“Felizes são vocês!” - Parte 02 – Felizes são vocês os humildes de espírito, pois o Reino dos Céus é o seu destino.
“Bem-aventurados os humildes de espírito, porque deles é o reino dos céus” (Mateus 5:3).
Olá! Tudo bem com você? Você poderia se responder as seguintes perguntas: você é verdadeiramente feliz? Qual é o seu conceito de felicidade? Está disposto a rever estes conceitos?
Conta-se a estória de ‘Nan-in,
um mestre zen chinês que viveu na era Meiji (1868-1912). Um dia, um professor
universitário foi visitá-lo. Durante a conversa, o professor interrompia o
mestre com frequência para impor suas convicções. Neste momento, o mestre
ofereceu-lhe um chá e o serviu com toda calma desse mundo. E mesmo após a
xícara estar cheia, o mestre continuou derramando o chá sobre a xícara. O
professor não se conteve: “Por acaso, não percebeu que a xícara está
completamente cheia e que já não cabe mais nenhuma gota?” O mestre então, parou
de derramar o chá sobre a xícara e disse calmamente: “Assim como esta xícara, o
senhor está cheio de opiniões e conceitos pré-estabelecidos. Desta forma, como
poderia entrar um novo ensinamento? Como poderei dar-lhe novas ideias e
perspectivas, se você não tem espaço pra elas? Se você realmente busca ter
conhecimento constante, então tem que esvaziar sempre a sua xícara”.’1
Certamente este professor precisa
aprender com o mestre dos mestres que sem rodeios diz: “Tomem sobre vocês
o meu jugo e aprendam de mim, pois sou manso e humilde de coração, e vocês
encontrarão descanso para as suas almas” (Mateus 11:29).
Nosso Mestre e Senhor nos
ensina qual é o primeiro passo para aprendermos o que realmente é ser uma
pessoa feliz. É esvaziar-se de todos os pressupostos que enchem o nosso fardo e
humildemente reconhecer que nada sabe. “Bem-aventurados, Felizes”, “Os
humildes de espírito”, ou “pobres de espírito”. Essa é uma
descrição da condição íntima do verdadeiro crente. Ela descreve uma
pessoa que vive dentro da vontade de Deus; Um "salvo", aquele
descrito no Salmo 1º, um homem bem-aventurado, cuja felicidade se evidencia em sua
natureza humilde retratada em suas atitudes, visto que ele nasceu de novo. Pois “se
alguém está em Cristo, é nova criação. As coisas antigas já passaram; eis que
surgiram coisas novas!” (2 Coríntios 5:17), e o Novo de Deus diz: ‘"Ninguém
põe remendo de pano novo em roupa velha, pois o remendo forçará a roupa,
tornando pior o rasgo. Nem se põe vinho novo em vasilhas de couro velhas; se o
fizer, as vasilhas se rebentarão, o vinho se derramará e as vasilhas se
estragarão. Pelo contrário, põe-se vinho novo em vasilhas de couro novas; e
ambos se conservam".’ (Mateus 9:16,17).
Portanto, se queremos realmente ser felizes precisamos entender o que significa ser “Humildes de espírito”.
Martyn Lloyd-Jones em seu livro “Estudos no Sermão do Monte” fala da
importância deste entendimento: “Necessariamente, essa é a primeira
bem-aventurança devido à excelente razão que ninguém pode entrar no reino de
Deus, também chamado reino dos céus, a menos que seja possuidor da qualidade
nela expressa. No reino de Deus não existe sequer um participante que não seja “humilde
de espírito”. Essa é a característica fundamental do crente, do cidadão do
reino dos céus, e todas as demais características são, em certo sentido,
restantes dessa primeira qualidade.” Pois diz ele: “ela
indica, realmente, um esvaziamento, ao passo que as demais apontam para uma
plenitude. Não podemos ser cheios enquanto não formos primeiramente esvaziados.
Não se pode encher de vinho novo um odre cujo conteúdo ainda não tenha sido despejado.”2
Por que é necessário
esvaziar-se? Porque “humilde de espírito” é o oposto dos
espíritos orgulhosos e “O orgulho vem antes da destruição; o espírito
altivo, antes da queda. Melhor é ter espírito humilde entre os oprimidos do que
partilhar despojos com os orgulhosos. Quem examina cada questão com cuidado,
prospera, e feliz é aquele que confia no Senhor” (Provérbios 16:18-20). Sendo assim, aqueles que reconheceram a sua “pobreza” no que
concerne as coisas “espirituais” e permitiram que Cristo supra as
suas necessidades, tornaram-se bem-aventurados, herdeiros do reino dos céus.
Pois “A recompensa da humildade e do temor do Senhor são a riqueza, a
honra e a vida” (Provérbios 22:4).
“Humilde de espírito” é um
atributo essencial aos filhos do reino e, portanto, desprezado pelo mundo. No mundo a arrogância leva o homem à auto dependência, alguém que só crê em
si mesmo, que diz no seu íntimo: eu me basto, eu venci sozinho, eles se
esquecem de que nosso Senhor afirmou: “sem mim vocês não podem fazer
coisa alguma” (João 15:5). Portanto “sem mim vocês não podem”
ser verdadeiramente felizes. Infelizmente ser “humilde de espírito”,
não dá IBOPE, nem mesmo entre os crentes, porque passa a impressão de fraqueza.
Entretanto, “ser humilde
de espírito, não quer dizer que deveríamos ser tímidos e fracalhões, e nem
significa que deveríamos ser retraídos, fracos ou acovardados”. Ser “humilde
de espírito, é reconhecer que somos “pobres de espírito”,
reconhecer a “pobreza espiritual” que vivemos dizendo: “Ai de mim! Estou
perdido! Pois sou um homem de lábios impuros e vivo no meio de um povo de
lábios impuros” (Isaías 6:5). É reconhecer a pequenez da nossa fé: “Creio,
ajuda-me a vencer a minha incredulidade" (Marcos 9:24). É ter a
grandeza de esvaziar-se em benefício do próximo: “Pois assim diz o Alto e
Sublime, que vive para sempre, e cujo nome é santo: "Habito num lugar alto
e santo, mas habito também com o contrito e humilde de espírito, para dar novo
ânimo ao espírito do humilde e novo alento ao coração do contrito” (Isaías
57:15). Ser “humilde de espírito, é saber que nada somos, que
nada temos e sermos totalmente submissos a Deus. É saber que somos totalmente
dependentes de Sua misericórdia e de Sua Graça: “Pois não nos pregamos a
nós mesmos, mas a Jesus Cristo, o Senhor, e a nós como escravos de vocês, por
amor de Jesus” (2 Coríntios 4:5).
Ao me tornar ciente desta
realidade no dia 12 de fevereiro de 2007 eu fiz a seguinte oração: ‘Senhor
eu dependo de Ti, mas as vezes o meu orgulho me leva a achar que sou autossuficiente.
E quero fazer as coisas baseadas na minha “capacidade”. Tem misericórdia de mim
oh Deus. Que eu não seja seduzido pelo “canto da sereia”, e não me coloque em evidência
(em uma vitrine), a fim de ser visto pelos homens. Que eu jamais pregue a mim
mesmo, mas somente a Cristo Jesus. Ajuda-me a tornar-me verdadeiramente “Humilde
de espírito”’.3
Pr. José de Arimatéa Nascimento
Servo de Cristo Jesus
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