“Tét” - Senhor tem misericórdia de mim, dá-me entendimento dos Teus decretos, para que eu enxergue a Tua bondade.
“Foi bom para mim ter sido castigado, para que aprendesse os teus decretos” (Salmos 119:71).
Sinceramente, ninguém é fã de castigo ou disciplina. Em toda minha vida nunca ouvi alguém orando pedindo para ser castigado o cantando “castiga-me Senhor, eis minha petição, me queima com fogo dos altos céus, castiga sem perdão”1. Na verdade na grande maioria das vezes o disciplinado se vê injustiçado e, portanto não merecedor do castigo a que foi submetido, no geral isso faz transbordar um sentimento de revolta contra o seu algoz: “Então disse Deus a Jonas: Fazes bem que assim te ires por causa da aboboreira? E ele disse: Faço bem que me revolte até à morte” (Jonas 4:9). Jonas é muito criticado por suas posições, mas ele representa bem muito do que se passa em nossos corações quando somos disciplinados.
A disciplina da aflição
nunca será compreendida por aquele que tem falta do bom senso de ter o conhecimento
dos mandamentos Divinos. Este jamais poderá dizer como o salmista: “Foi-me
bom ter eu passado pela aflição.” Certo é que no momento em que passamos
pela aflição, não conseguimos discernir algo de bom em nosso martírio, entretanto
nós “Sabemos que Deus age em todas as coisas para o bem daqueles que o
amam, dos que foram chamados de acordo com o seu propósito” (Romanos
8:28). Esta verdade vem à tona quando o mar revolto, finalmente se acalma, só
então podemos ver claramente um propósito beneficente no nosso sofrimento. Tanto
é verdade que o salmista reconhece que a disciplina de Deus, apesar de severa, o
benefício, porque o fez voltar-se para Deus e Sua Palavra: “Antes de ser
castigado, eu andava desviado, mas agora obedeço à tua palavra” (Salmos
119:67).
Todos nós estamos sujeitos as
injustiças da vida; e, também das consequências terríveis das escolhas
pessoais que fazemos. E são justamente estes momentos de aflição a grande
oportunidade para mostramos a nossa plena confiança em Deus e proclamar: “Tu
és bom, e o que fazes é bom; ensina-me os teus decretos” (Salmos 119:68).
A bondade de Deus é manifesta
desde a primeira disciplina que se tem conhecimento. Ela está registrada em Gênesis
3:08-19, naquele terrível momento em que o pecado entrou no mundo. Ali
também vemos que para não fugir à regra, Adão e Eva, se esconderam para não
serem castigados por seu erro. Tal qual fazíamos nós, quando nos escondíamos embaixo
da cama para fugir do castigo dos nossos pais, o que raramente dava resultado.
O castigo dado ao casal foi dolorido não só para eles, mas para toda criação,
porque agora: “maldita é a terra por sua causa” (Gênesis 3:17). Tanto “que toda a natureza criada geme até agora, como em dores de parto”
(Romanos 8:21,22b). Diante da sentença, muitos se acham injustiçados por receberem
um castigo do qual acham não serem merecedores, contudo, se esquecem que em
Adão todos pecaram, “Portanto, da mesma forma como o pecado entrou no
mundo por um homem, e pelo pecado a morte, assim também a morte veio a todos os
homens, porque todos pecaram” (Romanos 5:12). Assim sendo eu e você fazemos
parte de “todos pecaram”. Portanto o castigo e justo e merecido.
O que as pessoas fazem
questão de esquecer é que o castigo não foi dado à toa, porque “Antes de
ser castigado, eu andava desviado” (Salmos 119:67); ou seja, andava longe
de Deus, assim sendo, muito embora tenha sido dolorido o castigo, o salmista
não se revolta contra Deus mas reconhece seus erros e pede em oração que
para que apesar de tudo seja “tratado com bondade” (Salmos 119:65);
e que lhe seja dado o “bom senso e o conhecimento” (Salmos 119:66);
e assim pode perceber um propósito beneficente no seu sofrimento.
O “bom senso e o
conhecimento”, fazem então que ele se lembre da Palavra que está
guardada em seu coração que diz: “Meu filho, não despreze a disciplina do
Senhor nem se magoe com a sua repreensão, pois o Senhor disciplina a quem ama,
assim como o pai faz ao filho de quem deseja o bem” (Provérbios 3:11,12),
e que muito embora “Nenhuma disciplina parece ser motivo de alegria no
momento, mas sim de tristeza. Mais tarde, porém, produz fruto de justiça e paz
para aqueles que por ela foram exercitados” (Hebreus 12:11); estas
verdades levam o justo a uma reflexão que finalmente o faz enxergar o que
estava oculto diante dos seus olhos, a benevolência de Deus e agora com
alegria diz: “Tu és bom, e o que fazes é bom” (Salmos 119:68),
assim sendo “Foi bom para mim ter sido castigado, para que aprendesse os
teus decretos” (Salmos 119:71).
“Tu és bom, e o que
fazes é bom”, mesmo lá no Gênesis, quando castigou o
homem, Deus aparece “tratando com bondade” os Seus filhos rebeldes e faz uma promessa a todos que andavam desviados: “E porei inimizade
entre ti e a mulher, e entre a tua semente e a sua semente; esta te ferirá a
cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar" (Gênesis 3:15). Nosso Pai
amoroso com o intuito de prover aos Seus filhos que se haviam perdido “fruto
de justiça e paz” envia “sua semente” para sofrer Ele
mesmo o nosso castigo, “Pois também Cristo sofreu pelos pecados uma vez
por todas, o justo pelos injustos, para conduzir-nos a Deus” (1ª Pedro
3:18). Ele sim, um justo, sofrendo o castigo injusto a fim de nos justificar
diante de Deus, jamais reclamou de nada, pois sabia que o Seu sofrimento, tinha
o propósito de salvar o homem injusto e pecador, da morte eterna. Este sim um
castigo horrível! Porém Ele: “Foi desprezado e rejeitado pelos homens, um
homem de tristeza e familiarizado com o sofrimento. Como alguém de quem os
homens escondem o rosto, foi desprezado, e nós não o tínhamos em estima.
Certamente ele tomou sobre si as nossas enfermidades e sobre si levou as nossas
doenças, contudo nós o consideramos castigado por Deus, por ele atingido e
afligido. Mas ele foi transpassado por causa das nossas transgressões, foi
esmagado por causa de nossas iniquidades; O CASTIGO QUE NOS TROUXE PAZ ESTAVA
SOBRE ELE, e pelas suas feridas fomos curados.” (Isaías 53:3-5).
Com palavras doces em amor;
Ou talvez algumas almas tristes alcançar,
Com a mensagem do Senhor!” (Hino 417 C.C.).
Pr. José de Arimatéa Nascimento
Servo de Cristo Jesus
1 Versão do hino 171 –
AVIVAMENTO – Cantor Cristão
Salmos 119:65-72. – “Tét” - A "inversão," ou ocultamento, da benevolência de Deus neste mundo. Representado por uma inclinação; um cajado; abaixo; uma cama. Seu formato: Um recipiente com uma aba invertida: uma bolsa d'água. Exemplo – Simeão.
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