“Quanto a mim, tu me sustentas na minha sinceridade, e me puseste diante da tua face para sempre.” (Salmos 41:12)
Será que vale mesmo a pena ser integro? Quando olhamos as Escrituras Sagradas nos deparamos com o sofrimento do justo. Injustiças mil recaem sobre a vida daqueles que não se aliam aos filhos das trevas. O justo procura ter uma conduta ilibada; eles não imitam o comportamento do ímpio; não seguem seus maus conselhos; evitam frequentar os ambientes onde o escarnio é algo natural. Mesmo com todos esses cuidados, o justo sofre simplesmente por ser o que é: justo. “Enquanto isso, Saulo ainda respirava ameaças de morte contra os discípulos do Senhor. Dirigindo-se ao sumo sacerdote, pediu-lhe cartas para as sinagogas de Damasco, de maneira que, caso encontrasse ali homens ou mulheres que pertencessem ao Caminho, pudesse levá-los presos para Jerusalém” (Atos 9:1,2).
Já a vida dos ímpios aparenta ser só alegria e
prosperidade. Eles parecem não ter problemas; sua forma de viver chega a causar
inveja ao ponto de muitas vezes almejarmos viver como eles: “Quanto a mim,
os meus pés quase tropeçaram; por pouco não escorreguei. Pois tive inveja dos
arrogantes quando vi a prosperidade desses ímpios. Eles não passam por
sofrimento e têm o corpo saudável e forte. Estão livres dos fardos de todos;
não são atingidos por doenças como os outros homens” (Salmos 73:2-5). Em
sua aparente felicidade intocável, sua maior diversão é conspirar contra a vida
do justo...“Eles afiam a língua como espada e apontam como flechas,
palavras envenenadas. De onde estão emboscados atiram no homem íntegro; atiram
de surpresa, sem qualquer temor. Animam-se uns aos outros com planos malignos,
combinam como ocultar as suas armadilhas, e dizem: "Quem as verá?" Tramam
a injustiça e dizem: "Fizemos um plano perfeito!" A mente e o coração
de cada um deles o encobrem!” (Salmos 64:3-6). Olhamos para eles e
pensamos: Os ímpios estão sempre despreocupados; constantemente aumentam suas
riquezas; tudo que eles fazem alcança o sucesso e nada parece os atingir. Então,
qual a vantagem de manter sua integridade? “Certamente foi-me inútil
manter puro o coração e lavar as mãos na inocência, pois o dia inteiro sou
afligido, e todas as manhãs sou castigado” (Salmos 73:12-14).
A resposta a esta interrogação não é simples e por
vezes não agrada: “Quando tentei entender tudo isso, achei muito difícil
para mim, até que entrei no santuário de Deus, e então compreendi o destino dos
ímpios” (Salmos 73:16,17). A única resposta satisfatória será aquela
vem diretamente do Trono da Graça: “Escreva: "O ímpio está
envaidecido; seus desejos não são bons; mas o justo viverá pela sua fidelidade”
(Habacuque 2:4). Fidelidade que é posta à prova quando somos seduzidos pelos nossos
olhos e somos tentados a esquecer que “vivemos por fé, e não pelo que
vemos” (2 Coríntios 5:7).
O que vemos:
Um mundo injusto de homens “envaidecidos” que praticam injustiças
a fim de obter cada vez mais o “ouro dos tolos” e sua falsa sensação de bem-estar: “De fato, a riqueza é ilusória, e o ímpio é arrogante e não descansa; ele
é voraz como a sepultura e como a morte. Nunca se satisfaz; apanha para si
todas as nações e ajunta para si todos os povos” (Habacuque 2:5).
