Vivifica-me, ó Senhor, por amor do Teu Nome; por amor da Tua Justiça, tira a minha alma da angústia.
“O meu espírito se desanima; o meu coração está em pânico” (Salmos 143:4).
Ao meditar neste salmo, o Senhor me fez voltar ao passado, na época de adolescência / juventude. Tínhamos na igreja um grupo de jovens e adolescentes muito fervorosos, alguns destes insatisfeitos com a “frieza” da Igreja oravam a Deus pedindo imaturamente por perseguição. Na contramão destes jovens afoitos, Davi, entretanto, ora rogando justamente o contrário, diz ele: “Livra-me dos meus inimigos, Senhor, pois em ti eu me abrigo” (Salmos 143:9). Infelizmente, o que em princípio parecia uma atitude louvável de fé daqueles jovens de fogo, foi o início da derrocada espiritual de cada um deles, uns se desviaram, outros esfriaram na fé e nunca mais foram os mesmos. Uma vez que, a realidade das perseguições tão almejada, só revelaram que eles não estavam espiritualmente preparados para serem “lançados no cárcere interior com os pés presos no tronco” (Atos 16:24).
O diabo, nosso inimigo, não
brinca em serviço! “Eis que o diabo lançará alguns de vós na prisão,
para que sejais tentados” (Apocalipse 2:10). Seu intuito é um só “roubar,
a matar, e a destruir” (João 10:10) a vida e a fé de todo homem e
mulher que vier à existência. Este ser vil e covarde, vive à espreita, dia e
noite, buscando uma oportunidade para nos destruir, portanto “Sejam
sóbrios e vigiem. O diabo, o inimigo de vocês, anda ao redor como leão, rugindo
e procurando a quem possa devorar” (1ª Pedro 5:8). Para alcançar o seu
intento, ele usa os “Sambalates” da vida, pessoas de carne e osso
que com palavras de aparente “paz”, buscam na verdade nos destruir: ‘Sambalate
e Gesém mandaram-me a seguinte mensagem: "Venha, vamos nos encontrar num
dos povoados da planície de Ono". Eles, contudo, estavam tramando fazer-me
mal’ (Neemias 6:2), todavia precisamos ser lembrados que “a nossa
luta não é contra pessoas, mas contra os poderes e autoridades, contra os
dominadores deste mundo de trevas, contra as forças espirituais do mal nas
regiões celestiais” (Efésios 6:12).
Diante da brutal perseguição
física e espiritual é natural que o assombro tome conta da nossa alma, nos
sentimos tão desesperados como alguém que está se afogando em angústias
mortais, pois “O inimigo persegue-me e esmaga-me ao chão; ele me faz
morar nas trevas, como os que há muito morreram. O meu espírito se desanima; o
meu coração está em pânico” (Salmos 143:3,4). Nestes momentos é
fundamental resgatar o que está guardado em nossos corações, a Palavra da Vida,
que nos vivifica dizendo: “Os que confiam no Senhor são como o monte
Sião, que não se pode abalar, mas permanece para sempre” (Salmos 125:1).
Diante deste bálsamo as
forças voltam a ser renovadas, agora “Levanto os meus olhos para os
montes” (Salmos 121:1), para fazer uso da única arma à nossa disposição,
a oração, então clamamos: “Ouve, Senhor, a minha oração, dá ouvidos à
minha súplica; responde-me por tua fidelidade e por tua justiça” (Salmos
143:1) e, assim “Preserva-me a vida, Senhor, por causa do teu nome, por
tua justiça, tira-me desta angústia” (Salmos 143:11).
Quando a angústia cruel for
tamanha ao ponto de lhe fazer declarar: ‘Em pânico eu disse:
"Ninguém merece confiança"’ (Salmos 116:11), tanto que “O
meu espírito se desanima; o meu coração está em pânico”, escute a voz
de Deus que diz: “Não fiquem apavorados por causa deles, pois o Senhor, o
seu Deus, que está com vocês, é Deus grande e temível” (Deuteronômio
7:21). Portanto “fortaleçam-se no Senhor e no seu forte poder” (Efésios
6:10); “Orem no Espírito em todas as ocasiões, com toda oração e súplica;
tendo isso em mente, estejam atentos e perseverem na oração por todos os santos”
(Efésios 6:18), pois, “De todos os lados somos pressionados, mas não
desanimados; ficamos perplexos, mas não desesperados; somos perseguidos, mas
não abandonados; abatidos, mas não destruídos” (2ª Coríntios 4:8,9). Porque Tu óh Senhor, “Tens sido refúgio para os pobres, refúgio para o
necessitado em sua aflição, abrigo contra a tempestade e sombra contra o calor
quando o sopro dos cruéis é como tempestade contra um muro e como o calor do
deserto. Tu silencias o bramido dos estrangeiros; assim como diminui o calor
com a sombra de uma nuvem, também a canção dos temíveis é emudecida” (Isaías
25:4-5). Aleluia! “Por isso não desanimamos. Embora exteriormente
estejamos a desgastar-nos, interiormente estamos sendo renovados dia após dia,
pois os nossos sofrimentos leves e momentâneos estão produzindo para nós uma
glória eterna que pesa mais do que todos eles” (2ª Coríntios 4:16,17).
Em contrapartida, aquele que
só vivia para “roubar, a matar, e a destruir” (João 10:10), “O
diabo, que as enganava, foi lançado no lago de fogo que arde com enxofre, onde
já haviam sido lançados a besta e o falso profeta. Eles serão atormentados dia
e noite, para todo o sempre” (Apocalipse 20:10).
Com palavras doces em amor;
Ou talvez algumas almas tristes alcançar,
Com a mensagem do Senhor!” (Hino 417 C.C.).
Pr. José de Arimatéa Nascimento
Servo de Cristo Jesus
Comentários
Postar um comentário