“Felizes são vocês!” - Parte 19 – Felizes são vocês homens que se transformam em crianças na fé, meninos na malícia, e adultos no entendimento.
“Então disse Jesus: "Deixem vir a mim as crianças e não as impeçam; pois o Reino dos céus pertence aos que são semelhantes a elas".” (Mateus 19:14).
Hoje é Dia das Crianças. Dia da simples alegria, de brincar e se divertir sem as preocupações de um adulto que já se esqueceu o quanto é bom ser criança. O sonho da criança é poder crescer “Eu vou crescer, eu vou crescer. Crescer, crescer, crescer, crescer para Jesus. E quando eu estiver deste tamanho assim. Eu quero trabalhar pra o meu Jesus sem fim”. Já o adulto lamenta dizendo: “Oh! que saudades que tenho, da aurora da minha vida, da minha infância querida, que os anos não trazem mais!”1 E quando a situação aperta por conta da arrogância daquele que acha que não deve satisfação a ninguém, porque é dono do seu próprio nariz, a realidade o faz desejar o colo do pai: “Quero ser como criança, te amar pelo que és, voltar à inocência e acreditar em Ti. Mas às vezes sou levado, pela vontade de crescer, torno-me independente e deixo de simplesmente crer.”2
Pessoas
costumam dizer que se pudessem voltar ao passado, sabendo o que sabem hoje mudariam
completamente a sua vida, não cometeriam os mesmos erros. Certamente ela
seria uma criança chata com o coração e a mente corrompida de um adulto. Na
verdade, nós deveríamos pensar diferente para mudar a nossa vida hoje: sou adulto,
não posso voltar ao passado. De volta para o futuro não passa de ficção; mas, posso mudar o meu futuro a partir de agora, renovando a minha mente em Cristo e purificando
o meu coração, para que ele seja tal qual o coração de uma criança inocente.
Queridos, o Reino de Deus é composto de adultos com coração infantil, um coração puro, sem malícia, onde o amor não está contaminado por interesse próprio. Prova disto é que sua mente sempre está pronta a aprender mais sobre o Reino de Deus, ela é dona de uma consciência limpa e de uma fé verdadeira, fé que não foi corrompida.
Portanto meus queridos, neste Dia das Crianças “O objetivo desta
instrução é o amor que procede de um coração puro, de uma boa consciência e de
uma fé sincera” (1 Timóteo 1:5). Para que assim meus “Irmãos, deixem de
pensar como crianças. Com respeito ao mal, sejam crianças; mas, quanto ao modo
de pensar, sejam adultos” (1 Coríntios 14:20). Pois o Reino de Deus é feito de
pessoas que são, no seu coração, como crianças e na sua mente, a mente de Cristo,
visto que: “quem é espiritual discerne todas as coisas, e ele mesmo por
ninguém é discernido; pois "quem conheceu a mente do Senhor para que possa
instruí-lo?" Nós, porém, temos a mente de Cristo” (1 Coríntios
2:15,16).
É interessante
notar como as crianças são desprezadas em nosso meio. Geralmente não ouvimos o
que elas têm a dizer porque julgamos que elas nada têm a acrescentar. Então mandamos
que se calem, agindo como senhores e mestres da verdade que não precisam da
opinião de reles fedelhos. E em consequência da nossa atitude infantil, geralmente
passamos vergonha: “Mas quando os chefes dos sacerdotes e os mestres da
lei viram as coisas maravilhosas que Jesus fazia e as crianças gritando no
templo: "Hosana ao Filho de Davi", ficaram indignados, e lhe
perguntaram: "Não estás ouvindo o que estas crianças estão dizendo?"
Respondeu Jesus: "Sim, vocês nunca leram: ‘dos lábios das crianças e dos
recém-nascidos suscitaste louvor’?" (Mateus 21:15,16). Pois como
sacerdote e mestres da lei, deveremos saber que “Dos lábios das crianças
e dos recém-nascidos firmaste o teu nome como fortaleza, por causa dos teus
adversários, para silenciar o inimigo que busca vingança” (Salmos 8:2).
Quero lembrar que foi uma criança de 12 anos que deixou os mestres da lei
boquiabertos: “Depois de três dias o encontraram no templo, sentado entre
os mestres, ouvindo-os e fazendo-lhes perguntas. Todos os que o ouviam ficavam
maravilhados com o seu entendimento e com as suas respostas” (Lucas
2:46,47).
Por isso
Jesus não só chama as crianças para Si "Deixem vir a mim as
crianças e não as impeçam”; como as coloca como exemplo a ser seguido
pelos adultos “o Reino dos céus pertence aos que são semelhantes a elas.”
