Minha voz soluça de agonia ao descrever a dor do cativeiro. Entretanto, concede-me o Senhor o seu fiel amor de dia! Que de noite esteja comigo a sua canção.
“Ali, nos salgueiros penduramos as nossas harpas” (Salmos 137:2).
“Saudade, palavra triste quando se perde um grande amor. Na estrada longa da vida eu vou chorando a minha dor...”1.
Manter-se fiel mesmo diante
da “grande babilônia, a mãe das prostituições e abominações da terra”
(Apocalipse 17:5), este é o desafio diário que cada cidadão dos céus (quem tem
em Sião a sua pátria), ao se verem impedidos de retornar ao lar, vertem
lágrimas de tristeza, nostalgia e humilhação pois foram arrancados de sua
pátria amada, e agora “Junto aos rios da Babilônia nós nos sentamos e
choramos com saudade de Sião” (Salmos 137:1). Sua voz soluça de agonia
ao descrever a dor do cativeiro, pois Sião que fora esquecida nos dias de prosperidade
e liberdade, agora é lembrada na adversidade, na distante Babilônia "sentávamos"
e "chorávamos" como num canto fúnebre.
"Lembrar-se de
Sião" antes uma obrigação que já foi a fonte de
alegria, agora diante das circunstâncias tornam-se lembranças tristes, como
não sentir saudades deste local escolhido pelo próprio Deus para Sua habitação? Pois “O Senhor escolheu Sião, com o desejo de fazê-la sua habitação”
(Salmos 132:13), e local de júbilo e adoração “Canta alegremente, ó filha
de Sião; rejubila, ó Israel; regozija-te, e exulta de todo o coração, ó filha
de Jerusalém” (Sofonias 3:14). Uma terra onde para entrar, tiram-se
as sandálias dos pés, porque é terra Santa.
Aqueles que contemplaram os
Montes inabaláveis de Sião, jamais se contentarão em viver longe dos seus
muros. Longe do rio Jordão que é regado pelo orvalho do Hermom, que desce sobre
os montes de Sião levando vida ao deserto árido! É ali em Sião que: “o
Senhor concede a bênção” (Salmos 133:3). Sião, fonte de inspiração para
o dedilhar das harpas, onde com alegria se ouve a voz dos adoradores em alegria
dizendo: “Levantem as mãos na direção do santuário e bendigam ao Senhor!”
(Salmos 134:2).
Se não bastasse a humilhação
do cativeiro, ‘os nossos captores pediam-nos canções, os nossos
opressores exigiam canções alegres, dizendo: "Cantem para nós uma das
canções de Sião”’ (Salmos 137:3); Cantem para divertimento dos seus
captores. Este simples e inocente pedido na verdade colocava em xeque o nosso
amor e fidelidade ao Deus eterno. Uma vez que os judeus, não podiam cantar canções
religiosas em uma terra estrangeira porque estavam comprometidos com a adoração
de YHWH. Entretanto, dizem eles: “não há nada de mais em cantar uma de
suas canções para nos alegrar”. “Não há nada de errado com o espetáculo
teatral: O Evangelho Segundo Jesus, Rainha do Céu - que traz uma travesti
representando Jesus Cristo, trata-se de arte! Deixe de ser intolerante, não
seja homofóbico!".
Diante de tal abominação,
precisamos “sentar e chorar” e como resposta dizer: “penduramos
as nossas harpas”. Não nos contaminaremos com os manjares da Babilônia,
antes nos manteremos fiéis ao nosso Deus tal qual Daniel, que: “contudo,
decidiu não se tornar impuro com a comida e com o vinho do rei, e pediu ao
chefe dos oficiais permissão para se abster deles” (Daniel 1:8). Ou mesmo “Ananias, Misael e Azarias”, (Daniel 1:7), que com coragem ‘responderam
ao rei: "Ó Nabucodonosor, não precisamos defender-nos diante de ti. Se
formos atirados na fornalha em chamas, o Deus a quem prestamos culto pode
livrar-nos, e ele nos livrará das suas mãos, ó rei. Mas, se ele não nos livrar,
saiba, ó rei, que NÃO PRESTAREMOS CULTO AOS SEUS DEUSES NEM ADORAREMOS A IMAGEM
DE OURO QUE MANDASTE ERGUER”’ (Daniel 3:16-18).
Infelizmente a muito tempo
a igreja vem perdendo a condição de salgar, “igreja” aceitando o que a Bíblia
condena, pessoas choram em comemoração à legalização do aborto na Irlanda. Um
país que se diz católico, isso revela que “a mãe das prostituições e
abominações da terra” está sendo atendida em suas exigências, dizendo: "Cantem
para nós uma das canções de Sião".
Diante de tamanha insensatez
o fiel responde: “Como poderíamos cantar as canções do Senhor numa terra
estrangeira? Que a minha mão direita definhe, ó Jerusalém, se eu me esquecer de
ti! Que a língua se me grude ao céu da boca, se eu não me lembrar de ti, e não
considerar Jerusalém a minha maior alegria!” (Salmos 137:4-6). Esta é a
resposta daqueles que não perderam a noção de sua condição de representantes
legítimos do Reino de Deus, embaixadores do Rei dos Reis, Templo do Santo dos
Santos e como tal não podem negociar o que é sagrado; misturar o que é Santo
para satisfazer o profano; como fizeram os ímpios: “Então trouxeram as
taças de ouro que tinham sido tomadas do templo de Deus em Jerusalém; e o rei e
os seus nobres, as suas mulheres e as suas concubinas, beberam nas taças”. -
Daniel 5:3, a recompensa para estes infiéis, foi escrita pelo próprio dedo de Deus
“MENE, MENE, TEQUEL, PARSIM” (Daniel 5:25). Portanto, "sentem-se"
e "chorem”, em uma confissão de alegria mudada em tristeza
que diz: "penduramos as nossas harpas”. “Em lembrança de alegrias perdidas. Suas harpas estavam
associadas a um passado glorioso. Não podiam esquecer esse passado. Conservavam
o velho bom costume. Há sempre à mão os meios de recordar”2. Então
recorde o “velho bom costume” que diz: "Não deem o que é
sagrado aos cães, nem atirem suas pérolas aos porcos; caso contrário, estes as
pisarão e, aqueles, voltando-se contra vocês, os despedaçarão" (Mateus
7:6).
Mesmo diante da ameaça de
morte, devemos nos manter fiéis ao nosso Deus. A fidelidade de Daniel
o tirou da cova dos leões intacto, a fidelidade de “Hananias, Misael e
Azarias” os livrou das chamas infernais da morte. Todos se recusaram a tocar
por causa da pecaminosidade de seus captores e em fidelidade a Deus “penduraram
as suas harpas”. Porque é preferível manter-se fiel agradando a Deus do
que a homens, como está escrito: “Acaso busco eu agora a aprovação
dos homens ou a de Deus? Ou estou tentando agradar a homens? Se eu ainda
estivesse procurando agradar a homens, não seria servo de Cristo” (Gálatas
1:10). Lembre-se: “Seja fiel até a morte, e eu lhe darei a coroa da vida”
(Apocalipse 2:10).
Com palavras doces em amor;
Ou talvez algumas almas tristes alcançar,
Com a mensagem do Senhor!” (Hino 417 C.C.).
Pr. José de Arimatéa Nascimento
Servo de Cristo Jesus
1 – "Meu primeiro
amor" (Herninio Giménez)
2 - Charles H. Spurgeon, Esboços Bííblliicos de Sallmos. (Salmo 137)
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