Dos meus lábios saiu um grito; da minha boca, uma canção, venham aqui e ouçam: permitam-me dizer o que Deus fez por mim.

“Venham e ouçam, todos vocês que temem a Deus; vou contar-lhes o que ele fez por mim”. Salmos 66:16.


Por que é tão fácil murmurar? Por que as notícias ruins encontram eco em nossos lábios tão facilmente e são propagadas à velocidade da luz, enquanto as Boas Novas de grande júbilo não conseguem romper as barreiras das nossas próprias fronteiras eclesiásticas?

Provavelmente as respostas para estas interrogações sejam que os nossos corações ainda estão apegados ao “mau tesouro”. Portanto os lábios só estão refletindo o que está armazenado no íntimo do nosso ser, revelando o que verdadeiramente pensamos, pois só podemos falar daquilo que conhecemos: “a boca fala do que está cheio o coração. O homem bom, do seu bom tesouro, tira coisas boas, e o homem mau, do seu mau tesouro, tira coisas más” (Mateus 12:34,35).

Hoje nosso Senhor nos desafia a desenterrar o “mau tesouro”, tirando em definitivo as “coisas más” que insistem em dominar o nosso coração e consequentemente nosso modo de falar. Porque “A língua tem poder sobre a vida e sobre a morte; os que gostam de usá-la comerão do seu fruto” (Provérbios 18:21). Portanto: “Entre vocês não deve haver nem sequer menção de imoralidade sexual nem de qualquer espécie de impureza nem de cobiça; pois estas coisas não são próprias para os santos. Não haja obscenidade nem conversas tolas nem gracejos imorais, que são inconvenientes, mas, ao invés disso, ação de graças” (Efésios 5:3,4).

Para que o processo de mudança do linguajar murmurador mundano para o linguajar espiritual de “ação de graças” alcance êxito se faz necessário passar por um processo de purificação, que tem início com o reconhecimento de somos “homens de lábios impuros”, em seguida fazer a confissão da nossa impureza: “Então gritei: Ai de mim! Estou perdido! Pois sou um homem de lábios impuros e vivo no meio de um povo de lábios impuros; e os meus olhos viram o Rei, o Senhor dos Exércitos!" (Isaías 6:5), para enfim alcançar a purificação e santificação dos lábios. Porque da mesma forma como o fogo refina a prata, assim também devemos ser purificados da nossa maneira de falar: “E com a brasa tocou a minha boca, e disse: Eis que isto tocou os teus lábios; e a tua iniquidade foi tirada, e expiado o teu pecado” (Isaías 6:7).

Essa purificação e santificação dos lábios são essenciais na vida do justo. Pois como poderiam seus lábios impuros adorarem em espírito e em verdade, se sua consciência os acusa de seu sentimento ruim e de uma fraqueza e fracasso moral: “Hipócritas! Bem profetizou Isaías acerca de vocês, dizendo: ‘Este povo me honra com os lábios, mas o seu coração está longe de mim. Em vão me adoram; seus ensinamentos não passam de regras ensinadas por homens’" (Mateus 15:7-9). Portanto “Ninguém os engane com palavras tolas, pois é por causa dessas coisas que a ira de Deus vem sobre os que vivem na desobediência. Portanto, não participem com eles dessas coisas” (Efésios 5:6,7).

Assim sendo nada mais nos resta a fazer do que confessar a nossa incapacidade e condição decaída. Foi assim que Isaías foi purificado e capacitado para o louvor, a oração e proclamação da Palavra de Deus. E agora com os lábios purificados e santificados podemos dizer: “A ele clamei com os lábios; com a língua o exaltei” (Salmos 66:17). Pois “Do fruto da boca de cada um se fartará o seu ventre; dos renovos dos seus lábios ficará satisfeito” (Provérbios 18:20) e agora do fruto da nossa boca brota o “bom tesouro”, de onde tiramos “coisas boas”, tudo isso “Por meio de Jesus, portanto, ofereçamos continuamente a Deus um sacrifício de louvor, que é fruto de lábios que confessam o seu nome” (Hebreus 13:15). Aleluia!!!