Semelhantes em pureza, humildade, confiança e compromisso: “Quando seus
pais o viram, ficaram perplexos. Sua mãe lhe disse: "Filho, por que você
nos fez isto? Seu pai e eu estávamos aflitos, à sua procura". Ele
perguntou: "Por que vocês estavam me procurando? Não sabiam que eu devia
estar na casa de meu Pai?" (Lucas 2:48,49).
Por conta
de sua humildade, uma criança sempre está pronta a aprender, a receber
presentes; ela sabe da sua pequenez diante dos “grandes”. “Ora, Samuel
ainda não conhecia o Senhor. A palavra do Senhor ainda não lhe havia sido
revelada. O Senhor chamou Samuel pela terceira vez. Ele se levantou, foi até
Eli e disse: "Estou aqui; o senhor me chamou?" Então Eli percebeu que
o Senhor estava chamando o menino e lhe disse: "Vá e deite-se; se ele
chamá-lo, diga: ‘Fala, Senhor, pois o teu servo está ouvindo’". Então
Samuel foi se deitar. O Senhor voltou a chamá-lo como nas outras vezes:
"Samuel, Samuel! "Então Samuel disse: "Fala, pois o teu servo
está ouvindo".” (1 Samuel 3:7-10).
Além
disso, a criança tem uma confiança não fingida que o leva a vender peixes e pães
na beira do mar, concorrendo com grandes pescadores que nada tinham e ainda
agem como adultos incrédulos: “Está aqui um menino que tem cinco pães de
cevada e dois peixinhos. Mas o que é isso para tanta gente?” (João 6:9).
Sua atitude simples foi capaz de alimentar uma multidão: “Disse Jesus:
"Mandem o povo assentar-se". Havia muita grama naquele lugar, e todos
se assentaram. Eram cerca de cinco mil homens. Então Jesus tomou os pães, deu
graças e os repartiu entre os que estavam assentados, tanto quanto queriam; e
fez o mesmo com os peixes. Depois que todos receberam o suficiente para comer,
disse aos seus discípulos: "Ajuntem os pedaços que sobraram. Que nada seja
desperdiçado". Então eles os ajuntaram e encheram doze cestos com os
pedaços dos cinco pães de cevada deixados por aqueles que tinham comido”
(João 6:10-13)
Com isso,
podemos compreender a importância que Jesus dá ao fato de ser como uma criança; “Naquele momento os discípulos chegaram a Jesus e perguntaram: "Quem
é o maior no Reino dos céus?" Chamando uma criança, colocou-a no meio
deles, e disse: "Eu lhes asseguro que, a não ser que vocês se convertam e
se tornem como crianças, jamais entrarão no Reino dos céus. Portanto, quem se
faz humilde como esta criança, este é o maior no Reino dos céus. "Quem
recebe uma destas crianças em meu nome, está me recebendo” (Mateus
18:1-5). Então muito "Cuidado para não desprezarem um só destes
pequeninos! Pois eu lhes digo que os anjos deles nos céus estão sempre vendo a
face de meu Pai celeste” (Mateus 18:10).
Portanto
“Felizes são vocês!” – que se fizeram como crianças e agora tem o privilégio
de chamar alguém de “Pai”: “Vocês, orem assim: ‘Pai nosso, que
estás nos céus! Santificado seja o teu nome” (Mateus 6:9). “Pois
vocês não receberam um espírito que os escravize para novamente temer, mas
receberam o Espírito que os adota como filhos, por meio do qual clamamos:
"Aba, Pai".” (Romanos 8:15). Neste sentido nós os adultos
temos de nos tornar novamente crianças, que em tudo dependem do Pai, confiante
de que Ele sempre nos dará o melhor, pois “Qual de vocês, se seu
filho pedir pão, lhe dará uma pedra? Ou se pedir peixe, lhe dará uma cobra? Se
vocês, apesar de serem maus, sabem dar boas coisas aos seus filhos, quanto mais
o Pai de vocês, que está nos céus, dará coisas boas aos que lhe pedirem!”
(Mateus 7:9-11).
Deste
modo “Felizes são vocês!” – que simplesmente se entregaram de forma singela,
como uma criança aos cuidados do Pai e agora podem dizer: “Senhor, o meu
coração não é orgulhoso e os meus olhos não são arrogantes. Não me envolvo com
coisas grandiosas nem maravilhosas demais para mim. De fato, acalmei e tranquilizei
a minha alma. Sou como uma criança recém-amamentada por sua mãe; a minha alma é
como essa criança” (Salmos 131:1,2).
Pr. José de Arimatéa Nascimento
Servo de Cristo Jesus
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