“Porque vivemos por fé” - Parte 18 (Moisés) – Porque pela fé Deus nos deu um Espírito de poder, de amor e de autodomínio que nos no torna sábios, fortes, ousados, amorosos e sensíveis.
“Pela fé saiu do Egito, não temendo a ira do rei, e perseverou, porque via aquele que é invisível” (Hebreus 11:27).
Imagem do filme "Os Dez Mandamentos" (1956) - Charlton Heston e Yul Brynner.
Pela fé Moisés, com coragem e perseverança, também escolheu deixar o Egito. Novamente, com Cristo em vista, ele desprezou as riquezas da terra onde nasceu, o poder e o prestígio de sua adoção por Faraó - o rei do Egito e as benesses que esta posição poderia lhe dar. Uma vez que “Moisés foi educado em toda a sabedoria dos egípcios e veio a ser poderoso em palavras e obras” (Atos 7:22).
Entretanto, quando ainda não conhecia verdadeiramente o Deus de seus pais, quis fazer as coisas a seu modo e, com ira descontrolada tirou a vida de um homem com as suas próprias mãos: “Ao completar quarenta anos, Moisés decidiu visitar seus irmãos israelitas. Ao ver um deles sendo maltratado por um egípcio, saiu em defesa do oprimido e o vingou, matando o egípcio” (Atos 7:23,24).
Seu ato carnal trouxe consequências: “Ele pensava que seus irmãos compreenderiam que Deus o estava usando
para salvá-los, mas eles não o compreenderam” (Atos 7:25). Todavia ele
foi rejeitado como líder por seu povo... ‘No dia seguinte, Moisés
dirigiu-se a dois israelitas que estavam brigando, e tentou reconciliá-los,
dizendo: ‘Homens, vocês são irmãos; por que ferem um ao outro?’ "Mas o
homem que maltratava o outro empurrou Moisés e disse: ‘Quem o nomeou líder e
juiz sobre nós? Quer matar-me como matou o egípcio ontem?’ (Atos
7:26-28). E assim com medo do rei do Egito ele fugiu para não morrer, pois “Quando
o faraó soube disso, procurou matar Moisés, mas este fugiu e foi morar na terra
de Midiã. Ali assentou-se à beira de um poço” (Êxodo 2:15). O mesmo faraó
que o quis matar quando criança e não conseguiu, porque Moisés fora oculto pelo poder
da fé de seus pais; agora se levanta com ira ainda maior para destruir aquele
que se “recusou ser chamado filho da filha do faraó” e, ainda
ousou matar um cidadão egípcio. Neste tempo, Moisés teve medo, pois o espírito
de covardia ainda reinava em seu coração.
A ira de Moisés e a
confiança em sua “educação e sabedoria egípcia e em seu poderoso palavreado
e obras” deram a ele uma falsa sensação de que podia agir sem a ajuda
Divina, como diz Tiago: ‘Esse tipo de "sabedoria" não vem
do céu, mas é terrena, não é espiritual e é demoníaca. Pois onde há inveja e
ambição egoísta, aí há confusão e toda espécie de males’ (Tiago 3:15-16).
A sabedoria terrena ensina a usar tão somente força e violência para alcançar
o seu objetivo, no entanto a sabedoria Divina nos ensina que: “a
sabedoria que vem do alto é antes de tudo pura; depois, pacífica, amável,
compreensiva, cheia de misericórdia e de bons frutos, imparcial e sincera. O fruto
da justiça semeia-se em paz para os pacificadores” (Tiago 3:17,18). Portanto
assim diz o Senhor: “Não por força nem por violência, mas pelo meu
Espírito’, diz o Senhor dos Exércitos” (Zacarias 4:6b).
Entretanto Moisés sabiamente “Por amor de Cristo, considerou a desonra riqueza maior
do que os tesouros do Egito, porque contemplava a sua recompensa” (Hebreus
11:26), e por conseguinte “Ele pensava que seus irmãos compreenderiam que
Deus o estava usando para salvá-los” (Atos 7:25), acertou no conteúdo, mas
errou na estratégia, visto que seus atos ainda não eram de fé em Deus, mas de fé em si
mesmo.
Não há nada como o passar do
tempo: "Passados quarenta anos, apareceu a Moisés um anjo nas
labaredas de uma sarça em chamas no deserto, perto do monte Sinai” (Atos
7:30). Moisés está com 80 anos, dos quais os últimos 40 passou no deserto
do Sinai, apascentando ovelhas e exercitando a paciência. Ele vivia no sopé do Monte
de Deus, figurativamente 40 anos perto de Deus sem notar sua presença. Agora, no tempo de Deus ele finalmente vai
conhecer o Deus de seus pais: ‘O Senhor viu que ele se aproximava para
observar. E então, do meio da sarça Deus o chamou: "Moisés, Moisés! "
"Eis-me aqui", respondeu ele. Então disse Deus: "Não se
aproxime. Tire as sandálias dos pés, pois o lugar em que você está é terra
santa". Disse ainda: "Eu sou o Deus de seu pai, o Deus de Abraão, o
Deus de Isaque, o Deus de Jacó". Então Moisés cobriu o rosto, pois teve
medo de olhar para Deus’ (Êxodo 3:4-6).
