“Porque vivemos por fé” - Parte 15 (José) – Porque a fé nos faz participantes da liberdade outorgada por Deus. Pela fé eu vejo que “Certamente Deus vos visitará”.

“Pela fé José, no fim da vida, fez menção do êxodo dos israelitas do Egito e deu instruções acerca dos seus próprios ossos” (Hebreus 11:22).


José foi o décimo primeiro filho de Jacó, nascido de Raquel uma mulher que carregava em seu ventre um túmulo, pois era estéril, ele é prova de que: 
“A oração de um justo é poderosa e eficaz” (Tiago 5:16b), pois é fruto do milagre da oração de fé, das orações persistentes de uma mulher angustiada em sua alma por não poder dar filhos ao seu marido. ‘Então Deus lembrou-se de Raquel. DEUS OUVIU O SEU CLAMOR E A TORNOU FÉRTIL. Ela engravidou, e deu à luz um filho e disse: "Deus tirou de mim a minha humilhação". Deu-lhe o nome de José e disse: "Que o Senhor me acrescente ainda outro filho"’ (Gênesis 30:22-24).

José é um sonhador, ele sonha com as promessas de Deus, ele sonha com “coisas que se esperam, e a prova das coisas que se não veem” (Hebreus 11:1). José sonha com a fé e pela fé. E quando acorda ele parece se dirigir aos seus irmãos dizendo: “Fiquem em volta de mim, e eu lhes direi o que vai acontecer com vocês no futuro”. Portanto ‘"Ouçam o sonho que tive", disse-lhes. "Estávamos amarrando os feixes de trigo no campo, quando o meu feixe se levantou e ficou em pé, e os seus feixes se ajuntaram ao redor do meu e se curvaram diante dele"’ (Gênesis 37:6,7). A revolta de seus irmãos com a petulância daquele menino é latente, pois o sonho já é realidade, visto que neste momento podemos ver José em pé e todos os seus irmãos e seu pai a sua volta, todos olhando para José. Tanto que ‘Quando o contou ao pai e aos irmãos, o pai o repreendeu e lhe disse: "Que sonho foi esse que você teve? Será que eu, sua mãe, e seus irmãos viremos a nos curvar até o chão diante de você?" Assim seus irmãos tiveram ciúmes dele; o pai, no entanto, refletia naquilo’ (Gênesis 37:10,11). A repreensão veio, contudo Jacó, um outro sonhador sabiamente “refletia naquilo”, porque ele sabe pela fé, que os sonhos trazem uma mensagem de Deus, visto que ele mesmo “teve um sonho no qual viu uma escada apoiada na terra; o seu topo alcançava os céus, e os anjos de Deus subiam e desciam por ela” (Gênesis 28:12). Por experiência própria Jacó sabe que estes sonhos Divinos podem tornar-se realidade. Pois "Na época do acasalamento, tive um sonho em que olhei e vi que os machos que fecundavam o rebanho tinham listras, eram salpicados e malhados. O anjo de Deus me disse no sonho: ‘Jacó!’ Eu respondi: ‘Eis-me aqui!’” (Gênesis 31:10,11). Além disso tempos depois o próprio Deus prometeu: "E, depois disso, derramarei do meu Espírito sobre todos os povos. Os seus filhos e as suas filhas profetizarão, os velhos terão sonhos, os jovens terão visões” (Joel 2:28).

Entretanto entre o sonho e a sua consumação existe o pesadelo da dura realidade de inveja, ódio, injustiça, cobiça, engano e assim vai... Muito embora a benção diga: “Que Deus lhe conceda do céu o orvalho e da terra a riqueza, com muito cereal e muito vinho” (Gênesis 27:28), o caminho do justo é pedregoso, ele caminha “em uma terra seca e cansada, onde não há água” (Salmos 63:1b).

