“Porque vivemos por fé” - Parte 14 (Jacó) – Porque pela fé somos abençoados com a perpetua bênção de Deus. Porque pela fé eternizamos a promessa e damos provas de fé e submissão quando adoramos.
“Pela fé Jacó, à beira da morte, abençoou cada um dos filhos de José e adorou a Deus, apoiado na extremidade do seu bordão” (Hebreus 11:21).
Quando olho a relação dos heróis da fé, penso comigo mesmo: Eles são os mais improváveis dos homens, longe deles passa a perfeição, Noé, por exemplo embriagou-se, Abraão e Isaque mentiram, Jacó se mostrou um esperto enganador e oportunista, e assim vai... Mas, é interessante notar que nenhum destes defeitos são registrados no capítulo 11 de Hebreus. Isso revela outra benção eterna registrada na Antiga Aliança que diz: "Sou eu, eu mesmo, aquele que apaga suas transgressões, por amor de mim, e que não se lembra mais de seus pecados” (Isaías 43:25), ‘e acrescenta: "Dos seus pecados e iniquidades não me lembrarei mais". Onde essas coisas foram perdoadas, não há mais necessidade de sacrifício pelo pecado’ (Hebreus 10:17,18). Portanto: benção do perdão total confirmada na Nova Aliança. Hebreus 11 nos mostra que verdadeiramente os nossos pecados foram todos apagados, pois ali só encontramos elogios à vida dos homens pecadores. Isso me faz crê que no meu caso estará escrito: Pela fé José de Arimatéa, abençoou pessoas escrevendo meditações diárias. Isso é benção sem medida porque na cidade “cujo arquiteto e edificador é Deus” (Hebreus 11:10), “Nela jamais entrará algo impuro, nem ninguém que pratique o que é vergonhoso ou enganoso, mas unicamente aqueles cujos nomes estão escritos no livro da vida do Cordeiro” (Apocalipse 21:27). Nomes como o de Jacó, um homem pecador como eu e você, que nasceu lutando; viveu enganando; entretanto morreu abençoando.
Jacó nasceu lutando. Ser amado
por Deus e por Ele abençoado não significa que a nossa vida será um mar de
rosas. Senão vejamos: Sua primeira batalha foi com seu
irmão ainda no ventre materno. ‘Os meninos se empurravam dentro dela,
pelo que disse: "Por que está me acontecendo isso?" Foi então
consultar o Senhor. Disse-lhe o Senhor: "Duas nações estão em seu ventre,
já desde as suas entranhas dois povos se separarão; um deles será mais forte
que o outro, mas o mais velho servirá ao mais novo”’ (Gênesis 25:22,23).
Quando atravessava profunda angústia de morte precisando de consolo o que ele
teve que fazer foi lutar “com Deus”: ‘Então disse o homem: "Seu
nome não será mais Jacó, mas sim Israel, porque você lutou com Deus e com
homens e venceu"’ (Gênesis 32:28). Em sua primeira batalha, “com
homens”, Jacó nasceu fisicamente com o nome que significa: “que
pega no calcanhar, suplantador ou enganador”. Já segunda batalha, “com
Deus”, nasceu espiritualmente, seu nome foi mudado para Israel: “aquele
que luta com Deus” ou “Deus prevalece”, diante do Deus
que prevalece “chamou Jacó o nome daquele lugar Peniel, porque dizia:
Tenho visto a Deus face a face, e a minha alma foi salva” (Gênesis 32:30).
Mas como em toda batalha, os ferimentos de guerra são inevitáveis, Jacó ao ser
abençoado teve sua coxa deslocada, pois “Quando o homem viu que não
poderia dominá-lo, tocou na articulação da coxa de Jacó, de forma que lhe
deslocou a coxa, enquanto lutavam. Ao nascer do sol atravessou Peniel, mancando
por causa da coxa. Por isso, até o dia de hoje, os israelitas não comem o
músculo ligado à articulação do quadril, porque nesse músculo Jacó foi ferido”
(Gênesis 32:25;31,32). Ele ainda participou de uma outra batalha contra os
amorreus: “E a você, como alguém que está acima de seus irmãos, dou a
região montanhosa que tomei dos amorreus com a minha espada e com o meu
arco" (Gênesis 48:22).
Jacó é um lutador. Mas se
isso não bastasse, Jacó viveu enganando e se aproveitando das pessoas outro aspecto
negativo da vida de Jacó. Ele tirou proveito e enganou por duas vezes seu próprio
irmão ‘E disse Esaú: "Não é com razão que o seu nome é Jacó? Já é a
segunda vez que ele me engana! Primeiro, tomou o meu direito de filho mais
velho e agora recebeu a minha bênção! " Então perguntou ao pai: "O senhor
não reservou nenhuma bênção para mim?" (Gênesis 27:36).
Jacó enganou seu pai: ‘Jacó
aproximou-se do seu pai Isaque, que o apalpou e disse: "A voz é de Jacó,
mas os braços são de Esaú". Não o reconheceu, pois seus braços estavam
peludos como os de Esaú, seu irmão; e o abençoou. Isaque perguntou-lhe outra
vez: "Você é mesmo meu filho Esaú? " E ele respondeu: "Sou"’
(Gênesis 27:22-24).
