A minha alma está tão seca como um árido deserto. Sacia-me Senhor com Teu generoso amor, para que finalmente eu possa viver e contemplar a Tua glória.
“Porque a tua graça é melhor do que a vida; os meus lábios te louvam”. Salmos 63:3.
Você deve concordar comigo que o bem maior que nós possuímos é o dom da vida. Tanto é verdade que nosso Senhor disse: “A vida é mais importante do que a comida, e o corpo, mais do que as roupas” (Lucas 12:23). Ela é preciosa porque é única, visto que está escrito: “o homem está destinado a morrer uma só vez e depois disso enfrentar o juízo” (Hebreus 9:27). Por isso, apesar dos pesares, ninguém quer morrer. Já que, mesmo diante das mazelas da vida, as pessoas tentam a todo custo fazer algo impossível: esticar a vida. Mas quanto a isso somos alertados: “Quem de vocês, por mais que se preocupe, pode acrescentar uma hora que seja à sua vida?” (Lucas 12:25). A resposta é ninguém. Todavia as pessoas revelam que amam a vida de tal maneira, que nos dias de hoje o bem precioso passou a ser a vacina contra a COVID-19.
Na contramão da nossa
realidade o salmista faz uma declaração poderosa “a tua graça é melhor do
que a vida!" Você já parou para pensar na magnitude desta declaração?
Se a “vida é mais importante do que a comida” que é fundamental
para se manter vivo, a “graça” está extraordinariamente acima da
própria “vida”. Esta afirmação vem do mesmo coração que já havia
dito: ‘Ao Senhor declaro: "Tu és o meu Senhor; não tenho bem nenhum
além de ti"’ (Salmos 16:2). E mais “Senhor, tu és a minha
porção e o meu cálice; és tu que garantes o meu futuro” (Salmos 16:5). Para
este sábio homem os valores humanos se deterioram diante da preciosidade que é
viver para e com Deus tanto que ele expressa o seu maior desejo nesta declaração
extraordinária: “Ó Deus, tu és o meu Deus, eu te busco intensamente; a
minha alma tem sede de ti! Todo o meu ser anseia por ti, numa terra seca,
exausta e sem água. Quero contemplar-te no santuário e avistar o teu poder e a
tua glória” (Salmos 63:1,2).
Tais declarações revelam a
alma e o coração de um crente piedoso e temente a Deus, que deseja ardentemente
gozar da presença constante de Deus e de Seus benefícios: “Sempre tenho o
Senhor diante de mim. Com ele à minha direita, não serei abalado. Por isso o
meu coração se alegra e no íntimo exulto; mesmo o meu corpo repousará
tranquilo, porque tu não me abandonarás no sepulcro, nem permitirás que o teu
santo sofra decomposição” (Salmos 16:8-10).
Essa maravilhosa oração declaratória
é feita por alguém que se sente literalmente no meio do deserto da vida, cujos lábios
estão ressequidos em uma terra árida e sem água. Rodeado por chacais e lobos,
correndo o sério risco de morrer como um indigente, sem ter direito a uma
sepultura junto aos seus antepassados. Correndo o risco de virar alimento das
bestas-feras. É neste contexto que surge a oração de alguém que literalmente “repousa
tranquilo”, alguém que tem o entendimento de que: “O temor do
Senhor é fonte de vida, e afasta das armadilhas da morte” (Provérbios
14:27). E em paz aguarda o agir de Deus... “O homem paciente dá prova de
grande entendimento, mas o precipitado revela insensatez. O coração em paz dá
vida ao corpo, mas a inveja apodrece os ossos” (Provérbios 14:29,30).
Muito embora esteja no
deserto sua alma anseia, não por água mas, por aquele que vai verdadeiramente
saciar a sua sede por uma vida plena: “A minha alma ficará satisfeita como
de rico banquete; com lábios jubilosos a minha boca te louvará. Quando me deito
lembro-me de ti; penso em ti durante as vigílias da noite. Porque és a minha
ajuda, canto de alegria à sombra das tuas asas. A minha alma apega-se a ti; a
tua mão direita me sustém.” (Salmos 63:5-8). A satisfação da alma está
no rico relacionamento com Deus. Portanto
para o salmista, pior do que a morte é ser privado da comunhão com a fonte da
vida, por isso ele faz essa declaração contundente: “a tua graça é melhor
do que a vida”.
É interessante notar que no
Reino de Deus a lógica é invertida e que é necessário perder para ganhar: “Aquele
que ama a sua vida, a perderá; ao passo que aquele que odeia a sua vida neste
mundo, a conservará para a vida eterna” (João 12:25). Nele é preciso morrer
para verdadeiramente viver: “Então Jesus disse aos seus discípulos:
"Se alguém quiser acompanhar-me, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e
siga-me. Pois quem quiser salvar a sua vida, a perderá, mas quem perder a vida
por minha causa, a encontrará. Pois, que adiantará ao homem ganhar o mundo
inteiro e perder a sua alma? Ou, o que o homem poderá dar em troca de sua
alma?” (Mateus 16:24-26). Pois ‘Disse-lhe Jesus: "Eu sou a
ressurreição e a vida. Aquele que crê em mim, ainda que morra, viverá; e quem
vive e crê em mim, não morrerá eternamente. Você crê nisso?"’ (João
11:25,26) Parece loucura mas é a mais Divina sensatez: “Pois a mensagem
da cruz é loucura para os que estão perecendo, mas para nós, que estamos sendo
salvos, é o poder de Deus” (1 Coríntios 1:18).
Observe que quando a
comunhão com Deus está quebrada sua vida fica tão seca como um árido deserto. Portanto
a verdadeira loucura está em viver uma vida de miséria longe da Fonte da Vida
abundante que está à disposição de todos. O triste de tudo isso é que embora as
pessoas digam que creem na mensagem da cruz elas alimentam suas almas com muitas
razões que as fazem perder o sono: enfermidade, tensão nervosa, preocupações, perseguições, entre outros. Situações que levam a ter noites terríveis de insônia, as quais sugam
o vigor. Num sofrimento inútil que não resolverá os nossos problemas. Só ampliaremos
a secura do sofrimento no deserto de uma vida seca e sem sentido, pois “Inútil
vos será levantar de madrugada, repousar tarde, comer o pão de dores, pois
assim dá ele aos seus amados o sono” (Salmos 127:2).
Com palavras doces em amor;
Ou talvez algumas almas tristes alcançar,
Com a mensagem do Senhor!” (Hino 417 C.C.).
Pr. José de Arimatéa Nascimento
Servo de Cristo Jesus
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