“Ó Deus, não te emudeças; não fiques em silêncio nem te detenhas, ó Deus” (Salmos 83:1)
Será que Deus está realmente mudo? Será mesmo que ELE permanece calado? Será que Aquele que é o Verbo Eterno ficou sem Palavras? Eu tenho certeza que não. O problema do silêncio não está no transmissor, mas no receptor que certamente está com algum dificuldade de sintonia, pois ‘A voz do Senhor ressoa sobre as águas; o Deus da glória troveja, o Senhor troveja sobre as muitas águas. A voz do Senhor é poderosa; a voz do Senhor é majestosa. A voz do Senhor quebra os cedros; o Senhor despedaça os cedros do Líbano. Ele faz o Líbano saltar como bezerro, o Siriom como novilho selvagem. A voz do Senhor corta os céus com raios flamejantes. A voz do Senhor faz tremer o deserto; o Senhor faz tremer o deserto de Cades. A voz do Senhor retorce os carvalhos e despe as florestas. E no seu templo todos clamam: "Glória!"’ (Salmos 29:3-9).
Deus está falando agora
usando a Sua multiforme comunicação. ELE usa a natureza para se comunicar
com você: “Os céus declaram a glória de Deus; o firmamento proclama a obra
das suas mãos. Um dia fala disso a outro dia; uma noite o revela a outra noite.
Sem discurso nem palavras, não se ouve a sua voz. Mas a sua voz ressoa por toda
a terra, e as suas palavras, até os confins do mundo” (Salmos 19:1-4). Quando
agimos como um asno o Senhor nos eleva ao nível de um jumento para entender que
ELE está falando ‘Quando a jumenta viu o anjo do Senhor, deitou-se
debaixo de Balaão. Acendeu-se a ira de Balaão, que bateu nela com a sua vara. Então
o Senhor abriu a boca da jumenta, e ela disse a Balaão: "Que foi que eu
lhe fiz, para você bater em mim três vezes?" Balaão respondeu à jumenta:
"Você me fez de tolo! Quem dera eu tivesse uma espada na mão; eu a mataria
agora mesmo". Mas a jumenta disse a Balaão: "Não sou sua jumenta, que
você sempre montou até o dia de hoje? Tenho eu o costume de fazer isso com
você?" "Não", disse ele. Então o Senhor abriu os olhos de
Balaão, e ele viu o anjo do Senhor parado no caminho, empunhando a sua espada.
Então Balaão inclinou-se e prostrou-se, rosto em terra’ (Números
22:27-31).
Como vimos e ouvimos, é impossível
que Deus se cale, já que “A tua palavra, Senhor, para sempre está firmada
nos céus” (Salmos 119:89). Tudo isso nos faz ver que o silêncio Divino é
algo impraticável por parte de Deus! Portanto não escutar Sua voz seria um
problema de surdez espiritual ou falta de conhecimento da linguagem Divina: ‘A
lâmpada de Deus ainda não havia se apagado, e Samuel estava deitado no
santuário do Senhor, onde se encontrava a arca de Deus. Então o Senhor chamou
Samuel. Samuel respondeu: "Estou aqui". E correu até Eli e disse:
"Estou aqui; o senhor me chamou? " Eli, porém, disse: "Não
o chamei; volte e deite-se". Então, ele foi e se deitou. De novo o Senhor
chamou: "Samuel!" E Samuel se levantou e foi até Eli e disse:
"Estou aqui; o senhor me chamou?" Disse Eli: "Meu filho, não o
chamei; volte e deite-se". Ora, Samuel ainda não conhecia o Senhor. A
palavra do Senhor ainda não lhe havia sido revelada. O Senhor chamou Samuel
pela terceira vez. Ele se levantou, foi até Eli e disse: "Estou aqui; o
senhor me chamou? " Então Eli percebeu que o Senhor estava chamando o
menino e lhe disse: "Vá e deite-se; se ele chamá-lo, diga: ‘Fala, Senhor,
pois o teu servo está ouvindo’ ". Então Samuel foi se deitar. O Senhor
voltou a chamá-lo como nas outras vezes: "Samuel, Samuel! " Então
Samuel disse: "Fala, pois o teu servo está ouvindo".’ (1
Samuel 3:3-10).
