A vida é curta. Portanto faz-me contemplar os Teus grandes feitos de poder e bondade. E revela a Tua glória aos nossos filhos!

“Sejam manifestos os teus feitos aos teus servos, e aos filhos deles o teu esplendor!” (Salmos 90:16)

Este quadro me traz boas recordações, faz parte da minha infância. Lembro de meu pai chegando com ele em casa e pendurá-lo na parede da sala, onde todos pudessem ver sua mensagem. Eu admirava este quadro, todos os dias ele me lembrava dos "grandes feitos" de Deus. E sem querer, querendo, meu pai me fez ver o "esplendor" Divino. Ao olhar para ele ficava a imaginar o que se passava na cabeça daquelas pessoas, que tipo de pensamento enchia seus corações diante da grandeza que estavam presenciando com os seus próprios olhos.

Há um ditado popular que diz “O pior cego é aquele que não quer ver”. Essa é uma triste realidade não só na vida do ímpio, mas também na vida do justo: “Neles se cumpre a profecia de Isaías: ‘Ainda que estejam sempre ouvindo, vocês nunca entenderão; ainda que estejam sempre vendo, jamais perceberão” (Mateus 13:14). Além da cegueira as pessoas também não fazem a mínima questão de “ouvir, entender e perceber”. Pois elas se fazem de cegas, surdas e mudas: ‘Pois o coração deste povo se tornou insensível; de má vontade ouviram com os seus ouvidos, e fecharam os seus olhos. Se assim não fosse, poderiam ver com os olhos, ouvir com os ouvidos, entender com o coração e converter-se, e eu os curaria’ (Mateus 13:15).

A insensibilidade de seus corações os impede de acreditar na verdade que está bem diante dos seus olhos. Não conseguem admitir o fato de que o homem não consegue viver bem sem a manifestação do amor fiel de Deus em sua vida. Por isso seus olhos precisam ser abertos, caso contrário “nunca entenderão” a sua real necessidade. Admitindo a fragilidade humana e ao mesmo tempo a dependência de Deus, Moisés faz então uma oração pedindo: “Sejam manifestos os teus feitos aos teus servos, e aos filhos deles o teu esplendor! Esteja sobre nós a bondade do nosso Deus Soberano. Consolida, para nós, a obra de nossas mãos; consolida a obra de nossas mãos!” (Salmos 90:16,17).

“Manifesta”, expõe, expressa, profere, declara, revela, divulga, exterioriza, dá a conhecer, tornar público, para que todos possam ver os “Teus feitos”. Para que todos ‘Os que temem o Senhor digam: "O seu amor dura para sempre!" Na minha angústia clamei ao Senhor; e o Senhor me respondeu, dando-me ampla liberdade” (Salmos 118:4,5). Este pedido faz parte da declaração de fé. Fé expressa na oração de um ancião, um homem experiente que tem a mais absoluta certeza de que o amor do Senhor, sempre estará sobre nós, e que o nosso Deus, sempre está disposto a manifestar sobre nós as Suas bênçãos.

Moisés, um “homem de Deus” sabe que infelizmente os “grandes feitos do Senhor”, muito embora impossíveis de não serem vistos, são constantemente ignorados por nós, até mesmo quando são presenciados com os próprios olhos: “No Egito, os nossos antepassados não deram atenção às tuas maravilhas; não se lembraram das muitas manifestações do teu amor leal e rebelaram-se junto ao mar, o mar Vermelho. Contudo, ele os salvou por causa do seu nome, para manifestar o seu poder. Repreendeu o mar Vermelho, e este secou; ele os conduziu pelas profundezas como por um deserto. Salvou-os das mãos daqueles que os odiavam; das mãos dos inimigos os resgatou. As águas cobriram os seus adversários; nenhum deles sobreviveu. Então creram nas suas promessas e a ele cantaram louvores. Mas logo se esqueceram do que ele tinha feito e não esperaram para saber o seu plano” (Salmos 106:7-13). Este testemunho vivo nos mostra que quando atravessamos os desertos da vida, deserto de tormento, nas infinitas areias da angústia, nossa tendência é ignorar o “amor leal de Deus”. Portanto, nos tirar da “terra da escravidão”, tornar as “águas amargas de Mara em águas doces”, servir o “maná” diariamente, não é algo que sacia as minhas necessidades, tanto que “Mas deixaram-se levar à cobiça no deserto, e tentaram a Deus na solidão” (Salmos 106:14).

É interessante notar que quando finalmente encontramos o oásis da Fonte de Água Viva, cercados pela felicidade que tanto rogamos, por conta da nossa cobiça, não conseguimos contemplar a grandeza da obra Divina realizada em nossas vidas durante a travessia do vale de sombra e morte. Ao invés de louvor, murmuração e ingratidão: “Em Horebe fizeram um bezerro, adoraram um ídolo de metal. Trocaram a Glória deles pela imagem de um boi que come capim. Esqueceram-se de Deus, seu Salvador, que fizera coisas grandiosas no Egito, maravilhas na terra de Cam e feitos temíveis junto ao mar Vermelho” (Salmos 106:19-22).

Todavia, conhecendo o coração do seu semelhante, Moisés sabe que a manifestação de Deus é sumamente importante para que o povo não se perca de vez, por isso ele clama: “Sejam manifestos os teus feitos aos teus servos, e aos filhos deles o teu esplendor! (Salmos 90:16). Para que estas verdades não fiquem esquecidas no passado e logo desapareçam como neblina levando o Teu povo a pecar. E mesmo diante da nossa rebeldia, o Senhor manifesta diariamente o esplendor da Tua glória nas nossas vidas, pois é a Tua manifestação abençoadora que dá propósito à nossa existência. Manifesta o “teu esplendor” aos nossos filhos, para que assim as futuras gerações alcancem sabedoria para viver: ao ouvir, ver e falar dos “Teus feitos” e da “Tua glória!” quando tiverem de atravessar os seus próprios desertos.

Age em nossas vidas para que possamos ter a visão correta do Teu caráter, e reconhecer a manifestação do Teu poderoso amor fiel que sempre nos acompanha de perto para nos ajudar e nos levar ao oásis celestial. 

Senhor, dá-nos visão da Tua glória!!!

Se você foi abençoado, abençoe também, não deixe de compartilhar.

“Ó talvez alguma vida possas alegrar,
Com palavras doces em amor;
Ou talvez algumas almas tristes alcançar,
Com a mensagem do Senhor!” (Hino 417 C.C.).
No amor de Cristo,
Pr. José de Arimatéa Nascimento
Servo de Cristo Jesus

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