O que cremos:
Que num mundo injusto, nós escolhemos o melhor caminho “Melhor é o pobre
que vive com integridade do que o tolo que fala perversamente” (Provérbios
19:1). Pois “Os homens maus não entendem a justiça, mas os que buscam ao
Senhor a entendem plenamente. Melhor é o pobre íntegro em sua conduta do que o
rico perverso em seus caminhos” (Provérbios 28:5,6). Independentemente do
que o mundo declare, nós que aprendemos “plenamente a justiça”. Porque ela nos foi revelada ‘Porque no evangelho é revelada a justiça de Deus,
uma justiça que do princípio ao fim é pela fé, como está escrito: "O justo
viverá pela fé"’ (Romanos 1:17). Cremos pela fé que: “a ira
de Deus é revelada do céu contra toda impiedade e injustiça dos homens que
suprimem a verdade pela injustiça” (Romanos 1:17,18). Agora a
prosperidade do ímpio já não causa tanta inveja.
Crendo nesta verdade o salmista apresenta a sua
oração dizendo: “Quanto a mim, tu me sustentas na minha sinceridade, e me
puseste diante da tua face para sempre” (Salmos 41:12). Pois mais uma
vez o salmista teve de enfrentar o vale sombrio, sofrimentos terríveis o
envolveram: humilhações; desamparo; enfermidades; sentimento de culpa; perseguições; são, só alguns elementos que buscaram destruí-lo. ‘Os meus inimigos dizem
maldosamente a meu respeito: "Quando ele vai morrer? Quando vai
desaparecer o seu nome?" Sempre que alguém vem visitar-me, fala com
falsidade, enche o coração de calúnias e depois sai espalhando-as. Todos os que
me odeiam juntam-se e cochicham contra mim, imaginando que o pior me
acontecerá: "Uma praga terrível o derrubou; está de cama, e jamais se
levantará". Até o meu melhor amigo, em quem eu confiava e que partilhava
do meu pão, voltou-se contra mim’ (Salmos 41:5-9).
Contudo, aquele que vive com integridade pode
dizer: “tu me sustentas na minha sinceridade” sem parecer prepotente,
porque vive “pela sua fidelidade”; renova sua confiança na certeza
de estar na presença do Senhor! Presença essa que sustenta, restaura e traz a
verdadeira felicidade à sua vida: “Como é feliz aquele que se interessa
pelo pobre! O Senhor o livra em tempos de adversidade. O Senhor o protegerá e
preservará a sua vida; ele o fará feliz na terra e não o entregará ao desejo
dos seus inimigos. O Senhor o susterá em seu leito de enfermidade, e da doença
o restaurará” (Salmos 41:1-3). Esta certamente é a verdadeira
prosperidade de dar inveja.
Nas experiências diárias da nossa curta existência
temos aprendido muito sobre o eterno amor de Deus, Seu cuidado para com os
menos favorecidos. Ele é socorro certo nas horas de profunda angústia. O Senhor
guarda os seus de ficarem ao sabor dos seus inimigos, arrancando todo temor e
depositando confiança nos corações sinceros: “Mas, tu, Senhor, tem
misericórdia de mim; levanta-me, para que eu lhes retribua. Sei que me queres
bem, pois o meu inimigo não triunfa sobre mim” (Salmos 41:10,11).
Sim, vale a pena ser íntegro. Pois tudo isso só é possível porque ele entra com um pedido
por misericórdia, cura e faz uma confissão de culpa diante do Justo Deus e, com
fé, roga por restauração. “Eu disse: Misericórdia, Senhor, cura-me, pois
pequei contra ti” (Salmos 41:4)
A oração feita com sinceridade pelo justo produz os
efeitos almejados: o favorecimento de Deus e a vitória tão desejada. Abençoado
e fortalecido por Deus e, diante da certeza do perdão Divino só lhe resta uma
coisa a dizer: “Louvado seja o Senhor, o Deus de Israel, de eternidade a
eternidade! Amém e amém!” (Salmos 41:13)
Que assim seja! Sim, que assim seja na minha e na
sua vida!
Com palavras doces em amor;
Ou talvez algumas almas tristes alcançar,
Com a mensagem do Senhor!” (Hino 417 C.C.).
Pr. José de Arimatéa Nascimento
Servo de Cristo Jesus
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