Salmo 23 - Esta é possivelmente a passagem da Bíblia mais conhecida pelo público em geral. Sua mensagem simples, mas objetiva, alcança até o coração do mais incrédulo dos homens. Quanta dor, tristeza e medo têm sido afastadas por meio de sua poderosa afirmação de fé! Ele poderia ser denominado como a “canção da fé”. Quando se trata de consolo, ele é incomparável: paz, alívio, confiança e satisfação têm sido relatados como bênçãos recebidas por aqueles, que através dos séculos buscaram nele o alívio para suas angústias.
É interessante notar que o “SALMO DO PASTOR - 23” vem logo em seguida ao “SALMO DA CRUZ - 22”, onde não há pastos verdejantes, nem águas tranquilas. As únicas águas são o pranto angustiante que desidrata até a alma: “Como água me derramei, e todos os meus ossos estão desconjuntados. Meu coração se tornou como cera; derreteu-se no meu íntimo. Meu vigor secou-se como um caco de barro, e a minha língua gruda no céu da boca; deixaste-me no pó, à beira da morte” (Salmos 22:14,15). Numa sede tal que só nos resta dizer: “Meu Deus! Meu Deus! Por que me abandonaste” (Salmos 22:1a).
Não creio em coincidência, mas creio na providência Divina. Registrar estes dois salmos, um após o outro, a fim de deixar a mensagem explícita de que só depois de “tomarmos diariamente a nossa cruz” (Lucas 9:23) poderemos proclamar que "O Senhor é meu Pastor". Só depois de passar pela cruz poderíamos reconhecer que o Senhor “não menosprezou nem repudiou o sofrimento do aflito; não escondeu dele o rosto, mas ouviu o seu grito de socorro” (Salmos 22:24). Só ao passar pela cruz é que poderemos verdadeiramente conhecer a doçura e o cuidado do “Bom Pastor” que governa, guia, alimenta e protege! Só assim poderemos entoar a “canção da fé”, canção daqueles que seguem, obedecem, amam e N’Ele confiam.
O passar pela cruz nos faz conhecer e reconhecer quem somos e quem é o nosso Deus. Para isso é necessário conhecer por experiência própria a dor que Ele mesmo sentiu: “Estando angustiado, ele orou ainda mais intensamente; e o seu suor era como gotas de sangue que caíam no chão” (Lucas 22:44). Só assim poderemos valorizar o que Ele fez, faz e fará por nós. "Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá a sua vida pelas ovelhas” (João 10:11).
Então, quem é Deus para você? Uma luz? Um cara legal? Um ser iluminado? Nada? A Bíblia Sagrada nos apresenta Deus como sendo “O único Deus vivo e verdadeiro é Espírito pessoal, Eterno, Infinito e Imutável; é Onipotente, Onisciente e Onipresente; é perfeito em Santidade, Justiça, Verdade e Amor.”1 Certamente esta é uma definição Bíblica, mas um tanto complexa.
Em sua ingenuidade, o pastor de ovelhas simplifica as coisas, ele ouviu e aprendeu que “o Senhor É...” - Foi, É e Será – portanto não pode ser limitado por convenções humanas, pois o Senhor mesmo disse: "Eu Sou o que Sou" (Êxodo 3:13-14), em outras palavras: Eu sou o que você precisa...
- “Eu sou o Senhor que os cura". (Êxodo 15:26)
- "Eu Sou o Bom Pastor." (João 10:11, 14);
- "Eu Sou a porta das ovelhas." (João 10:7,9);
- "Eu Sou a Luz do mundo." (João 8:12);
- "Eu Sou o Pão da vida." (João 6:35, 48, 51);
- "Eu Sou o Caminho, a Verdade e a Vida." (João 14:6);
- "Eu Sou a Ressurreição e a Vida." (João 11:25);
- "Eu Sou a videira verdadeira." (João 15: 1,5);
- “Eu Sou ...”.
Davi é um bom pastor para suas ovelhas. Sua vivência pessoal tanto com as ovelhas quanto com o grande “Eu Sou”, o faz pegar “o Deus Todo-Poderoso” do seu pai Abraão (Gênesis 17:1) e “trazê-lo” ao seu nível de entendimento, um pastor que é desprezado pelos seus. Entretanto o Pastor de Davi, não deixa de ser seu Senhor “O Senhor é o meu pastor”; visto que em nada foi reduzido em sua Divindade, pois “Que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus, Mas esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens” (Filipenses 2:6,7).
Por se assemelhar a nós o Pastor conhece e supre todas as minhas verdadeiras necessidades, ao ponto de poder dizer: “de nada terei falta”! Tal afirmação de fé só faz sentido na vida daqueles que são guiados pelo Deus Pastor. Essas não são só palavras vãs na boca de um desesperado, mas a declaração de fé de alguém tomou a sua cruz e vivenciou as misericórdias de Deus ao longo de sua vida: “Já fui jovem e agora sou velho, mas nunca vi o justo desamparado, nem seus filhos mendigando o pão” (Salmos 37:25). Estes têm a convicção de que: sua fome será satisfeita com alimento de qualidade, o seu repouso seguro e a sede que assola a alma saciada com a Água da Vida! Em outras palavras: ” Senhor, tu és a minha porção e o meu cálice; és tu que garantes o meu futuro” (Salmos 16:5).
Agora quero lhe fazer uma pergunta: Você tem certeza de que está sendo Guiado pelo verdadeiro e Bom Pastor? Se sim, cante com alegria a “canção da fé”! Se não, você ainda quer prosseguir trilhando o caminho da injustiça e dor? E, continuar tomando o placebo oferecido pelos falsos pastores que só cuidam de si mesmos e te abandonam à própria sorte? “Por isso elas estão dispersas, porque não há pastor algum, e, quando foram dispersas, elas se tornaram comida de todos os animais selvagens. As minhas ovelhas vaguearam por todos os montes e por todas as altas colinas. Elas foram dispersas por toda a terra, e ninguém se preocupou com elas nem as procurou” (Ezequiel 34:5,6).
Já o verdadeiro Pastor diz “Assim como o pastor busca as ovelhas dispersas quando está cuidando do rebanho, também tomarei conta de minhas ovelhas. Eu as resgatarei de todos os lugares para onde foram dispersas num dia de nuvens e de trevas” (Ezequiel 34:12).
Por isso eu canto com alegria a “canção da fé”, proclamando que “O
Senhor é o meu pastor; de nada terei falta”! Canção que só pode ser
entoada, por aqueles que O “conhecem” e obedecem à Sua voz.
Com palavras doces em amor;
Ou talvez algumas almas tristes alcançar,
Com a mensagem do Senhor!” (Hino 417 C.C.).
No amor de Cristo,
Pr. José de Arimatéa
Nascimento
Servo de Cristo Jesus
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