfrutar da recompensa eterna, pois tinha certeza de que os tesouros do mundo
futuro são maiores que riqueza terrena. Assim sendo, como filho de Deus, Moisés
prefere a trajetória do sofrimento com o povo de Deus, “porque
contemplava a sua recompensa” (Hebreus 11:26b). A herança daqueles que
decidiram pela fé rejeitar o mundo e seus tesouros perecíveis para assumir a
sua filiação Divina. Porque “Se somos filhos, então somos herdeiros;
herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo, se de fato participamos dos seus
sofrimentos, para que também participemos da sua glória. Considero que os
nossos sofrimentos atuais não podem ser comparados com a glória que em nós será
revelada” (Romanos 8:17,18).
Pela fé Moisés tinha
consciência do significado de suas ações na história da salvação. Por conta
disto, Deus, em mistério, revela em sua vida um sinal para todos os povos em
todos os tempos. de que é melhor escolher sofrer o desprezo do mundo, por amor
a Cristo, crendo sem ver que nos aguarda um bem superior aos “tesouros na
terra, onde a traça e a ferrugem destroem, e onde os ladrões arrombam e furtam”
(Mateus 6:19). Moisés tinha em vista esta recompensa.
Esta deve ser a decisão de todo
aquele que quer andar pelo caminho da fé em Cristo Jesus e com o Seu povo na
igreja. Entretanto você deve tornar-se consciente de que ao tomar esta decisão
haverá momentos em que, se sentirá andando totalmente sozinho, solitário, numa via de
desprezo e vergonha; mas, lembre-se de que “Assim, Jesus também sofreu
fora das portas da cidade, para santificar o povo por meio do seu próprio
sangue. Portanto, saiamos até ele, fora do acampamento, suportando a desonra
que ele suportou. Pois não temos aqui nenhuma cidade permanente, mas buscamos a
que há de vir” (Hebreus 13:12-14). Deste modo toda aflição, todas as
tribulações e todas as tensões podem ser suportadas unicamente na certeza
de que: "Bem-aventurados serão vocês quando, por minha causa os
insultarem, perseguirem e levantarem todo tipo de calúnia contra vocês. Alegrem-se
e regozijem-se, porque grande é a recompensa de vocês nos céus, pois da mesma
forma perseguiram os profetas que viveram antes de vocês" (Mateus
5:11,12).
Portanto meu querido amigo e
amiga eu “Peço que o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o glorioso Pai,
lhes dê espírito de sabedoria e de revelação, no pleno conhecimento dele. Oro
também para que os olhos do coração de vocês sejam iluminados, a fim de que
vocês conheçam a esperança para a qual ele os chamou, as riquezas da gloriosa
herança dele nos santos e a incomparável grandeza do seu poder para conosco, os
que cremos, conforme a atuação da sua poderosa força” (Efésios 1:17-19).
Para que dessa forma você pela fé seja sábio em suas escolhas. Pela fé escolha viver
com o povo de a Deus e aguardar Suas promessas mesmo que isto signifique
aflição e adversidade neste mundo, mas glória na eternidade. Amém
Pr. José de Arimatéa Nascimento
Servo de Cristo Jesus
1 - Gary Collins - https://pt.wikipedia.org/wiki/Gary_Collins
2 - Pablo Neruda - https://pt.wikipedia.org/wiki/Pablo_Neruda
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