Eu fiquei com medo! Então gritei por socorro e o Senhor me tirou da sepultura restaurando a minha alegria.

“Mudaste o meu pranto em dança, a minha veste de lamento em veste de alegria, para que o meu coração cante louvores a ti e não se cale” - Salmos 30:11,12

Vira e mexe somos assombrados pelo fantasma do medo. Isso se dá principalmente por conta do nosso relacionamento instável com Deus ‘Quando me senti seguro, disse: "Jamais serei abalado!" Senhor, com o teu favor, deste-me firmeza e estabilidade; mas, quando escondeste a tua face, fiquei aterrorizado.  (Salmos 30:6,7). Essa falsa sensação de segurança nos leva a soberba da autoconfiança, até que finalmente "a casa cai" e nos vemos num "mato sem cachorro", "aterrorizado", choro e lamento são agora a canção que fazem a festa dos nossos inimigos que "se divertem à minha custa" (Salmos 30:1). Um dos grandes males que angustia a vida, creio eu, é viver de um modo que ninguém, principalmente os inimigos, consiga descobrir os nossos medos. Vivemos em um mundo onde demonstrar temor, pavor, como assume o salmista: “fiquei aterrorizado”, é cometer suicídio.  Para o mundo tal afirmação é considerado como sinal de fraqueza, já para os santarrões: pura falta de fé. 

Ciente deste fato, Davi desabafa com o próprio Deus, "Ouve, Senhor, e tem misericórdia de mim" (Salmos 30:10), pois sabe que os fariseus do presente século não têm tempo para ouvir as lamentações de “crentes medrosos sem fé”. Suas atitudes lembram os três amigos de Jó, Elifaz, Bildade e Zofar. Os três "terrores", que ao invés de agirem com misericórdia e amor em obediência a Lei do Senhor que diz: “Alegrem-se com os que se alegram; chore com os que choram” (Romanos 12:15), preferem apontar o dedo acusador em riste. O que ao invés de ajudar, afunda ainda mais a pessoa numa “sepultura; prestes a descer à cova” (Salmos 30:3), com palavras “sinceras” dizem eles: "Reflita agora: Qual foi o inocente que chegou a perecer? Onde foi que os íntegros sofreram destruição? Pelo que tenho observado, quem cultiva o mal e semeia maldade, isso também colherá” (Jó 4:7,8). Certamente o impacto destas palavras sobre alguém que está angustiado, deprimido, em sua maioria, o jogará definitivamente na cova, pois “Um homem desesperado deve receber a compaixão de seus amigos, muito embora ele tenha abandonado o temor do Todo-poderoso” (Jó 6:14).

Em resposta às acusações de Elifaz é preciso lembrar que muitos inocentes, fiéis a Deus, foram condenados injustamente: ‘Enquanto apedrejavam Estêvão, este orava: "Senhor Jesus, recebe o meu espírito”’ (Atos 7:59), muito padeceram por conta da sua integridade, e não por que haviam pecado: “Disse, porém, Caim a seu irmão Abel: "Vamos para o campo". Quando estavam lá, Caim atacou seu irmão Abel e o matou” (Gênesis 4:8). Muitos colheram a maldade humana apesar de semear o amor: ‘"Por quê? Que crime ele cometeu?”, perguntou Pilatos. Mas eles gritavam ainda mais: "Crucifica-o!”’ (Mateus 27:23). Verdadeiros filhos de Deus, inocentes, íntegros e amorosos, sucumbiram diante de homens que se julgavam “segundo a justiça que há na lei, irrepreensível” (Filipenses 3:6), ciente disto, sabiamente ‘Davi respondeu: "É grande a minha angustia! Prefiro cair nas mãos do Senhor, pois é grande a sua misericórdia, e não nas mãos dos homens”’ (1ª Crônicas 21:13). “Pois a sua ira só dura um instante, mas o seu favor dura a vida toda; o choro pode persistir uma noite, mas de manhã irrompe a alegria” (Salmos 30:5).

