“Porque vivemos por fé” - Parte 24 (Débora, Baraque e Jael) – Porque mesmo a fé vacilante é capaz de alcançar libertação grandes vitória e paz.
“Naquele dia Débora e Baraque, filho de Abinoão, entoaram este cântico: "Consagrem-se para a guerra os chefes de Israel. Voluntariamente o povo se apresenta. Louvem o Senhor!” (Juízes 5:1,2).
“Que direi de Baraque?” (Hebreus 11:32a). Esta pergunta para mim cabe muito bem à descrição da pessoa de Baraque, porque não encontramos muita coisa sobre ele. E, o que encontramos nos faz perguntar: Por que este homem foi citado na galeria dos heróis da fé? Por que alguém que parece ter uma fé débil, que não demonstra confiança na presença de Deus, receberia a honra de estar na mesma tribuna de fé de Abraão por exemplo? Se o autor de Hebreus tivesse dito: “Que direi de Débora?”, seria mais fácil falar da fé desta mulher, pois sob a direção de Deus “Débora, uma profetisa, mulher de Lapidote, liderava Israel naquela época. Ela se sentava debaixo da tamareira de Débora, entre Ramá e Betel, nos montes de Efraim, e os israelitas a procuravam, para que ela decidisse as suas questões” (Juízes 4:4,5). Certamente Débora é uma heroína da fé.
Portanto “Que direi de
Baraque?” A resposta traz sossego ao meu coração. Baraque é o típico crente que crê que Deus existe, conhece o Seu poder, louva-O por Seu grande
poder e livramento, mas precisa de um Arão em sua vida, neste caso a profetiza
Débora. Ele queria alguém de carne e osso perto sobre a qual ele pudesse se
apoiar. Baraque recebeu ordem de convocar o exército Israelita e lutar contra
os seus opressores em nome do Senhor Deus de Israel. Por isso “Débora
mandou chamar Baraque, filho de Abinoão, de Quedes, em Naftali, e lhe disse:
"O Senhor, o Deus de Israel, lhe ordena que reúna dez mil homens de
Naftali e Zebulom e vá ao monte Tabor” (Juízes 4:6). Entretanto ela não
poderia comandar um exército pessoalmente, por ser mulher, por isso, sob a
Orientação de Deus, pela fé e autoridade Divina a ela concedida, Debora ordena
que Baraque forme um exército e lute com as forças opressoras comandadas por
Sìsera.
Baraque é um líder forte e respeitado. Deveria, certamente, ser um grande guerreiro temido por seus inimigos; alguém em quem os homens de Israel confiam para o seguirem em batalha, por conta da sua reputação entre o seu povo, visto que “Débora mandou chamar Baraque”. Seguramente em seu coração havia o desejo de servir ao seu povo. Entretanto, Baraque apesar de contar com todo apoio dos céus, garantido nas palavras da profetiza que lhe disse: "O Senhor, o Deus de Israel, lhe ordena que reúna dez mil homens de Naftali e Zebulom e vá ao monte Tabor. Ele fará que Sísera, o comandante do exército de Jabim, vá atacá-lo, com seus carros de guerra e tropas, junto ao rio Quisom, e os entregará em suas mãos" (Juízes 4:6b,7). Todavia, diante de tais promessas, Baraque demonstra estar desencorajado, tanto que sua reposta surpreende até mesmo a Profetiza Débora: ‘Baraque disse a ela: "Se você for comigo, irei; mas, se não for, não irei"’ (Juízes 4:8). Não sei que tipo de relacionamento Baraque tinha com Deus, mas ele deixa bem claro que não era algo profundo. Pois a companhia de uma mulher lhe dá mais confiança do que a companhia de Deus. Ou talvez ele precisasse da segurança de que quando precisasse consultar a Deus em momentos de decisões difíceis, certamente teria os conselhos de Débora os quais seriam bem mais valiosos do que os vindos de um Conselho de Guerra. E, quem melhor para fazer isso do que a mulher que “se sentava debaixo da tamareira de Débora, entre Ramá e Betel, nos montes de Efraim, e os israelitas a procuravam, para que ela decidisse as suas questões” (Juízes 4:5). Certamente em seu coração ele tinha fé, mesmo que pequena e vacilante, pois atendeu ao chamado da profetiza, para ouvir dela o que Deus tinha a dizer. É como se ele estivesse dizendo: “Se você for comigo para me orientar, aconselhar em todas as situações difíceis fazendo-me conhecer a vontade de Deus, eu irei sem medo de enfrentar os carros de guerra de Sìsera.” Baraque repete um temor parecido com o que fez o povo no Monte Sinai quando ‘Vendo-se o povo diante dos trovões e dos relâmpagos, e do som da trombeta e do monte fumegando, todos tremeram assustados. Ficaram à distância e disseram a Moisés: "Fala tu mesmo conosco, e ouviremos. Mas que Deus não fale conosco, para que não morramos"’ (Êxodo 20:18,19). Muito embora pareça falta de fé, ela está lá, há em sua atitude o temor de Deus, tanto que quando ‘Débora disse também a Baraque: "Vá! Este é o dia em que o Senhor entregou Sísera em suas mãos. O Senhor está indo à sua frente!" Então Baraque desceu o monte Tabor, seguido por dez mil homens’ (Juízes 4:14), ele pela fé obedeceu.