Em “uma terra seca e cansada, onde não há água”, carente de “profecias, sonhos e visões”, José tem contra si, o ódio de seus irmãos, o mesmo ódio que Jacó experimentou de seu irmão Esaú, ódio de morte: ‘"Lá vem aquele sonhador! ", diziam uns aos outros. "É agora! Vamos matá-lo e jogá-lo num destes poços, e diremos que um animal selvagem o devorou. Veremos então o que será dos seus sonhos."’ (Gênesis 37:19,20).

José tem contra si, a falta de amor de seus irmãos: ‘Judá disse então a seus irmãos: "Que ganharemos se matarmos o nosso irmão e escondermos o seu sangue? Vamos vendê-lo aos ismaelitas. Não tocaremos nele, afinal é nosso irmão, é nosso próprio sangue". E seus irmãos concordaram’ (Gênesis 37:26,27);

José tem contra si, a cobiça da mulher adúltera: ‘José era atraente e de boa aparência, e, depois de certo tempo, a mulher do seu senhor começou a cobiçá-lo e o convidou: "Venha, deite-se comigo"’ (Gênesis 39:6b,7);

José tem contra si, a ira de uma mulher adúltera e mentirosa: ‘Então repetiu-lhe a história: "Aquele escravo hebreu que você nos trouxe aproximou-se de mim para me insultar. Mas, quando gritei por socorro, ele largou seu manto ao meu lado e fugiu"’ (Gênesis 39:17-18);

José tem contra si, a injustiça: ‘Quando o seu senhor ouviu o que a sua mulher lhe disse: "Foi assim que o seu escravo me tratou", ficou indignado. Mandou buscar José e lançou-o na prisão em que eram postos os prisioneiros do rei. José ficou na prisão’ (Gênesis 39:19,20).

José tem contra si, o pesadelo que a sua vida se tornou por conta da sua integridade, fidelidade, fé e comunhão com Deus, pois “Tudo isso aconteceu conosco, sem que nós tivéssemos esquecido de ti, nem tivéssemos traído a tua aliança. Nossos corações não voltaram atrás, nem os nossos pés se desviaram da tua vereda. Todavia, tu nos esmagaste e fizeste de nós um covil de chacais e de densas trevas nos cobriste. Se tivéssemos esquecido o nome do nosso Deus e tivéssemos estendido as nossas mãos a um deus estrangeiro, Deus não o teria descoberto? Pois ele conhece os segredos do coração! Contudo, por amor de ti enfrentamos a morte todos os dias; somos considerados como ovelhas destinadas ao matadouro” (Salmos 44:17-22).

José tinha tudo para se revoltar contra Deus, porque nas lutas da vida ele se tornou um verdadeiro saco de pancadas, entretanto José tinha a seu favor o privilégio de dizer: “por amor de ti enfrentamos a morte todos os dias”, pois “Mesmo quando eu andar por um vale de trevas e morte, não temerei perigo algum, pois tu estás comigo; a tua vara e o teu cajado me protegem” (Salmos 23:4).

José tinha a seu favor a companhia protetora de Deus. No palácio: “O SENHOR ESTAVA COM JOSÉ, de modo que este prosperou e passou a morar na casa do seu senhor egípcio” (Gênesis 39:2, na prisão: “mas O SENHOR ESTAVA COM ELE e o tratou com bondade, concedendo-lhe a simpatia do carcereiro” (Gênesis 39:21). Aonde quer que andasse, tanto é verdade que “Desde que o deixou cuidando de sua casa e de todos os seus bens, O SENHOR ABENÇOOU A CASA DO EGÍPCIO POR CAUSA DE JOSÉ. A BÊNÇÃO DO SENHOR ESTAVA SOBRE TUDO O QUE POTIFAR POSSUÍA, TANTO EM CASA COMO NO CAMPO” (Gênesis 39:5).