O crente fiel sabe que muito embora os homens venham a dizer "Clame, se quiser, mas quem o ouvirá? Para qual dos seres celestes você se voltará”?  (Jó 5:1), o melhor a fazer é ignorá-los, como fez Jó, pois eles terão que prestar contas de suas palavras ao próprio Deus, ‘Depois que o Senhor disse essas palavras a Jó, disse também ao Elifaz, de Temã: "Estou indignado com você e com os seus dois amigos, pois vocês não falaram o que é certo a meu respeito, como fez meu servo Jó”’ (Jó 42:7). Por vezes o melhor a fazer é compartilhar nossa dor com o Senhor ‘A ti, Senhor, clamei, ao Senhor pedi misericórdia: "Se eu morrer, se eu descer à cova, que vantagem haverá? Acaso o pó te louvará? Proclamará a tua fidelidade? Ouve, Senhor, e tem misericórdia de mim; Senhor, sê tu o meu auxílio"’ (Salmos 30:8-10). Quando fazemos tal confissão, com sinceridade, o Senhor manda junto com a reposta verdadeiros homens e mulheres de Deus, com os quais poderemos nos abrir, pois eles falarão “o que é certo a respeito do Senhor”, como fez o profeta Natã, homem comprometido em falar tão somente o que Deus o mandou falar ‘Então Davi disse a Natã: "Pequei contra o Senhor! " E Natã respondeu: "O Senhor perdoou o seu pecado. Você não morrerá’ (2ª Samuel 12:13). 

Estas sim são palavras que revigoram o abatido, pois vêm de Deus e são pronunciadas por um homem comprometido em falar tão somente o que Deus o mandou falar. Agora, aquele que antes estava perturbado pode enfim dizer: “Senhor meu Deus, a ti clamei por socorro, e tu me curaste. Senhor, tiraste-me da sepultura; prestes a descer à cova, devolveste-me à vida” (Salmos 30:2,3); “Mudaste o meu pranto em dança, a minha veste de lamento em veste de alegria, para que o meu coração cante louvores a ti e não se cale. Senhor, meu Deus, eu te darei graças para sempre” (Salmos 30:11,12); “Meus ouvidos já tinham ouvido a teu respeito, mas agora os meus olhos te viram” (Jó 42:5).

Se você está abatido: não fique prostrado! Olhe para o Senhor. Escute a Sua voz, confie Nele e siga o exemplo de Davi: “Então Davi levantou-se do chão, lavou-se, perfumou-se e trocou de roupa. Depois entrou no santuário do Senhor e adorou. E voltando ao palácio, pediu que lhe preparassem uma refeição e comeu” (2ª Samuel 12:20). Davi estivera por algum tempo muito aflito. Sua autoconfiança o levou a imaginar que estava plenamente seguro. Ele precisou passar pela experiência mortal de não ver a face de Deus. Seu orgulho então desmoronou em forma de arrependimento. Diante do perdão a misericórdia de Deus foi exaltada. "Mudaste o meu pranto em dança, a minha veste de lamento em veste de alegria, para que o meu coração cante louvores a ti e não se cale. Senhor, meu Deus, eu te darei graças para sempre" (Salmos 30:11,12). Quanto ao medo? O medo fugiu "Senhor, com o teu favor, deste-me firmeza e estabilidade". (Salmos 30:7a). Faça o mesmo e veja Deus restaurar sua vida!

Leia na próxima Publicação: "Minha vida se esvai. A tristeza suga as minhas forças! Clamo por minha própria vida, Deus tem compaixão de mim!"

Se você foi abençoado, abençoe também, não deixe de compartilhar.

“Ó talvez alguma vida possas alegrar,
Com palavras doces em amor;
Ou talvez algumas almas tristes alcançar,
Com a mensagem do Senhor!” (Hino 417 C.C.).

No amor de Cristo,
Pr. José de Arimatéa Nascimento
Servo de Cristo Jesus