Sem sombra de dúvidas, agora temos condições e motivos de sobra para celebrar, motivos para convidar sem constrangimentos, a todos para ouvirem um testemunho que exalta a grandeza de Deus. Aclamando todos os povos da Terra a louvarem a majestade Divina: “Aclamem a Deus, povos de toda terra! Cantem louvores ao seu glorioso nome; louvem-no gloriosamente! Digam a Deus: "Quão temíveis são os teus feitos! Tão grande é o teu poder que os teus inimigos rastejam diante de ti! Toda a terra te adora e canta louvores a ti, canta louvores ao teu nome” (Salmos 66:1-4). Portanto “Venham e ouçam, todos vocês que temem a Deus; vou contar-lhes o que ele fez por mim” (Salmos 66:16).

Esse é o convite feito por alguém que teve a sabedoria para refletir sobre todos os feitos tremendos de Deus em sua vida. Alguém que provavelmente ficou constrangido diante de tantas provas do amor e cuidados do Senhor: “Venham e vejam o que Deus tem feito; como são impressionantes as suas obras em favor dos homens!” (Salmos 66:5). Ele tem consciência de que as pessoas precisam ouvir e falar sobre a bondade de Deus. Isso também é uma verdade nos dias de hoje, entretanto: “Como, pois, invocarão aquele em quem não creram? E como crerão naquele de quem não ouviram falar? E como ouvirão, se não houver quem pregue?” (Romanos 10:14).

As Boas Novas de grande júbilo precisam romper as barreiras das nossas limitações. Precisamos ter a coragem de compartilhar com o mundo a grandeza de Deus, porque “Ele transformou o mar em terra seca, e o povo atravessou as águas a pé; e ali nos alegramos nele. Ele governa para sempre com o seu poder, seus olhos vigiam as nações; que os rebeldes não se levantem contra ele” (Salmos 66:6,7). Não podemos nos calar diante de tantas maravilhas. 

É preciso sair pelo mundo proclamando quão tremendos são os feitos do Senhor nosso Deus! “Bendigam o nosso Deus, ó povos, façam ressoar o som do seu louvor; foi ele quem preservou as nossas vidas impedindo que os nossos pés escorregassem” (Salmos 66:8,9). 

Não podemos nos calar diante de tão grande benção, pois mesmo o Seu castigo não é motivo de murmúrio, mas de louvor, pois servirão para nossa purificação: “Pois tu, ó Deus, nos submeteste à prova e nos refinaste como a prata. Fizeste-nos cair numa armadilha e sobre nossas costas puseste fardos. Deixaste que os inimigos cavalgassem sobre a nossa cabeça; passamos pelo fogo e pela água, mas a um lugar de fartura nos trouxeste. Para o teu templo virei com holocaustos e cumprirei os meus votos para contigo, votos que os meus lábios fizeram e a minha boca falou quando eu estava em dificuldade” (Salmos 66:10-14).

Agora longe das dificuldades nos apresentamos na Casa de Deus com alegria para cantar um cântico dedicado a Glória do Senhor. Glorificar a Deus com lábios purificados que têm prazer em falar a todos do Seu maravilhoso amor: “Venham e ouçam, todos vocês que temem a Deus; vou contar-lhes o que ele fez por mim. A ele clamei com os lábios; com a língua o exaltei. Se eu acalentasse o pecado no coração, o Senhor não me ouviria; mas Deus me ouviu, deu atenção à oração que lhe dirigi. Louvado seja Deus, que não rejeitou a minha oração nem afastou de mim o seu amor!” (Salmos 66:16-20).

Diante de tão grande feito, só resta nos juntarmos aos anjos para cantarmos com eles em alegria: “Santo, santo, santo é o Senhor dos Exércitos, a terra inteira está cheia da sua glória" (Isaías 6:3).

Se você foi abençoado, abençoe também, não deixe de compartilhar.

“Ó talvez alguma vida possas alegrar,
Com palavras doces em amor;
Ou talvez algumas almas tristes alcançar,
Com a mensagem do Senhor!” (Hino 417 C.C.).
No amor de Cristo,
Pr. José de Arimatéa Nascimento
Servo de Cristo Jesus

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