Portanto se eu não posso ser abençoado, serei eu mesmo uma benção na vida de outros, assim sendo: “Disse-lhes José: "Não são de Deus as interpretações? Contem-me os sonhos" (Gênesis 40:8b). Sua resposta mostra que a fé não desvaneceu ela passou pela prova e se fortaleceu. O sonho de liberdade e justiça continua vivo: “Quando tudo estiver indo bem com você, lembre-se de mim e seja bondoso comigo; fale de mim ao faraó e tire-me desta prisão” (Gênesis 40:14). José padeceu por haver sonhado, agora ele não sonha mais, vive dos sonhos dos outros, padeiro e copeiro, e são justamente os sonhos de estranhos que serão usados por Deus para tornar o pesadelo de sua prisão em um sonho real de liberdade e justiça: “Pois Ao final de dois anos, o faraó teve um sonho” (Gênesis 41:1a).

José finalmente é restaurado: ‘Por isso o faraó lhes perguntou: "Será que vamos achar alguém como este homem, em quem está o espírito divino?" Disse, pois, o faraó a José: "Uma vez que Deus lhe revelou todas essas coisas, não há ninguém tão criterioso e sábio como você. Você terá o comando de meu palácio, e todo o meu povo se sujeitará às suas ordens. Somente em relação ao trono serei maior que você"’ (Gênesis 41:38-40). O sonho finalmente tornou-se realidade “José era o governador do Egito e era ele que vendia trigo a todo o povo da terra. Por isso, quando os irmãos de José chegaram, curvaram-se diante dele, rosto em terra” (Gênesis 42:6). Imediatamente ele lembrou-se dos sonhos que tivera a respeito deles: ‘"Estávamos amarrando os feixes de trigo no campo, quando o meu feixe se levantou e ficou em pé, e os seus feixes se ajuntaram ao redor do meu e se curvaram diante dele"’ (Gênesis 37:7). ‘Depois teve outro sonho e o contou aos seus irmãos: "Tive outro sonho, e desta vez o sol, a lua e onze estrelas se curvavam diante de mim"’ (Gênesis 37:9). E agora, 13 anos depois, os sonhos se torna realidade, pois bem diante de seus olhos “os irmãos de José curvaram-se diante dele, rosto em terra”.  Pois o que Deus revelou não fica no esquecimento, e a Seu tempo Sua Palavra se cumpre.

José viveu pela fé, e “Pela fé José, no fim da vida, fez menção do êxodo dos israelitas do Egito e deu instruções acerca dos seus próprios ossos” (Hebreus 11:22). José pela fé fez menção com confiança daquilo que Deus faria em um futuro distante. ‘E José fez que os filhos de Israel lhe prestassem um juramento, dizendo-lhes: "Quando Deus intervier em favor de vocês, levem os meus ossos daqui". Morreu José com a idade de cento e dez anos. E, depois de embalsamado, foi colocado num sarcófago no Egito’ (Gênesis 50:25,26). Provavelmente José voltou a sonhar com as coisas de Deus. Um sonho real, que lhe garantia que mesmo depois de morto Deus estaria com ele como esteve no poço onde foi jogado; junto a caravana de Ismaelitas; na casa de Potifar; na prisão e no palácio de Faraó. Deus prometeu que seus ossos não ficariam em terra estranha, eles voltariam para casa, a fim de repousar com seus pais na fé. ‘Assim, o Senhor fez o povo dar a volta pelo deserto, seguindo o caminho que leva ao mar Vermelho. Os israelitas saíram do Egito preparados para lutar. Moisés levou os ossos de José, porque José havia feito os filhos de Israel prestarem um juramento, quando disse: "Deus certamente virá em auxílio de vocês; levem então os meus ossos daqui"’ (Êxodo 13:18,19).

Pela fé José foi participante da liberdade de seu povo outorgada por Deus 400 anos antes. Pela fé ele viu que “Certamente Deus os visitaria”. Como vemos o sonho não morreu, o pesadelo passou, e a promessa de Deus mais uma vez se cumpriu.

Leia na próxima Publicação: '“Porque vivemos por fé” - Parte 16 (Anrão e Joquebede) – O poder da fé nos oculta “na fé” de todo o mal. Um ato de fé carrega consigo a promessa profética de futuras bênçãos de Deus.'
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No amor de Cristo,
Pr. José de Arimatéa Nascimento
Servo de Cristo Jesus

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