O problema é que nós temos
dificuldade de entender a Sua forma de comunicação: “Por essa razão eu
lhes falo por parábolas: ‘Porque vendo, eles não veem e, ouvindo, não ouvem nem
entendem’. Neles se cumpre a profecia de Isaías: ‘Ainda que estejam sempre
ouvindo, vocês nunca entenderão; ainda que estejam sempre vendo, jamais
perceberão. Pois o coração deste povo se tornou insensível; de má vontade
ouviram com os seus ouvidos, e fecharam os seus olhos.” (Mateus 13:13-14).
Outro motivo de não ouvirmos
a voz de Deus é que, por vezes, estamos buscando ouvi-lo onde ELE não está: ‘O
Senhor lhe disse: "Saia e fique no monte, na presença do Senhor, pois o
Senhor vai passar". Então veio um vento fortíssimo que separou os montes e
esmigalhou as rochas diante do Senhor, mas O SENHOR NÃO ESTAVA NO VENTO. Depois
do vento houve um terremoto, mas O SENHOR NÃO ESTAVA NO TERREMOTO. Depois do
terremoto houve um FOGO, mas O SENHOR NÃO ESTAVA NELE. E depois do fogo houve O
MURMÚRIO DE UMA BRISA SUAVE. QUANDO ELIAS OUVIU, PUXOU A CAPA PARA COBRIR O
ROSTO, saiu e ficou à entrada da caverna. E uma voz lhe perguntou: "O que
você está fazendo aqui, Elias?"’ (1 Reis 19:11-13).
Entretanto, esta sensação
incômoda do “silêncio de Deus” não é exclusiva minha, sua ou de Asaf, Davi
também já havia reclamado do mesmo silêncio: “A ti eu clamo, Senhor, minha
Rocha; não fiques indiferente para comigo. Se permaneceres calado, serei como
os que descem à cova” (Salmos 28:1). “Tu viste isso, Senhor! Não
fiques calado. Não te afastes de mim, Senhor, Acorda! Desperta! Faze-me
justiça! Defende a minha causa, meu Deus e Senhor” (Salmos 35:22,23). Entretanto,
apesar das muitas orações, o que se tem é o longo e terrível “silêncio de Deus”. As razões desse silêncio, provavelmente não é a ausência de palavras, mas o
silêncio que aguça a nossa audição para ouvirmos a voz da fé que agrada a Deus: “Foi
pela fé que Noé ouviu os avisos de Deus sobre as coisas que iam acontecer e que
não podiam ser vistas. Noé obedeceu a Deus e construiu uma barca em que ele e a
sua família foram salvos. Assim Noé condenou o mundo e recebeu de Deus a
aprovação que vem por meio da fé” (Hebreus 11:7). Esta fé é que nos leva
a fazer um apelo para que o “silêncio Divino” finalmente seja quebrado, visto que os
perigos iminentes ameaçam a vida dos Filhos de Deus: “Ó Deus, a quem
louvo, não fiques indiferente, pois homens ímpios e falsos dizem calúnias
contra mim, e falam mentiras a meu respeito” (Salmos 109:1,2).
Agora finalmente sintonizados
na frequência da fé, vemos que Deus não permanece mudo! “Por amor de Sião
não me calarei, e por amor de Jerusalém não me aquietarei, até que saia a sua
justiça como um resplendor, e a sua salvação como uma tocha acesa” (Isaías
62:1). O que Ele falou no passado reverbera no presente: “Há muito tempo
Deus falou muitas vezes e de várias maneiras aos nossos antepassados por meio
dos profetas, mas nestes últimos dias falou-nos por meio do Filho, a quem
constituiu herdeiro de todas as coisas e por meio de quem fez o universo”
(Hebreus 1:1,2).
Deus continua falando com
você hoje através da Bíblia: “Toda a Escritura é divinamente inspirada, e
proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em
justiça; Para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente instruído para
toda a boa obra” (2 Timóteo 3:16,17).
Deus fala através do Espírito
Santo: “Mas o Conselheiro, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu
nome, lhes ensinará todas as coisas e lhes fará lembrar tudo o que eu lhes
disse” (João 14:26).
Deus fala através das
situações: “E sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o
bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito”
(Romanos 8:28).
Deus fala através de pessoas:
“Habite ricamente em vocês a palavra de Cristo; ensinem e aconselhem-se
uns aos outros com toda a sabedoria, e cantem salmos, hinos e cânticos
espirituais com gratidão a Deus em seus corações” (Colossenses 3:16).
Com palavras doces em amor;
Ou talvez algumas almas tristes alcançar,
Com a mensagem do Senhor!” (Hino 417 C.C.).
Pr. José de Arimatéa Nascimento
Servo de Cristo Jesus
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