Deus disse: “Tire as
sandálias dos pés”, ou seja, deixe para traz tudo em que você tem se sustentado; abandone os seus pressupostos; esqueça as bases da sua “educação, sabedoria,
palavreado e obras”; e, da mesma forma que você se “recusou ser
chamado filho da filha do faraó”, recuse agora todo alicerce onde você
enganosamente colocou a sua fé. "Não se aproxime” com seus
trapos de imundícias; livre-se de tudo o que te atrapalha; do pecado que lhe envolve,
“pois o lugar em que você está é terra santa". Portanto, coloque
os seus pés desnudos sobre a Rocha, conecte-se com o que é Divino e assim verdadeiramente
conheça “o Deus de seu pai, o Deus de Abraão, o Deus de Isaque, o Deus
de Jacó". Pois De fato tenho visto a opressão sobre o meu
povo no Egito. Ouvi seus gemidos e DESCI PARA LIVRÁ-LO. Venha agora, e eu o
enviarei de volta ao Egito’ (Atos 7:34). ‘Disse também Deus a
Moisés: "Diga aos israelitas: O Senhor, o Deus dos seus antepassados, o
Deus de Abraão, o Deus de Isaque, o Deus de Jacó, ENVIOU-ME A VOCÊS. Esse é o
meu nome para sempre, nome pelo qual serei lembrado de geração em geração. "Vá,
reúna as autoridades de Israel e diga-lhes: O Senhor, o Deus dos seus
antepassados, o Deus de Abraão, de Isaque e de Jacó, apareceu a mim e disse: Eu
virei em auxílio de vocês; pois vi o que lhes tem sido feito no Egito’
(Êxodo 3:15,16). "ESTE É O MESMO MOISÉS QUE TINHAM REJEITADO com
estas palavras: ‘Quem o nomeou líder e juiz?’ ELE FOI ENVIADO PELO PRÓPRIO DEUS
PARA SER LÍDER E LIBERTADOR DELES, por meio do anjo que lhe tinha aparecido na
sarça. (Atos 7:35).
Agora devidamente nomeado por Deus como líder e juiz, Moisés por um ato de fé, virou as costas para o Egito, sem se preocupar com a fúria do rei. Porque confiava tanto em Deus que parecia que ele podia ver Deus bem ali ao seu lado! Como está escrito: “Sempre tenho o Senhor diante de mim. Com ele à minha direita, não serei abalado” (Salmos 16:8). Nesta confiança, Moisés apresenta-se sem medo diante de faraó. O medroso que fugiu para não morrer, agora já não existe, em seu lugar surge um homem ousado, cujos pés estão firmados na Rocha Eterna. Revestido da fé em Deus que lhe deu um Espírito de poder, de amor e de autodomínio que o tornou verdadeiramente sábio, forte, ousado, amoroso e sensível. “Pois Deus não nos deu espírito de covardia, mas de poder, de amor e de equilíbrio” (2 Timóteo 1:7). É revestido deste Espírito ousado que “... Moisés e Arão foram falar com o faraó e disseram: "Assim diz o Senhor, o Deus de Israel: ‘Deixe o meu povo ir para celebrar-me uma festa no deserto’"” (Êxodo 5:1). Foi através da fé, que o fazia ver Aquele que é invisível, com coragem, perseverança, e revestido pela fortaleza poderosa do Espírito que “Ele os tirou de lá, fazendo maravilhas e sinais no Egito, no mar Vermelho e no deserto durante quarenta anos” (Atos 7:36).
Portanto, a exemplo de Moisés:
“fixamos os olhos, não naquilo que se vê, mas no que não se vê, pois o
que se vê é transitório, mas o que não se vê é eterno” (2 Coríntios
4:18). Só assim poderemos prosseguir em nossa jornada. Sigamos com coragem
olhando fixamente para Aquele que ninguém pode ver. “Portanto, também
nós, uma vez que estamos rodeados por tão grande nuvem de testemunhas,
livremo-nos de tudo o que nos atrapalha e do pecado que nos envolve, e corramos
com perseverança a corrida que nos é proposta, tendo os olhos fitos em Jesus,
autor e consumador da nossa fé” (Hebreus 12:1,2a).
Pr. José de Arimatéa Nascimento
Servo de Cristo Jesus
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