Ó Deus, tu és o meu protetor. Tira-me desta prisão de medo e pavor; para que eu te agradeça em público!


“Liberta-me da prisão, e renderei graças ao teu nome. Então os justos se reunirão à minha volta por causa da tua bondade para comigo” (Salmos 142:7).

Há quase dois mil anos atrás, dois homens foram jogados em uma prisão, eles deveriam permanecer encarcerados até serem estrangulados em público, exceto se tivessem a sorte de morrer por causas naturais antes. Entretanto estes homens injustamente condenados, em uma madrugada escura e fria começam a clamar provavelmente dizendo: “Clamo a ti, Senhor, e digo: "Tu és o meu refúgio; és tudo o que tenho que na terra dos viventes” (Salmos 142:5) e entoar cânticos de louvor e gratidão ao Deus fiel e amoroso, o cântico dos verdadeiros adoradores, talvez eles dissessem: “Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, Pai das misericórdias e Deus de toda consolação, que nos consola em todas as nossas tribulações, para que, com a consolação que recebemos de Deus, possamos consolar os que estão passando por tribulações. Pois assim como os sofrimentos de Cristo transbordam sobre nós, também por meio de Cristo transborda a nossa consolação” (2 Coríntios 1:3-5). Ou ainda: “Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos abençoou com todas as bênçãos espirituais nas regiões celestiais em Cristo. Porque Deus nos escolheu nele antes da criação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis em sua presença” (Efésios 1:3,4). De qualquer forma os que estão a sua volta não conseguem entender como podem cantar aqueles que “Depois de serem severamente açoitados, foram lançados na prisão” (Atos 16:23), com ordem expressa para que os castigos tivessem continuidade: “O carcereiro recebeu instrução para vigiá-los com cuidado” (Atos 16:23). Tanto que “Tendo recebido tais ordens, ele os lançou no cárcere interior e lhes prendeu os pés no tronco” (Atos 16:24), jogados em um local abaixo da prisão normal, com pouca entrada de ar e luz, úmido e abafado.  O teto muito rebaixado traz uma sensação claustrofóbica apavorante, reforçada pelas grades de ferro negro, além do chão úmido e o mofo nas paredes. Não há luxo ou conforto, sua única alegria é a certeza de que Deus não os abandonou: “Pois estou convencido de que nem morte nem vida, nem anjos nem demônios, nem o presente nem o futuro, nem quaisquer poderes, nem altura nem profundidade, nem qualquer outra coisa na criação será capaz de nos separar do amor de Deus que está em Cristo Jesus, nosso Senhor” (Romanos 8:38,39). Convictos desta verdade, “Por volta da meia-noite, Paulo e Silas estavam orando e cantando hinos a Deus; os outros presos os ouviam” (Atos 16:25). Que cena maravilhosa, em meio ao caos, eles oravam e cantavam, mesmo com terríveis dores e sangue escorrendo por seus corpos.

Isto está acontecendo com o homem que tempos atrás tinha a “liberdade” para ir e vir por toda e qualquer parte, revestido de autoridade, que “assolava a igreja, entrando pelas casas; e, arrastando homens e mulheres, os encerrava na prisão” (Atos 8:3). Um homem muito religioso: “circuncidado no oitavo dia de vida, pertencente ao povo de Israel, à tribo de Benjamim, verdadeiro hebreu; quanto à lei, fariseu; quanto ao zelo, perseguidor da igreja; quanto à justiça que há na lei, irrepreensível” (Filipenses 3:5,6). Que agarrado às suas tradições religiosas fechava seu coração para a verdade! E o que é pior, mentia para si mesmo dizendo: "Somos descendentes de Abraão e NUNCA FOMOS ESCRAVOS DE NINGUÉM. Como você pode dizer que seremos livres?” (João 8:33); garantem aquele que durante 400 anos foram escravos no Egito e que agora estão debaixo do julgo Romano, o que nos faz lembrar que: “O pior cego é aquele que não quer ver”. Sustentados nesta mentira e na sua ignorância espiritual pensava gozar de plena liberdade, quando na verdade era prisioneiro do pecado: “Jesus respondeu: "Digo-lhes a verdade: Todo aquele que vive pecando é escravo do pecado” (João 8:34).

Saulo o “perseguidor da igreja”, pensava ser livre, mas na verdade era “escravo do pecado”; precisou ficar cego para enxergar as suas cadeias. E agora Paulo, o Apóstolo, está preso, mas de fato, gozando da verdadeira liberdade, porque fora “liberto da prisão, do cárcere das trevas”, e agora “rende graças ao Senhor”, independentemente das circunstâncias, adora Seu libertador “em Espírito e em Verdade”, pois está em boa companhia “Ora, o Senhor é o Espírito; e onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade” (2ª Coríntios 3:17). Quando estamos com Deus há liberdade mesmo no “cárcere” e com “os pés no tronco”.

Esta verdadeira liberdade alcançou os presos que os ouviam cantar! Alcança o carcereiro - um prisioneiro suicida: “O carcereiro acordou e, (...), desembainhou sua espada para se matar” (Atos 16:27); porém o Senhor da vida e da liberdade verdadeira o alcançou: “Então os levou para a sua casa, serviu-lhes uma refeição e com todos os de sua casa alegrou-se muito por haver crido em Deus” (Atos 16:34).

Em tempo de tornozeleiras eletrônicas precisamos lembrar que a verdadeira liberdade não consiste na ausência de algemas. Mas, em conhecer o verdadeiro e único Deus como Salvador, portanto Libertador das nossas almas, “E conhecerão a verdade, e a verdade os libertará". – “Portanto, se o Filho os libertar, vocês de fato serão livres” (João 8:32 e 36), porquanto “O espírito do Senhor DEUS está sobre mim; porque o SENHOR me ungiu, para pregar boas novas aos mansos; enviou-me a restaurar os contritos de coração, a proclamar liberdade aos cativos, e a abertura de prisão aos presos” (Isaías 61:1); “Para abrir os olhos dos cegos, para tirar da prisão os presos, e do cárcere os que jazem em trevas” (Isaías 42:7).

Quero lembrar que vivemos num mundo injusto, onde os justos, tal qual Paulo e Silas, têm como destino os cárceres interiores. Entretanto vivemos pela fé na Palavra de Deus que nos anima dizendo: “Nada temas das coisas que hás de padecer. Eis que o diabo lançará alguns de vós na prisão, para que sejais tentados; (...). Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida” (Apocalipse 2:10). Se isso acontecer em sua vida “(...), regozijando-se de terem sido julgados dignos de padecer afronta pelo nome de Jesus” (Atos 5:41). Então siga clamando e cantando: “Clamo a ti, Senhor, e digo: "Tu és o meu refúgio; és tudo o que tenho que na terra dos viventes. Dá atenção ao meu clamor, pois estou muito abatido; livra-me dos que me perseguem, pois são mais fortes do que eu. Liberta-me da prisão, e renderei graças ao teu nome. Então os justos se reunirão à minha volta por causa da tua bondade para comigo" (Salmos 142:5-7). Aleluia!!!

Leia na próxima Publicação: "Vivifica-me, ó Senhor, por amor do Teu Nome; por amor da Tua Justiça, tira a minha alma da angústia."
Se você foi abençoado, abençoe também, não deixe de compartilhar.

“Ó talvez alguma vida possas alegrar,
Com palavras doces em amor;
Ou talvez algumas almas tristes alcançar,
Com a mensagem do Senhor!” (Hino 417 C.C.).
No amor de Cristo,
Pr. José de Arimatéa Nascimento
Servo de Cristo Jesus

Comentários