“Porque vivemos por fé” - Parte 51 – Porque pela fé recebemos com alegria e humildade a disciplina pois ela revela o amor do Pai que nos instrui para a santidade.
“Vocês se esqueceram da palavra de ânimo que ele lhes dirige como a filhos: "Meu filho, não despreze a disciplina do Senhor, nem se magoe com a sua repreensão, pois o Senhor disciplina a quem ama, e castiga todo aquele a quem aceita como filho" (Hebreus 12:5,6).
‘Após proibir palmadas, Suécia "sofre" com geração de crianças mimadas - A proibição das punições físicas a crianças foi incorporada ao código penal da Suécia em 1979’.1
Sempre que fui
disciplinado fiquei com raiva e por vezes revoltado. Verdade seja dita, ninguém
gosta de ser sujeitado à disciplina, pois vemos na disciplina uma humilhação e
não um ato de amor. Porque “Nenhuma disciplina parece ser motivo de
alegria no momento, mas sim de tristeza. Mais tarde, porém, produz fruto de
justiça e paz para aqueles que por ela foram exercitados” (Hebreus
12:11). Todavia com o tempo e a maturidade, passamos a ver o castigo de
forma diferente, passamos a ver como uma parte fundamental do relacionamento, um
ato de amor. Portanto “Dedique à disciplina o seu coração, e os seus
ouvidos às palavras que dão conhecimento. Não evite disciplinar a criança; se
você a castigar com a vara, ela não morrerá. Castigue-a, você mesmo, com a
vara, e assim a livrará da sepultura” (Provérbios 23:12-14). Pois “Como
é feliz o homem a quem disciplinas, Senhor, aquele a quem ensinas a tua lei; tranquilo,
enfrentará os dias maus, enquanto que, para os ímpios, uma cova se abrirá”
(Salmos 94:12,13).
Entretanto a “vara”
parece hoje em dia, ser algo medieval e cruel. Não estou aqui fazendo apologia
ao espancamento, longe disso, pois a própria Palavra de Deus nos exorta dizendo:
“Pais, não irritem seus filhos; antes criem-nos segundo a instrução e o
conselho do Senhor” (Efésios 6:4). Portanto “Instrua a criança
segundo os objetivos que você tem para ela, e mesmo com o passar dos anos não
se desviará deles” (Provérbios 22:6). Instrua, eduque, crie os seus
filhos ensinando a disciplina Divina e ele não precisará ser disciplinado. Entretanto, se a disciplina se fizer necessária: “Saibam,
pois, em seu coração que, assim como um homem disciplina o seu filho, da mesma
forma o Senhor, o seu Deus, os disciplina. Obedeçam aos mandamentos do Senhor,
o seu Deus, andando em seus caminhos e dele tendo temor” (Deuteronômio
8:5,6).
Disciplinar é diferente de espancar e a disciplina não precisa necessariamente ser seguida do
castigo físico. Quando um “pai de verdade”, disciplina seu filho, não o faz com
prazer, mas com dor no coração, com o sentimento de que, de alguma forma, falhou
na educação de seu filho e agora se vê obrigado a discipliná-lo para que ele se
livre da sepultura. Pois “Quem se nega a castigar seu filho não o ama;
quem o ama não hesita em discipliná-lo” (Provérbios 13:24). Porque é através
da disciplina que “Ele os fará ouvir a correção e lhes ordenará que se
arrependam do mal que praticaram. Se lhe obedecerem e o servirem, serão
prósperos até o fim dos seus dias e terão contentamento nos anos que lhes
restam. Mas, se não obedecerem, perecerão à espada e morrerão na ignorância”
(Jó 36:10-12). Hoje dou graças a Deus pela disciplina a mim aplicada por meus
pais, pois a grande maioria eu fiz por merecer.
O autor de Hebreus
descreve este relacionamento de amor por meio da analogia de pai e filho. Diz ele:
“Além disso, tínhamos pais humanos que nos disciplinavam, e nós os
respeitávamos. Quanto mais devemos submeter-nos ao Pai dos espíritos, para
assim vivermos! Nossos pais nos disciplinavam por curto período, segundo lhes
parecia melhor; mas Deus nos disciplina para o nosso bem, para que participemos
da sua santidade” (Hebreus 12:9,10). Ele nos disciplina através de uma exortação
de que os Filhos legítimos são dignos da sua filiação devem suportar o castigo.
Pois “Na luta contra o pecado, vocês ainda não resistiram até o ponto de
derramar o próprio sangue” (Hebreus 12:4). Portanto “Suportem as
dificuldades, recebendo-as como disciplina; Deus os trata como filhos. Pois,
qual o filho que não é disciplinado por seu pai? Se vocês não são
disciplinados, e a disciplina é para todos os filhos, então vocês não são
filhos legítimos, mas sim ilegítimos” (Hebreus 12:7,8). E mesmo que não
compreendamos o motivo do castigo, temos de aceitá-lo e suportá-lo como parte
de nossa educação. Isso indica que somos reconhecidos como filhos legítimos e
não filhos bastardos que não têm direito algum na herança de seu pai. “Por
isso, tudo suporto por causa dos eleitos, para que também eles alcancem a
salvação que está em Cristo Jesus, com glória eterna. Esta palavra é digna de
confiança: Se morremos com ele, com ele também viveremos; se perseveramos, com
ele também reinaremos. Se o negamos, ele também nos negará; se somos infiéis,
ele permanece fiel, pois não pode negar-se a si mesmo” (2 Timóteo
2:10-13).
Portanto “Meu filho, não despreze a disciplina do Senhor nem se magoe com a sua repreensão, pois o Senhor disciplina a quem ama, assim como o pai faz ao filho de quem deseja o bem” (Provérbios 3:11,12). Não Senhor, não desprezaremos a “disciplina do Senhor” e nem ficaremos “magoados com a sua repreensão”, pois sabemos que “se nós nos examinássemos a nós mesmos, não receberíamos juízo. Quando, porém, somos julgados pelo Senhor, estamos sendo disciplinados para que não sejamos condenados com o mundo” (1 Coríntios 11:31,32). Por isso “Senhor, no meio de aflição te buscaram; quando os disciplinaste sussurraram uma oração” (Isaías 26:16). Oração de arrependimento, uma vez que um pai terreno, quando corrige seus filhos, o faz para o seu bem, nós os filhos legítimos de Deus não deveríamos ficar surpresos quando o Senhor nos castiga. Esse entendimento nos ajudará a ficarmos felizes com a disciplina do Senhor; a vivermos em submissão como filhos verdadeiros que reconhecem os seus erros; e, recebermos com alegria e humildade a disciplina Divina pois ela revela o amor do Pai que nos instrui para a santidade.
A esta oração o
Pai responde: "Ouvi claramente Efraim lamentando-se:
‘Tu me disciplinaste como a um bezerro indomado, e fui disciplinado. Traze-me
de volta, e voltarei, porque tu és o Senhor, o meu Deus. De fato, depois de
desviar-me, eu me arrependi; depois que entendi, bati no meu peito. Estou
envergonhado e humilhado porque trago sobre mim a desgraça da minha juventude’.
Não é Efraim o meu filho querido? O filho em quem tenho prazer? Cada vez que eu
falo sobre ele, mais intensamente me lembro dele. Por isso o meu coração por
ele anseia; tenho por ele grande compaixão", declara o Senhor” (Jeremias
31:18-20).
Pr. José de Arimatéa Nascimento
Servo de Cristo Jesus
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