“Porque vivemos por fé” - Parte 12 (Abraão) – Porque pela fé cremos que as promessas de Deus não são vazias. Sabemos também que vamos receber o que está por vir: vida e ressurreição.
“Pela fé Abraão, quando Deus o pôs à prova, ofereceu Isaque como sacrifício. Aquele que havia recebido as promessas estava a ponto de sacrificar o seu único filho” (Hebreus 11:17).
A vida com fé segue numa crescente dependência e confiança em Deus. O passado agora é história, o presente se apresenta diante de nós exigindo coerência e uma fé ainda maior. A obediência de Abraão ao chamado de Deus revela sua disposição de viver pela fé. Pela fé Abraão obedeceu quando Deus o chamou e partiu sem mesmo saber para onde ia. Também pela fé vimos que Sara, mulher de Abraão, que era estéril e já avançada em idade, pôde ter um único filho e dele descenderam milhões de filhos a Abrão, tanto quanto as estrelas do firmamento, ou os grãos de areia à beira mar!
Entretanto o sair da terra
no início de sua caminhada não representava perdas inseparáveis, ele
tinha condições de recomeçar sua vida em outro lugar. Quanto a geração de Isaque
ele “só” precisou considerar “fiel aquele que lhe havia feito a
promessa” (Hebreus 11:11). “Abrão creu no Senhor, e isso lhe foi
creditado como justiça” (Gênesis 15:6). O que quero dizer é que o envolvimento
de Abraão nestes dois momentos exigiu dele fé e obediência. Como nas fases iniciais
de um jogo de videogame ele passou por elas com louvor, sem perda de vidas.
Mas agora as dificuldades
são elevadas a enésima potência da fé. “Deus o pôs à prova”.
Aqui precisamos esclarecer que Deus não tentou Abraão, mas o provou em sua fé.
Portanto: ‘Quando alguém for tentado, jamais deverá dizer: "Estou
sendo tentado por Deus". Pois Deus não pode ser tentado pelo mal, e a
ninguém tenta. Cada um, porém, é tentado pela própria cobiça, sendo por esta
arrastado e seduzido’ (Tiago 1:13,14)
Abraão está sendo provado
por conta da sua fidelidade da mesma forma como Jó foi provado por sua integridade: ‘Disse então o Senhor a Satanás: "Reparou em meu servo Jó? Não há
ninguém na terra como ele, irrepreensível, íntegro, homem que teme a Deus e
evita o mal". "Será que Jó não tem razões para temer a Deus? ",
respondeu Satanás. "Acaso não puseste uma cerca em volta dele, da família
dele e de tudo o que ele possui? Tu mesmo tens abençoado tudo o que ele faz, de
modo que todos os seus rebanhos estão espalhados por toda a terra. Mas estende
a tua mão e fere tudo o que ele tem, e com certeza ele te amaldiçoará na tua
face."’ (Jó 1:8-11). A provação de Jó sem dúvida foi algo extremamente
injusto e terrível, e mesmo sabedor disto, sem reclamar de Deus, ele mantém a
sua integridade: ‘Ao ouvir isso, Jó levantou-se, rasgou o manto e rapou a
cabeça. Então prostrou-se no chão em adoração, e disse: "Saí nu do ventre
da minha mãe, e nu partirei. O Senhor o deu, o Senhor o levou; louvado seja o
nome do Senhor". Em tudo isso Jó não pecou nem de nada culpou a Deus’
(Jó 1:20-22).
Toda fé precisa passar pela
provação, por tribulações e tentações. Uma vez que até o próprio Cristo foi tentado: ‘Então
Jesus foi levado pelo Espírito ao deserto, para ser tentado pelo diabo. Depois
de jejuar quarenta dias e quarenta noites, teve fome. O tentador aproximou-se
dele e disse: "Se você é o Filho de Deus, mande que estas pedras se
transformem em pães"’ (Mateus 4:1-3). Contudo jamais pecou! ‘Portanto,
visto que temos um grande sumo sacerdote que adentrou os céus, Jesus, o Filho
de Deus, apeguemo-nos com toda a firmeza à fé que professamos, pois não temos
um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas, mas sim
alguém que, como nós, passou por todo tipo de tentação, porém, sem pecado’ (Hebreus
4:14,15).
Em Gênesis 22, vemos a fé de Abraão diante da mais alta prova de fé desde o começo de sua caminhada na fé, sua fidelidade e obediência são colocadas em cheque. Deus, simplesmente, ordena que ele devolva com suas próprias mãos a promessa que Ele lhe fez. ‘Passado algum tempo, Deus pôs Abraão à prova, dizendo-lhe: "Abraão! " Ele respondeu: "Eis-me aqui". Então disse Deus: "Tome seu filho, seu único filho, Isaque, a quem você ama, e vá para a região de Moriá. Sacrifique-o ali como holocausto num dos montes que lhe indicarei"’ (Gênesis 22:1,2).