Certo é que cada pessoa trilha o seu próprio caminho de vida e fé com Deus. Neste caminho podemos até vacilar na fé, mas Deus não vacila em suas decisões e em resposta às condições colocadas por Baraque Deus também estabelece as consequências de sua atitude: ‘Respondeu Débora: "Está bem, irei com você. Mas saiba que, por causa do seu modo de agir, a honra não será sua; porque o Senhor entregará Sísera nas mãos de uma mulher". Então Débora foi a Quedes com Baraque, onde ele convocou Zebulom e Naftali. Dez mil homens o seguiram, e Débora também foi com ele’ (Juízes 4:9,10). Tanto que “Diante do avanço de Baraque, o Senhor pela espada derrotou Sísera e todos os seus carros de guerra e o seu exército, e Sísera desceu do seu carro e fugiu a pé” (Juízes 4:14). “Naquele dia Deus subjugou Jabim, o rei cananeu, perante os israelitas. E os israelitas atacaram cada vez mais a Jabim, o rei cananeu, até que eles o destruíram” (Juízes 4:23,24).
Naquele dia, Deus fez muito
mais do que dar a vitória nas mãos de Baraque. Ele quebrou paradigmas honrando
duas mulheres, isso não tem nada haver com feminismo, mas com a justiça da fé. Uma
delas é Débora, uma mulher de fé e coragem, pois quando “Já tinham
desistido os camponeses de Israel, já tinham desistido, até que eu, Débora, me
levantei; levantou-se uma mãe em Israel” (Juízes 5:7). Uma mãe que pela
fé “mandou chamar Baraque” (Juízes 4:6a), e com autoridade Divina
profetizou ‘O Senhor, o Deus de Israel, lhe ordena que reúna dez mil
homens de Naftali e Zebulom e vá ao monte Tabor. Ele fará que Sísera, o
comandante do exército de Jabim, vá atacá-lo, com seus carros de guerra e
tropas, junto ao rio Quisom, e os entregará em suas mãos"’
(Juízes 4:6,7) e não vacilou na sua fé, tanto que disse “Está bem, irei
com você” (Juízes 4:9a). E pela mesma fé também profetizou: “Mas
saiba que, por causa do seu modo de agir, a honra não será sua; porque o Senhor
entregará Sísera nas mãos de uma mulher” (Juízes 4:9).
A outra mulher que
recebeu a honra de dada por Deus é “Jael, mulher de Héber” (Juízes
4:21), a quem Deus entregou em suas mãos o comandante filisteu inimigo e opressor de seu povo. Assim sendo "Que Jael seja a mais bendita das mulheres,
Jael, mulher de Héber, o queneu! Seja ela bendita entre as mulheres que habitam
em tendas!” (Juízes 5:24).
Como podemos ver, Deus não
faz acepção de pessoas ou de gênero, Ele usa homens e mulheres que acreditam em
Sua Palavra, que o temem, para liderar com coragem e afinco o Seu povo na
realização redentora deste mesmo povo. Portanto: ‘Desperte, Débora!
Desperte! Desperte, desperte, irrompa em cânticos! Levante-se, Baraque! Leve
presos os seus prisioneiros, ó filho de Abinoão!’ (Juízes 5:12).
Desperte e em consequência do seu viver pela fé realize a sua missão de libertar
o mundo da opressão causada pela incredulidade.
Pr. José de Arimatéa Nascimento
Servo de Cristo Jesus
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