Jacó enganou seu sogro
algumas vezes: “Jacó separava os filhotes do rebanho dos demais, e fazia
com que esses ficassem juntos dos animais listrados e pretos de Labão. Assim
foi formando o seu próprio rebanho que separou do de Labão” (Gênesis
30:40). Mas por Labão também foi engando inúmeras vezes, neste relacionamento
complicado operava a lei de Gerson: “Contudo, os perversos e impostores
irão de mal a pior, enganando e sendo enganados” (2 Timóteo 3:13).
Após seu
encontro com Deus no vale de Jaboque, onde lutou a luta de sua vida, Jacó o
enganador, é transformado em Israel, e agora ciente de que em qualquer luta “Deus
prevalece”, ele evita o confronto e começa a colocar em prática a promessa
que fez a Deus quando fugia da fúria de Esaú: ‘Então Jacó fez um voto,
dizendo: "Se Deus estiver comigo, cuidar de mim nesta viagem que estou fazendo,
prover-me de comida e roupa, e levar-me de volta em segurança à casa de meu
pai, então o Senhor será o meu Deus’ (Gênesis 28:20,21).
Somente depois da luta
abençoadora com Deus, da qual saiu com uma deficiência física, surge
um novo homem que pode finalmente entender que havia nascido para ser uma benção às
nações, tal qual seu avô e pai: ‘Depois que Jacó retornou de Padã-Arã,
Deus lhe apareceu de novo e o abençoou, dizendo: "Seu nome é Jacó, mas
você não será mais chamado Jacó; seu nome será Israel". Assim lhe deu o
nome de Israel. E Deus ainda lhe disse: "Eu sou o Deus Todo-poderoso; seja
prolífero e multiplique-se. De você procederão uma nação e uma comunidade de
nações, e reis estarão entre os seus descendentes. A terra que dei a Abraão e a
Isaque, dou a você; e também aos seus futuros descendentes darei esta
terra"’ (Gênesis 35:9-12). Só a partir desta transformação de vida e
entendimento vemos por diversas vezes Jacó abençoando pela fé.
“Pela fé Jacó,
abençoou” a Faraó: ‘Então José levou seu pai Jacó
ao faraó e o apresentou a ele. Depois Jacó abençoou o faraó, e este lhe
perguntou: "Quantos anos o senhor tem?" Jacó respondeu ao faraó:
"São cento e trinta os anos da minha peregrinação. Foram poucos e difíceis
e não chegam aos anos da peregrinação dos meus antepassados". Então, Jacó
abençoou o faraó e retirou-se’ (Gênesis 47:7-10);
“Pela fé Jacó, à
beira da morte, abençoou cada um dos filhos de José”, colocando
o mais novo acima do mais velho: ‘E José tomou os dois, Efraim à sua direita,
perto da mão esquerda de Israel, e Manassés à sua esquerda, perto da mão
direita de Israel, e os aproximou dele. Israel, porém, estendeu a mão direita e
a pôs sobre a cabeça de Efraim, embora este fosse o mais novo e, cruzando os
braços, pôs a mão esquerda sobre a cabeça de Manassés, embora Manassés fosse o
filho mais velho. E abençoou a José, dizendo: "Que o Deus, a quem serviram
meus pais Abraão e Isaque, o Deus que tem sido o meu pastor em toda a minha
vida até o dia de hoje, o Anjo que me redimiu de todo o mal, abençoe estes
meninos. Sejam eles chamados pelo meu nome e pelos nomes de meus pais Abraão e
Isaque, e cresçam muito na terra". Quando José viu seu pai colocar a mão
direita sobre a cabeça de Efraim, não gostou; por isso pegou a mão do pai, a
fim de mudá-la da cabeça de Efraim para a de Manassés, e lhe disse: "Não,
meu pai, este aqui é o mais velho; ponha a mão direita sobre a cabeça
dele". Mas seu pai recusou-se e respondeu: "Eu sei, meu filho, eu
sei. Ele também se tornará um povo, também será grande. Apesar disso, seu irmão
mais novo será maior do que ele, e seus descendentes se tornarão muitos
povos". Assim, Jacó os abençoou naquele dia, dizendo: "O povo de
Israel usará os seus nomes para abençoar uns aos outros: Que Deus faça a você
como fez a Efraim e a Manassés!" E colocou Efraim à frente de Manassés’
(Gênesis 48:13-20).
“Pela fé Jacó, à
beira da morte, abençoou” seus 12 filhos: ‘Então
Jacó chamou seus filhos e disse: "Ajuntem-se a meu lado para que eu lhes
diga o que lhes acontecerá nos dias que virão. "Reúnam-se para ouvir,
filhos de Jacó; ouçam o que diz seu pai Israel. São esses os que formaram as
doze tribos de Israel, e foi isso que seu pai lhes disse, ao abençoá-los, dando
a cada um a bênção que lhe pertencia’ (Gênesis 49:1,2;28).
Finalmente, Jacó descansou
de suas lutas e morreu abençoando, morreu adorando pois “adorou a Deus,
apoiado na extremidade do seu bordão”. Pela fé Jacó passa adiante a
bênção, apoiado em seu inseparável cajado, símbolo de sua peregrinação nesta
terra pois enquanto a ponta inferior do bordão tocava a terra, a parte superior
do cajado, aponta para o alto, para o alvo de sua verdadeira Pátria, a
Celestial e de sua ressurreição. “Desta maneira atestam que na fé o limite
da morte deixa de ser um limite.”1
Pr. José de Arimatéa Nascimento
Servo de Cristo Jesus
1 - Carta aos Hebreus: Comentário Esperança - Código 398 - W. Loew, pág 94.
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