“Deste chuvas generosas, ó Deus; refrescaste a tua herança exausta. - Salmos 68:9.
Desde criança ouvi meus pais contarem as histórias de sofrimento do povo nordestino, por conta da terrível seca que assolava o nordeste brasileiro. Um solo que já fora fértil: “Mas foi desarraigada com fúria e atirada ao chão. O vento oriental a fez murchar, seus frutos foram arrancados, seus fortes galhos secaram e o fogo os consumiu. Agora está plantada no deserto, numa terra seca e sedenta” (Ezequiel 19:12,13).
O sofrimento deste povo foi
cantado em verso e prosa por vários cantores, mas creio que se há uma música
que representa a vida nordestina e que se tornou um verdadeiro hino deste povo,
é “Asa Branca”. Sua poesia retrata a agonia causada pela seca e em consequência
a fome e morte que tem assolado a vida dos bravos homens e mulheres, estes sim
verdadeiros heróis, daquela região. Entretanto este sofrimento em nada se
compara à angústia de uma vida seca e murcha longe de Deus. Uma vida assolada por
conta da distância da Fonte de Água Viva, que de tão secas “São como
palha que o vento leva” (Salmos 1:4).
Esta é a triste sina que assola
a alma do homem. Que infelizmente insiste na tolice de viver longe de Deus. Seus lábios estão ressequidos e não serão
reidratados enquanto não beberem da Fonte que jorra do Trono de Deus. Porque sua
sede é espiritual: “Como a corça anseia por águas correntes, a minha alma
anseia por ti, ó Deus. A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo. Quando
poderei entrar para apresentar-me a Deus?” (Salmos 42:1,2). Sede das
Águas que jorram da Rocha, sede de beber da “fonte de água a jorrar para
a vida eterna" (João 4:14).
Um dos grandes problemas que
agravam a nossa sede é que diariamente somos bombardeados com líquidos
artificiais que garantem matar a nossa sede, mas na verdade trazem grandes
prejuízos à nossa saúde. Diante de tantas opções acabamos por negligenciar a
água que verdadeiramente mata a sede, por algo que nos dará a falsa sensação de
refrigério: ‘A insensatez é pura exibição, sedução e ignorância. Sentada à
porta de sua casa, no ponto mais alto da cidade, clama aos que passam por ali
seguindo o seu caminho. "Venham todos os inexperientes!" Aos que não
têm bom senso ela diz: "A água roubada é doce, e o pão que se come
escondido é saboroso!" Mas eles nem imaginam que ali estão os espíritos
dos mortos, que os seus convidados estão nas profundezas da sepultura!”’
(Provérbios 9:13-18). Na verdade, a água roubada é amarga e o pão escondido é bolorento: “Então, chamou-o: ‘Pai Abraão, tem misericórdia de mim e manda
que Lázaro molhe a ponta do dedo na água e refresque a minha língua, porque
estou sofrendo muito neste fogo’” (Lucas 16:24).
Para saciar a nossa necessidade, de água pura e pão, Deus vendo a nossa inanição, providenciou o maná dos céus e
uma Rocha para regar o nosso deserto ‘Então Jesus declarou: "Eu sou
o pão da vida. Aquele que vem a mim nunca terá fome; aquele que crê em mim
nunca terá sede’ (João 6:35), pois ‘Jesus respondeu: "Quem
beber desta água (roubada) terá sede outra vez, mas quem beber da água que eu
lhe der nunca mais terá sede. Pelo contrário, a água que eu lhe der se tornará
nele uma fonte de água a jorrar para a vida eterna”’ (João 4:13,14).
Infelizmente as pessoas estão sendo levadas a beber de outras fontes, fontes artificiais. Tenho conversado e ouvido várias indivíduos que quando debatem ou pregam, citam mais teóricos da teologia do que a Bíblia, quando deveriam lembrar que Deus disse: “Pregue a palavra, esteja preparado a tempo e fora de tempo, repreenda, corrija, exorte com toda a paciência e doutrina” (2ª Timóteo 4:2).
Não estou desvalorizando
os teóricos, mas me preocupa que eles sejam mais falados do que Jesus e que
portanto esta ordenança: “Pregue a palavra”, cada vez mais fique esquecida
por muitos ‘“Estão chegando os dias”, declara o SENHOR, o Soberano, “em
que enviarei fome a toda esta terra; não fome de comida nem sede de água, mas
fome e sede de ouvir as palavras do SENHOR. Os homens vaguearão de um mar a
outro, do Norte ao Oriente, buscando a palavra do SENHOR, mas não a
encontrarão. “Naquele dia as jovens belas e os rapazes fortes desmaiarão de
sede”’ (Amós 8:11-13). “Pois virá o tempo em que não suportarão a
sã doutrina; pelo contrário, sentindo coceira nos ouvidos, segundo os seus
próprios desejos juntarão mestres para si mesmos. Eles se recusarão a dar
ouvidos à verdade, voltando-se para os mitos”. (2ª Timóteo 4:3,4).
Portanto, não é de se estranhar que existam tantos “evangélicos”
desidratados em nossos dias, pois vão com sede, mas só encontram as águas de
Mara (ver Êxodo 15:23-26); quando deveriam “beber da água que Cristo lhes
dar, e para de padecer de sede”.
O homem que tem sede de Deus
busca saciar-se nas Suas fontes: “Ó Deus, tu és o meu Deus, eu te busco
intensamente; a minha alma tem sede de ti! Todo o meu ser anseia por ti, numa
terra seca, exausta e sem água” (Salmos 63:1). “O Senhor (...),
me conduz a águas tranquilas” (Salmos 23:2).
Certa feita, quando era
perseguido de morte e vivendo no deserto ‘Davi expressou seu desejo:
"Quem me dera me trouxessem água da cisterna que fica junto à porta de
Belém!”’ (1ª Crônicas 11:17). Seu desejo era beber das águas cuja fonte
estava em “Belém” – a “Casa do Pão” e fonte da “Água
da Vida”, "Mas tu, Belém-Efrata, embora sejas pequena entre
os clãs de Judá, de ti virá para mim aquele que será o governante sobre Israel.
Suas origens estão no passado distante, em tempos antigos. O
remanescente de Jacó estará no meio de muitos povos como orvalho da parte do
Senhor, como aguaceiro sobre a relva; não porá sua esperança no homem nem
dependerá dos seres humanos" (Miquéias 5:2;7).
Se você está vivendo num
deserto árido, saiba que Deus deseja lhe abençoar com “chuvas generosas”,
“como aguaceiro sobre a relva” para assim “refrescar a tua
herança exausta”. Portanto pare de beber em fontes que nunca vão saciar
a sua sede, não ponha sua esperança no homem nem dependa dos seres
humanos", vá direto a Deus aquele que diz: “Eu
cuidei de vocês no deserto, naquela terra de calor ardente” (Oséias
13:5); assim sendo ‘“Sejam fortes, não temam! Seu Deus virá, (...), virá
para salvá-los". (...). Águas irromperão no ermo e riachos no deserto. A
areia abrasadora se tornará um lago; a terra seca, fontes borbulhantes. Nos
antros onde outrora havia chacais, crescerão a relva, o junco e o papiro’
(Isaías 35:4-7).
Com palavras doces em amor;
Ou talvez algumas almas tristes alcançar,
Com a mensagem do Senhor!” (Hino 417 C.C.).
Pr. José de Arimatéa Nascimento
Servo de Cristo Jesus
Asa Branca - Composição de Humberto Teixeira e Luiz Gonzaga, lançada em 1947.
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