Senhor, não permitas que o meu coração se volte para o mal, nem que eu me envolva em práticas perversas com os malfeitores.
“Coloca, Senhor, uma guarda à minha boca; vigia a porta de meus lábios” (Salmos 141:3).
“Cala boca já morreu quem manda na minha boca sou eu”! Estes que falam pelos cotovelos certamente já “perderam uma boa oportunidade de ficarem calados”. Porque: “Quando são muitas as palavras o pecado está presente, mas quem controla a língua é sensato” (Provérbios 10:19). Como diz um provérbio popular: “quem fala demais dá bom dia a cavalo” e, por conta disto ou passaram vergonha ou envenenaram alguém com a língua cheia de peçonha, visto que “a língua, porém, ninguém consegue domar. É um mal incontrolável, cheio de veneno mortífero” (Tiago 3:8). Tolo, insensato, são adjetivos usados para descrever aquele que machuca, fere e chega a matar com suas palavras. ‘Vê que ameaças saem de suas bocas; seus lábios são como espadas, e dizem: "Quem nos ouvirá?”’ (Salmos 59:7), sua loucura é tal, a ponto de ficarem inebriados com a soberba e assim arrotarem palavras que os condenam ‘Cada um mente ao seu próximo; seus lábios bajuladores falam com segundas intenções. Que o Senhor corte todos os lábios bajuladores e toda língua arrogante dos que dizem: "Venceremos graças à nossa língua; somos donos dos nossos lábios! Quem é senhor sobre nós?”’ (Salmos 12:2-4). Ao falar irresponsavelmente ele atrai sobre si as consequências de seus atos, entretanto, “Quem guarda a sua boca guarda a sua vida, mas quem fala demais acaba se arruinando” (Provérbios 13:3). Portanto “Eu disse: Vigiarei a minha conduta e não pecarei em palavras; porei mordaça em minha boca enquanto os ímpios estiverem na minha presença” (Salmos 39:1).
Contudo, diante da
dificuldade de: manter-se em silêncio, domar os seus lábios e ciente das terríveis
consequências impostas a “quem fala demais”, o salmista roga ao Senhor
pedindo: “Coloca, Senhor, uma guarda à minha boca”, ele não diz “eu
coloquei”, mas “Coloca Senhor”. A questão é tão séria que é
necessário a ação Divina para manter a língua quieta. Creio que esta sábia
atitude do salmista vem depois de ouvir sua própria oração: “Quem dera
matasses os ímpios, ó Deus! Afastem-se de mim os assassinos! (...), Acaso não
odeio os que te odeiam, Senhor? E não detesto os que se revoltam contra ti?
Tenho por eles ódio implacável! Considero-os inimigos meus!” (Salmos
139:19-22). Só depois de proferir estas palavras, ele observa “assustado”,
porque elas foram ditas em sua oração, por seus próprios lábios, sua conclusão
revela que “Com a língua bendizemos ao Senhor e Pai, e com ela
amaldiçoamos os homens, feitos à semelhança de Deus. Da mesma boca procedem
bênção e maldição. Meus irmãos, não pode ser assim!” (Tiago 3:9,10). Portanto,
antes de proferir qualquer palavra é necessário rogar: “Sonda-me, ó Deus,
e conhece o meu coração; prova-me, e conhece as minhas inquietações” (Salmos
139:23).
Só Deus conhece as
verdadeiras “inquietações dos nossos corações”, por isso é
necessário que Ele: “coloque a trava”; é imperativo que
Ele: “sonde o meu, o seu coração”, para não agirmos como “Raça
de víboras, como podem vocês, que são maus, dizer coisas boas? Pois a boca fala
do que está cheio o coração. O homem bom, do seu bom tesouro, tira coisas boas,
e o homem mau, do seu mau tesouro, tira coisas más” (Mateus 12:34,35),
e não sermos considerados “Hipócritas! Bem profetizou Isaías acerca de
vocês, dizendo: ‘Este povo me honra com os lábios, mas o seu coração está longe
de mim” (Mateus 15:7,8), numa época em que as pessoas falam, postam,
compartilham, precisamos de travas não só os lábios, mas também teclados e
dedos!
Para não sermos chamados de “Raça
de víboras” e “hipócritas”, é indispensável tirar a trava
dos lábios e gritar “Sonda-me, ó Deus”, pois, “Quem de vocês quer amar a
vida e deseja ver dias felizes? Guarde a sua língua do mal e os seus lábios da
falsidade” (Salmos 34:12,13), falsidade e maldade que precisam ser
confessadas “Então gritei: Ai de mim! Estou perdido! Pois sou um homem de
lábios impuros e vivo no meio de um povo de lábios impuros; e os meus olhos
viram o Rei, o Senhor dos Exércitos!” (Isaías 6:5). Para alívio nosso a
resposta do Senhor não demora: ‘“Eu vi os seus caminhos, mas vou
curá-lo; eu o guiarei e tornarei a dar-lhe consolo, criando louvor nos lábios
dos pranteadores de Israel. Paz, paz, aos de longe e aos de perto", diz o
Senhor. "Quanto a ele, eu o curarei”’ (Isaías 57:18,19); “Com
ela tocou a minha boca e disse: "Veja, isto tocou os seus lábios; por
isso, a sua culpa será removida, e o seu pecado será perdoado" (Isaías
6:7).
Palavras são preciosidades
nos lábios do sábio, mas uma sepultura na boca do insensato: “As palavras
dos sábios espalham conhecimento; mas o coração dos tolos não é assim”
(Provérbios 15:7). Minha oração é que a trava esteja em nossos lábios para
evitar o mal e, quando abrirmos a nossa boca seja para abençoar ao nosso próximo,
e assim as pessoas possam dizer a nosso respeito: “És dos homens o mais
notável; derramou-se graça em teus lábios, visto que Deus te abençoou para
sempre” (Salmos 45:2); “Portanto, ofereçamos sempre por ele a
Deus sacrifício de louvor, isto é, o fruto dos lábios que confessam o seu nome”
(Hebreus 13:15).
Com palavras doces em amor;
Ou talvez algumas almas tristes alcançar,
Com a mensagem do Senhor!” (Hino 417 C.C.).
Pr. José de Arimatéa Nascimento
Servo de Cristo Jesus
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