A fidelidade de Abraão é requisitada além de sua “fé” e “obediência”! Lhe é acrescentado um “sacrifício” pessoal, onde fique bem claro que
ele ama a Deus mais do que a vida do seu filho unigênito. Foi-lhe exigido que ele oferecesse a Deus a
melhor e a mais querida de suas possessões; exigiu-se que ele oferecesse a Deus
o filho da promessa, aquele no qual ele colocara toda sua esperança de ser “Pai
de multidão”, visto que esse futuro só estava assegurado, humanamente falando,
mediante Isaque.
Eu particularmente creio que
Abarão entrou num conflito, de profundidade extraordinária, mesmo para alguém fiel
a Deus como ele. Entretanto contra toda lógica humana: ‘Na manhã
seguinte, Abraão levantou-se e preparou o seu jumento. Levou consigo dois de
seus servos e Isaque seu filho. Depois de cortar lenha para o holocausto,
partiu em direção ao lugar que Deus lhe havia indicado’ (Gênesis 22:3).
‘Na manhã seguinte, Abraão”: ‘Pela fé Abraão, quando Deus o
pôs à prova, ofereceu Isaque como sacrifício. Aquele que havia recebido as
promessas estava a ponto de sacrificar o seu único filho, embora Deus lhe
tivesse dito: "Por meio de Isaque a sua descendência será
considerada". Abraão levou em conta que Deus pode ressuscitar os mortos;
e, figuradamente, recebeu Isaque de volta dentre os mortos’ (Hebreus
11:17-19).
Até em relação à ressureição
Abraão é pioneiro. Porque o primeiro registo de ressurreição na Bíblia só aparece
séculos depois, em 1Reis 17.17-24, quando Elias ora e o filho da viúva é ressuscitado.
Entretanto Abraão sem base alguma, tão somente pela fé “levou em conta
que Deus pode ressuscitar os mortos”. Com os olhos da fé Abraão de
alguma forma sabe que o Deus da promessa também é o Deus da vida, e, portanto, vitorioso
sobre a morte. Pois ‘Como está escrito: "Eu o constituí pai de
muitas nações". Ele é nosso pai aos olhos de Deus, em quem creu, o Deus
que dá vida aos mortos e chama à existência coisas que não existem, como se
existissem. Abraão, contra toda esperança, em esperança creu, tornando-se assim
pai de muitas nações, como foi dito a seu respeito: "Assim será a sua
descendência"’ (Romanos 4:17,18).
Foi assim que pela fé Abraão
“Então estendeu a mão e pegou a faca para sacrificar seu filho” (Gênesis
22:10). Ao sacrificar Isaque, em seu coração, ele libera a promessa de Deus e
se torna não só o “pai de multidões” neste mundo mortal, ele nos
apresenta a realidade da ressurreição e da superação da morte pois “O
último inimigo a ser destruído é a morte” (1 Coríntios 15:26) e, ela já
não tem poder sobre os que creem na ressureição como creu Abraão, já que ‘Disse-lhe
Jesus: "Eu sou a ressurreição e a vida. Aquele que crê em mim, ainda que
morra, viverá; e quem vive e crê em mim, não morrerá eternamente. Você crê
nisso?" (João 11:25,26).
Abraão com fé obediente
ofereceu seu único filho em sacrifício a Deus! Em seu coração ele creu que Deus
era poderoso para ressuscitá-lo dentre os mortos. O sacrifício se deu como se
Isaque tivesse realmente sido sacrificado e retornado dos mortos; a primeira ressurreição
da Bíblia. Pois ‘Pela segunda vez o Anjo do Senhor chamou do céu a Abraão
e disse: "Juro por mim mesmo", declara o Senhor, "que por ter
feito o que fez, não me negando seu filho, o seu único filho, esteja certo de
que o abençoarei e farei seus descendentes tão numerosos como as estrelas do
céu e como a areia das praias do mar. Sua descendência conquistará as cidades
dos que lhe forem inimigos e, por meio dela, todos povos da terra serão
abençoados, porque você me obedeceu"’ (Gênesis 22:15-18). Abraão
foi provado em sua fé “para que em Cristo Jesus a bênção de Abraão
chegasse também aos gentios, para que recebêssemos a promessa do Espírito
mediante a fé” (Gálatas 3:14).
Pr. José de Arimatéa Nascimento
Servo de Cristo Jesus
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